Em reunião ordinária, o Conselho Deliberativo da Fiocruz aprovou por unanimidade a alteração do nome do Centro de Estudos Estratégicos (CEE), em homenagem ao seu fundador, o sanitarista Antônio Ivo de Carvalho (1950-2021) . O Centro passará a se chamar, assim, Centro de Estudos Estratégicos Antônio Ivo de Carvalho.
A proposta de mudança, apresentada ao CD, de 22 de julho, pelo atual coordenador do CEE, Carlos Gadelha, considera que “em seu momento de transformação, o CEE procura fazer jus à ousadia e ao legado de Antônio Ivo, fortalecendo-se para pensar, refletir e debater o futuro do desenvolvimento, da saúde, da ciência e da democracia como norte para pensar e ousar na Fiocruz do futuro”.
Acesse a apresentação da nova designação do CEE.
Acesse a Carta-proposta de alteração de designação do CEE aos membros do CD
Assista à defesa da incorporação do CEE ao Estatuto da Fiocruz, feita por por Antônio Ivo de Carvalho, em 2015:
A Fiocruz está com inscrições abertas para diversos cursos de doutorado, mestrado e especialização. Todas as oportunidades são gratuitas, porém cada uma traz suas especificidades. Leia as chamadas, confira os detalhes disponibilizados nos editais e inscreva-se.
Epidemiologia em Saúde Pública – doutorado
O curso de doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública tem como objetivo a formação de docentes, pesquisadores e gestores numa perspectiva interdisciplinar e multiprofissional. É desenhado para capacitar profissionais no planejamento e análise de dados na pesquisa epidemiológica e na análise, planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação de políticas públicas e tecnologias, considerando os contextos social e ambiental, nos cenários nacional e internacional.
O público-alvo são candidatos com diploma de nível superior, preferencialmente portadores do título de mestre. Os não portadores do título de mestre deverão possuir uma produção científica relevante, que será avaliada pela Comissão de Seleção.
Vagas: 21 - Inscrições até 23/7/21
Biociências e Biotecnologia - doutorado
O Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz-PR) torna pública a seleção para o curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biociências e Biotecnologia do ICC/Fiocruz-PR (PPGBB-ICC).
O público-alvo do curso são profissionais com nível superior completo e, preferencialmente, título de mestre.
Vagas: 5 - Inscrição: 30/7/21
Biodiversidade e Saúde – doutorado
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biodiversidade e Saúde, oferecido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) torna pública a seleção para o curso de doutorado acadêmico em Biodiversidade e Saúde nas seguintes áreas de concentração: a) Taxonomia e Sistemática; b) Saúde Ambiental. O Programa tem por objetivo a formação de profissionais capazes de atuar em pesquisa e docência sobre a biodiversidade e sobre os problemas de saúde humana decorrentes das alterações nos ambientes naturais ou das ações antrópicas. Todos os projetos desenvolvidos no PPGBS devem estar alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O público-alvo do curso são portadores de diploma de mestrado, com, pelo menos, um artigo científico publicado ou aceito para publicação em revista indexada, como primeiro autor ou autor correspondente.
Vagas: 6 - Inscrições: 30/7/21
Promoção da Saúde e Desenvolvimento Social - Especialização
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) torna pública a seleção de candidatos para o curso de especialização em Promoção da Saúde e Desenvolvimento Social. Ele visa desenvolver a reflexão sobre conceitos e práticas de promoção da saúde, tendo por base o conceito ampliado de saúde e a ação sobre os determinantes sociais de saúde; criar capacidades de articular e mobilizar conhecimentos, incluindo o diálogo com outros saberes, outras ciências e outras políticas; e ainda formar trabalhadores da saúde e de áreas correlatas sob novas perspectivas de ação, incluindo empowerment da comunidade, focando na equidade, na ética, e nos direitos à saúde.
Devido ao atual contexto sanitário da pandemia de Covid-19, as atividades deste curso serão realizadas de maneira remota. Desta forma, candidatos de outros estados poderão concorrer a vagas.
Vagas: 30 - Inscrições: 11/8/21
Pesquisa Clínica - mestrado profissional
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) torna pública a seleção de candidatos ao curso de mestrado profissional em Pesquisa Clínica (MPPC), cujo objetivo é desenvolver a capacidade dos alunos através do aprendizado das diferentes habilidades inerentes a pesquisa clínica. Nessa perspectiva, o curso prioriza o desenvolvimento de projetos na instituição com a qual o aluno possui vínculo de trabalho e que resultem em produtos passíveis de aplicação prática e imediata na melhoria da qualidade dos setores nos quais o aluno desenvolve suas atividades profissionais.
O público-alvo são profissionais de nível superior em qualquer área de graduação que tenham vínculo profissional de qualquer tipo (servidor público, CLT, bolsa de fundação de apoio, empresa, cooperativa) ou autônomo com situação profissional regularizada com registro em seu conselho (Ex: CRM, CRMV, Corem, CRF, etc); ou que proponham o desenvolvimento do projeto do mestrado profissional no seu local de trabalho ou no local de trabalho do orientador, relacionado a uma das linhas de pesquisa do MPPC.
Vagas: 20 - Inscrições até 12/8/21
Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas – mestrado
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) torna pública a seleção para o curso de mestrado do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (PCDI). Seu objetivo é formar docentes para o ensino de nível superior e pesquisadores em nível de mestrado, qualificados para o desenvolvimento de Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas e, assim, formar profissionais de excelência para desenvolver pesquisas clínico-operacionais, clínico-comportamentais, clínico-ambientais e socioculturais das doenças infecciosas.
Vagas: 16 - Inscrições: 12/8/21
Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas - doutorado
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) torna pública a seleção para o curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (PCDI). Seu objetivo é formar docentes para o ensino de nível superior e pesquisadores qualificados para o desenvolvimento de Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas; além de formar profissionais de excelência para desenvolver pesquisas clínico-operacionais, clínico-comportamentais, clínico-ambientais e socioculturais das doenças infecciosas.
O público-alvo são profissionais que possuam graduação completa e, preferencialmente, o título de mestre.
Vagas: 10 - Inscrições: 12/08/2021
Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos – doutorado
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) torna pública a abertura de inscrições para o curso de doutorado acadêmico em Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos. O curso, ligado ao Programa de Pós-Graduação Acadêmico em Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos (PPG-PTFM), oferece formação nas seguintes áreas de pesquisa: Química Medicinal, Farmacologia e Tecnologia Farmacêutica.
O curso é gratuito e as aulas serão ministradas virtual ou presencialmente, de acordo com o calendário do referido curso.
Vagas: 10 - Inscrições até 16/8/2021
No Sextas desta semana, o poeta argentino Juan Gelman - que tão bem falava do amor, apesar da vida com enormes perdas e o exílio imposto pelo regime da ditadura, contra o qual sempre lutou -, na poesia "A mão", fala sobre os limites e o infinito de possibilidades da vida.
Gelman, que também foi jornalista e tradutor, tornou-se um dos mais importantes poetas da Argentina das últimas décadas. Sendo, em 2007, vencedor do Prêmio Cervantes, o mais importante das letras espanholas, além dos Prêmios Ibero-americanos de Poesia Pablo Neruda e Rainha Sofia.
Os debates sobre popularização e divulgação da ciência ganharam ainda mais espaço diante da pandemia de Covid-19. E é em meio a esse contexto que a Editora Fiocruz atinge uma importante marca de difusão da sua produção editorial. No final de junho, com o lançamento do livro Vacinas, a Editora chegou a 350 e-books publicados na rede SciELO Livros. Desse número, 223 estão disponíveis para download gratuito. Os outros 127 estão em modalidade comercial, mas com preço 40% abaixo do valor do exemplar impresso. Além do SciELO Livros, a Editora disponibiliza os e-books gratuitos também em outra rede: o Arca, repositório institucional da Fiocruz.
Muitos dos livros já esgotados no catálogo físico da Editora Fiocruz estão disponíveis no SciELO Livros, como obras das décadas de 1990 e 2000
Em meio à emergência global causada pela pandemia, dúvidas e questões ligadas à saúde e à ciência estão mais em voga do que nunca. Das pandemias e epidemias do passado à importância do SUS, passando pelas vacinas e pelo papel da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos esses assuntos fazem parte do universo de temas das publicações da Editora. E o melhor: podem ser consultados de forma fácil e acessível.
A aquisição dos e-books pelo SciELO Livros pode ser feita nas lojas Amazon, Google Play e Kobo Books. Já os títulos que estão em acesso livre podem ser baixados em PDF ou em ePUB, formato específico para títulos digitais. Dessa forma, a Editora Fiocruz reforça sua missão de divulgar e ampliar o acesso ao conhecimento científico produzido nas diversas áreas da saúde. Das quase 500 obras de seu catálogo, mais da metade está disponível na plataforma, que maximiza a visibilidade, a acessibilidade, o uso e o impacto desses livros. Os textos em formato digital são legíveis nos leitores de e-books, em tablets, smartphones e nas telas de computador, amplificando o acesso à leitura em diversos espaços.
São livros das mais diferentes temáticas, com base em pesquisas de excelência acadêmica nas áreas de saúde e políticas públicas. Obras escritas por pesquisadores, professores, especialistas e gestores de saúde das mais diversas instituições de ensino, pesquisa e ciência do país e de várias partes do mundo, incluindo volumes em parceria com órgãos como OMS e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Já os lançamentos são, desde 2020, publicados simultaneamente em formatos impresso e digital. Dessa forma, os e-books já ficam disponíveis para aquisição por parte dos leitores ao mesmo tempo em que chegam às livrarias e espaços comerciais físicos. É o caso de Vacinas, o 350º e-book da Editora no SciELO Livros. A obra - que aborda a importância das vacinas ao longo da história - foi lançada em 30 de junho, durante o avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 por todo o Brasil.
Diante das transformações sociais causadas pela pandemia e em meio a um contexto de maior distanciamento físico, a iniciativa de diversificar os espaços de publicação dos volumes expande a participação da Editora Fiocruz no formato digital de amplo acesso. “Esse movimento acena para a importância de estar com os livros onde o leitor possa acessá-los. Em tempos de necessário isolamento social, os livros on-line têm sido fundamentais alimento e companhia”, reforça João Canossa, editor executivo da Editora Fiocruz.
Editora Fiocruz e SciELO Livros: parceria antiga, milhões de downloads
Muitos dos livros já esgotados no catálogo físico da Editora Fiocruz estão disponíveis no SciELO Livros. Obras das décadas de 1990 e 2000, mas que ainda são referências para pesquisas e trabalhos acadêmicos na área de saúde pública em diversas partes do mundo.
Se o acervo da Editora na plataforma on-line é extenso, a razão vem da sólida parceria entre ambas: ao lado das editoras da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA) e da Universidade Estadual Paulista (Editora Unesp), a Editora Fiocruz fez parte, em 2011, do consórcio que liderou o desenvolvimento do Projeto SciELO Livros. A iniciativa contou com o apoio da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu). A rede on-line começou a operar em 2012 e completará, em março de 2022, dez anos de fundação.
A antiga parceria rende frutos superlativos na participação da Editora na plataforma: dos quase 107 milhões de downloads de e-books na rede, cerca de 49 milhões são dos volumes da Editora Fiocruz. Os números mostram o interesse por pesquisas de excelência na área da saúde pública, lideradas pela instituição que é referência científica nas Américas.
Além da grande quantidade de downloads, o crescimento da Editora Fiocruz dentro do consumo de informação na produção científica brasileira também é destaque. Para isso, vale ressaltar, segundo dados do próprio SciELO Livros, a vasta quantidade de países que consomem os produtos da Editora: além de Brasil e Portugal, Estados Unidos, Moçambique e Angola também costumam aparecer nas primeiras posições. Há também o fato de a Editora ser uma das fontes mais citadas na área de ciências da saúde, atrás somente de instituições como Ministério da Saúde e OMS.
Novos formatos para aquisição de livros
Ao diversificar os modos de comercialização digital, a Editora e a plataforma se adaptam às novas formas de hábitos de leitura e de consumo da produção acadêmico-científica. Nesse contexto, há várias expectativas de uma presença ainda maior dos títulos da Editora Fiocruz no SciELO Livros. Editor científico da Editora, Gilberto Hochman corrobora a importância do acesso aos livros acadêmicos nos mais diferentes formatos. “O futuro do livro é o do conhecimento acessível e apropriável pelo maior número de leitores e progressivamente alinhado com a ciência aberta”, destaca o pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz em artigo de 2020 publicado na página SciELO em Perspectiva.Divulgação: SciELO
Para além da crise global de saúde, a plataforma é uma consolidação do importante espaço ocupado pelas editoras universitárias. “O SciELO Livros não é uma oferta passageira para degustação dos leitores em tempos febris. Não é uma ação eventual em emergências sanitárias. É parte integrante de uma política pública de acesso aberto ao conhecimento que vem se consolidando no Brasil há duas décadas e que
Livros digitais e a política de acesso aberto da Fiocruz
Em tempos de pandemia e de enfrentamento ao maior desafio sanitário das últimas décadas, a busca pelo conhecimento científico de qualidade é mais essencial do que nunca. E no momento em que a ciência precisa combater inúmeras desinformações e descrenças, a difusão das pesquisas em saúde são ainda mais necessárias.
Para isso, a Fiocruz intensifica a sua Política de Acesso Aberto ao Conhecimento. A Editora Fiocruz integra a iniciativa e disponibiliza as suas obras em acesso livre também no Arca, repositório institucional coordenado pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
Os títulos para acesso no Arca contemplam a mesma formatação em PDF daqueles que já estão no SciELO. O repositório traz ainda alguns complementos: entre eles, o vídeo Editora Fiocruz – 25 anos, produzido em 2018 a partir da parceria entre a Editora, o Icict/Fiocruz e a VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz. Disponível para download em formato mp4, o vídeo aparece em versões com e sem legenda.
Com o Arca, a Fiocruz e a Editora buscam garantir à sociedade o acesso gratuito, público e aberto ao conteúdo integral de obras intelectuais produzidas não somente pela instituição, mas também por pesquisadores próprios e parceiros, além das produções de diversas outras instituições de ensino e pesquisa de excelência.
Na próxima semana, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) debaterá a potência terapêutica das histórias de vida. Durante o encontro, que acontecerá no âmbito do Centro de Estudos da Ensp, será realizado também o lançamento do e-book “Histórias de Vida, Vozes da Rua”, fruto da pesquisa 'O cuidado às pessoas em situação de rua na Rede de Atenção à Saúde'. A sessão online é aberta ao público, e está marcada para o dia 29 de julho, às 14h, ao vivo no canal da Ensp no Youtube.
Além das apresentações e debates – que serão realizadas por Cláudia Brito, pesquisadora que apresentará a pesquisa que deu origem ao livro e mediará o debate; Valeska Antunes, médica que atuou no Consultório na Rua atendendo à população em situação de rua, Lilian Leonel, representando pessoas em situação de rua e liderança local; e Eliana Claudia Ribeiro, educadora que pesquisa e reflete sobre os processos de aprendizagem significativa –, o webinário terá leituras de breves trechos do livro, e permitirá que os participantes perguntem e proponham questões ao debate.
A pesquisa “O cuidado às pessoas em situação de rua na Rede de Atenção à Saúde”
A pesquisa de Saúde Coletiva que deu origem às narrativas teve como objetivo principal analisar a dinâmica e os modos de vida das pessoas em situação de rua e sua relação com os cuidados em saúde. Ela foi coordenada por Cláudia Brito e contou com a médica Lenir Nascimento da Silva e o antropólogo Caco Xavier, todos vinculados à Ensp.
Histórias de Vida, Vozes da Rua
Segundo o site da pesquisa, a ideia do livro nasceu do impacto que a beleza e a delicadeza que os relatos da população em situação de rua trouxeram aos pesquisadores da Ensp, quando estes se reuniram para analisar os depoimentos coletados durante a pesquisa.
À medida em que a leitura coletiva das entrevistas avançava no desvelar da experiência dessas pessoas e nos procedimentos de descrição, síntese e análise dos fenômenos estudados, os pesquisadores percebiam como seria importante compartilhar esse material na íntegra, de modo a permitir que a população em situação de rua se mostrasse e se apresentasse por meio de sua própria linguagem.
O ebook reúne, de forma escrita e na íntegra, narrativas orais gravadas com a população em situação de rua, que abordam histórias de vida, atividades do cotidiano, sentimentos, desejos, sonhos e estratégias e cuidados de saúde das pessoas entrevistadas, todas vivendo em situação de rua naquela ocasião.Para a coordenadora da pesquisa e debatedora do webinário, Cláudia Brito, o livro traz histórias repletas de riqueza e pluralidade, por vezes surpreendentes, sobre suas percepções de vida e do mundo. “Pensando no atual contexto de intensificação da agenda neoliberal e de indivíduos autocentrados em favor de seus interesses ou intolerantes às diferenças, o compartilhamento dessas histórias reafirma a preocupação com o outro, com direitos e cidadania, em favor da construção de projetos de pesquisa, de cuidado de saúde e de educação solidários e afetivos”, defendeu Cláudia.
"As ações afirmativas falam de justiça, reparação e memória, mas falam especialmente de futuro. E as ações afirmativas são a cara da Fiocruz no século XXI”, disse, confiante, a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e coordenadora do GT de Saúde Indígena da Abrasco, Ana Lúcia Pontes, durante a primeira edição aberta de 2021 do Encontros Virtuais da Educação. O debate tratou das “Ações afirmativas e povos indígenas: avanços e desafios” e está disponível, na íntegra, no canal do Campus Virtual Fiocruz no Youtube.
Ana Lúcia foi moderadora do debate que reuniu o professor Gersem Baniwa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a pedagoga e representante do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena Rita Potyguara, a docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e integrante do Projeto "Vozes Indígenas na Produção do Conhecimento", ligado à Ensp/Fiocruz, Joziléia Kaingang e a professora e pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) Luiza Garnelo.
Inclusão, acolhimento da diversidade e busca da redução das desigualdades sociais foram alguns dos atributos citados pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fundação, Cristiani Vieira Machado, para descrever diretrizes que permeiam decisões da Fiocruz nas mais diversas áreas. Já Ana Lúcia, lembrou da trajetória histórica da Fiocruz na luta social no campo da saúde e defendeu a perspectiva de futuro que abrange o tema da discussão: “as ações afirmativas terão papel estratégico numa dimensão não apenas de representação, mas também de um conjunto de questões que estão colocadas ao se falar da presença indígena na academia, na produção do conhecimento e no sistema único de saúde”.
A abertura de espaços acadêmicos para o diálogo intercultural e intercientífico é irreversível
O professor Gersem Baniwa contou sua história desde o nascimento, passando por escolas e a inserção em programa de vanguarda de implementação de ações afirmativas, até a entrada na pós-graduação e questionou: “Qual seria minha chance sem apoio externo? É só pensar na minha trajetória que teremos a resposta”. Segundo ele, são diversas as iniciativas e formas criativas, dinâmicas e interessantes para promover o acesso desses segmentos historicamente desprivilegiados, excluídos e discriminados.
Gersen apontou ainda que a abertura de espaços acadêmicos para o diálogo intercultural e intercientífico é um desafio, mas “que está em andamento e, para mim, é irreversível. Além disso, o uso de línguas indígenas na produção, defesa e validação de conhecimentos acadêmicos já são realidade, assim como as inovações teórico-metodológicas, os processos de coteorizações ou pesquisa colaborativa e de coautorias porque quem quiser pesquisar indígena vai ter que participar o povo, a etnia e outros. Não existe mais a "minha tese sobre eles", advertiu Gersem.
Rita Potyguara, descreveu que o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI) trata desde a educação básica até a educação superior e pós graduação. De acordo com ela, a preocupação com as ações afirmativas vem de longa data, mas, nos últimos anos, tais questões estão perdendo espaço e o campo educacional como um todo sofre com inúmeras ações de retrocesso. Rita apresentou uma carta do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena, dirigida à Fiocruz, detalhando que o texto é um apelo à Fundação para auxílio no enfrentamento dessas perdas e regressões para a área. O texto, na íntegra, pode ser lido aqui.
Escola como ferramenta de luta
“A escola não chegou para nos acolher ou construir coletivamente, mas para nos oprimir, impor línguas e modos de escolarização”, lamentou a professora Joziléia Kaingang, ressaltando essa grande violência como um ponto de mudança: “Ao longo da trajetória da escola dentro dos nossos territórios aprendemos a nos apropriar. Tomamos a escola para nós e hoje ela é uma ferramenta de luta. E tão importante quanto isso é termos também uma caminhada dentro das instituições universitárias do nosso país”.
Joziléia falou ainda sobre a Universidade ao qual ela é ligada. Lembrou desafios e outras lutas, mas ressaltou, por exemplo, a aceitação da língua espanhola como uma língua de proficiência para entrada na pós-graduação e, “para além disso, em 2018, a aceitação da língua indígena como uma segunda língua aceita dentro do programa. Essas são conquistas importantes que devem ser destacadas para inspirar diferentes grupos e novas conquistas em outros espaços e iniciativas”.
Encerrando as apresentações, Luiza Garnelo, enfatizou a pluralidade de experiências trazidas para o debate, que reuniu questões da Amazônia, Nordeste e Sul do país, mostrando a diversidade de luta e avanços na escolaridade indígena brasileira com a articulação de ações afirmativas e políticas de inclusão social.
Assista ao debate Ações afirmativas e povos indígenas: avanços e desafios, realizado em 14 de julho de 2021:
Está no ar uma nova formação online sobre o combate ao coronavírus. Desta vez, voltada aos Agentes Populares. O curso foi elaborado pela Fiocruz Pernambuco em parceria com as organizações e movimentos sociais que constroem as campanhas Mãos Solidárias e Periferia Viva. A formação é online, autoinstrucional, livre para todos os públicos e está com as inscrições abertas. Conheça o curso “Agentes Populares para o enfrentamento da Covid-19” e inscreva-se na plataforma do Campus Virtual Fiocruz!
O agente popular pode ser qualquer pessoa que, de forma voluntária, esteja disposto a ajudar vizinhos e comunidade no cuidado, levantamento de pautas importantes e necessidades, na disseminação de informações relevantes de forma clara, entre outras iniciativas que articule orientações e mudanças a partir de um diálogo aberto e qualificado sobre questões do dia a dia da vizinhança ou determinados grupos de pessoas.
O novo curso, que tem em sua base a solidariedade ativa e a mobilização comunitária, foi desenvolvido como uma ferramenta de apoio à formação de Agentes Populares, a partir das experiências construídas por um conjunto de instituições e movimentos sociais. Ele é respaldado em processos de aprendizagem por descoberta. Para tanto, propõe-se que o aluno conheça e realize as práticas para, então, responder às perguntas reflexivas, cujas relações devem ser descobertas e construídas ao longo da trajetória da formação.
Segundo a responsável pelo curso, Paulette Cavalcanti, que é pesquisadora da Fiocruz Pernambuco e uma das coordenadoras do Projeto Mãos Solidárias/Periferia Viva, a formação é um dos desdobramentos da campanha e alinha-se à defesa da população, contra a fome e em defesa da saúde para o enfrentamento da pandemia. “Buscamos formar agentes nas comunidades, orientando, qualificando e incentivando o compartilhamento de medidas básicas de cuidado e prevenção à população circunvizinha sobre a Covid-19, como uso de equipamentos de proteção individual, correta lavagem das mãos, recomendações de distanciamento social, além de cuidados básicos a pessoas com sintomas”, descreveu Paulette.
A pandemia de Covid-19 vem expondo e gerando dificuldades que vão muito além da saúde. Desta forma, os participantes do curso são vistos como protagonistas de sua formação, buscando uma postura crítica, reflexiva e propositiva, como se espera dos que atuam na linha de frente das comunidades.
A coordenadora pedagógica da Educação a Distância da Fiocruz Pernambuco, Joselice da Silva Pinto, destacou que a Fiocruz-PE tem como parte de sua missão contribuir para a geração de conhecimentos e inovação tecnológica para a melhoria das condições sanitárias da população, particularmente na região Nordeste brasileira, mas não somente nela.
“A equipe da EAD da Fiocruz-PE sente o orgulho do dever cumprido ao entregar um recurso educacional baseado na perspectiva da formação popular em saúde, que vai contribuir para que as comunidades vulneráveis se mobilizarem para evitar a transmissão do novo coronavírus, mas também lutar pelos seus direitos, entendendo que estas duas dimensões são essenciais para o enfrentamento da pandemia”, disse ela, destacando ainda a modalidade à distância como um diferencial, pois tem potencial de chegar a cidadãos que não teriam acesso a formações presenciais para Agentes Populares.
Conheça o curso Agentes Populares para o enfrentamento da Covid-19 e inscreva-se!
Conheça mais sobre as iniciativas do projeto Mãos Solidárias/Periferias Vivas:
Eugénio de Andrade foi um dos maiores poetas portugueses contemporâneos. Além de obras publicadas em várias línguas, recebeu o Prêmio Camões, em 2001. Eugénio de Andrade era pseudônimo de José Frontinhas Neto, poeta que nasceu em Póvoa de Atalaia, pequena aldeia da Beira Baixa, Portugal, em 1923, e faleceu em 2005, após anos convivendo com uma doença neurológica prolongada.
No poema escolhido para esta semana no Sextas de Poesia, o artista nos clama a viver, reescrever caminhos, palavras, navegar a calmaria e permanecer.
A Capes acaba de homologar o Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental para oferta e certificação em formato associativo entre a Universidade Federal de Rondônia (Unir) e a Fundação Oswaldo Cruz. O Programa já existe há duas décadas e sempre contou com a parceria da Fiocruz no seu corpo docente, bem como na produção científica e formação dos alunos participantes. Com a mudança, a Fiocruz passa também a diplomar os alunos juntamente com a Unir. Para o coordenador da Fiocruz Rondônia, Jansen Fernandes de Medeiros, a associação trará inúmeros benefícios à pesquisa científica na Amazônia.
Segundo Medeiros, essa conquista fomentará o desenvolvimento da região, pois “novos investimentos poderão ser aplicados por meio da destinação de recursos para a pesquisa e cotas de bolsas ampliando, desta forma, as oportunidades aos estudantes da pós-graduação e estimulando a inserção de novos pesquisadores nas áreas de abrangência do PPGBIOEXP”, celebrou ele.
Atualmente, o corpo docente do Programa é formado por 14 professores, sendo 12 pesquisadores efetivos da Fiocruz Rondônia e outros ligados à Unir e ao Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia (Cepem).
O processo de alteração da oferta teve início ainda em 2019 – em comum acordo entre as duas instituições (Fiocruz Rondônia e Unir), contando ainda com potente interlocução da Coordenação-Geral de Educação, ligada à Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/Vpeic) – e representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido na área da pesquisa em saúde e formação de recursos humanos, há mais de duas décadas, no estado de Rondônia, por essas instituições.
A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, destacou que a Fundação tem décadas de tradição no estabelecimento de parcerias com outras instituições de pesquisa e ensino em diversas regiões do país e com a Unir não foi diferente. “Já tínhamos há algum tempo essa relação, mas como coparticipantes do PPGBIOEXP. No entanto, nosso reconhecimento como instituição tituladora é muito valioso, pois fortalece a presença nacional da Fundação, além de aumentar nossa contribuição na região Norte, que ainda apresenta tanta rarefação do ponto de vista de ofertas educacionais”, detalhou ela, otimista com a nova conquista.
Com a mesma alegria, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, enfatizou a associação como um importante reconhecimento da relevante contribuição da Fiocruz Rondônia na formação de pesquisadores na região Norte, salientando ainda o compromisso da atuação da Fiocruz em parceria com universidades públicas para a redução das desigualdades na educação no país.
+Leia mais: Pós-graduação em Biologia Experimental, da Unir, passa para o formato associativo com a Fiocruz Rondônia
* com informações de José Gadelha, Fiocruz Rondônia
Para debater a “Residência Multiprofissional como possibilidade educacional para a Indústria Farmacêutica Pública”, o Centro de Estudos do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) recebeu a coordenadora adjunta das Residências em Saúde da Fiocruz, Adriana Coser, e o coordenador da Residência do Instituto, Eduardo Sousa. O encontro virtual, mediado pela coordenadora do Departamento de Educação, Mariana Souza, foi realizado em 7 de julho e está disponível no canal de Farmanguinhos no Youtube.
O conceito desta especialidade de ensino que traz a vivência da prática
“Residência não é exclusivamente para médicos, é também para os profissionais da Saúde de maneira geral. Cada vez mais, as residências têm se apresentado como uma formação sequente à graduação em áreas das mais diversas especialidades. Ou seja, é uma especialização atualmente reconhecida no Ministério da Educação como Lato Sensu, mas com muita especificidade, porque traz a vivência da prática. É a possibilidade que o egresso de uma graduação tem de vivenciar o mundo do trabalho de forma supervisionada e em uma área de escolha que tenha interesse”, esclareceu Adriana.
A palestrante fez um panorama sobre as residências em saúde da Fiocruz. Além de divulgar informações gerais sobre os cursos, como carga horária, tempo de duração, diretrizes, entre outras, ela ressaltou a finalidade da especialização. Segundo Adriana, o diferencial das Residências da Fundação está na tríade assistência, pesquisa e ensino.
“As residências buscam qualificar jovens profissionais da Saúde para inserção no mercado de trabalho, particularmente em áreas prioritárias do Sistema Único de Saúde (SUS), utilizando-se para isso, não somente das suas unidades técnico-científicas, caso de Farmanguinhos, como também de parcerias com instituições de excelência dentro e fora do país para realizarem atividades que agreguem nesse campo de conhecimento”, assinalou.
Durante a apresentação, a coordenadora adjunta reforçou que todos os programas da Fundação para esse tipo de especialização estão de acordo com a legislação da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e com a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional (CNRMS), ambas do Ministério de Educação (MEC). Tais entidades também são responsáveis por seus credenciamentos e avaliações.
Índice de aproveitamento
Com o objetivo de mostrar os resultados do curso, a palestrante expôs dados de uma pesquisa feita com egressos de 2013 a 2019. De acordo com a avaliação, 72% responderam que as suas atividades profissionais atuais estão relacionadas à especialização e 17% que estão razoavelmente ligadas, indicando que 89% dos egressos consideram a correlação positiva entre o trabalho atual e o curso realizado.
Pioneirismo na formação intensiva para atuação na área de insumos para o SUS
Aprovada recentemente pelo Ministério da Educação (MEC), a residência multiprofissional de Farmanguinhos é a primeira do Brasil com um escopo voltado para formação intensiva de profissionais para atuarem na área de insumos para o SUS. Em março de 2020, cinco alunas ingressaram na primeira turma da Residência Multiprofissional em Tecnologias Aplicadas à Indústria Farmacêutica (ResidTAIF), destinada a recém-graduados em Farmácia, Medicina Veterinária e Biologia.
O coordenador do curso, Eduardo Sousa, relembrou o processo de lançamento da especialidade ressaltando os desafios de sua implementação, especialmente no contexto da pandemia. "Nossa residência está funcionando e é a única totalmente pública nesta área e feita em um dos laboratórios oficiais do Governo Federal. Temos muito orgulho dessa residência e de atender às expectativas, tanto das políticas nacionais como das regionais do SUS”, observou.
Quanto aos objetivos, Sousa detalhou que o curso visa capacitar os egressos a planejarem e executarem ações na Indústria Farmacêutica pertinentes à qualidade da população. Desta forma, o curso também busca interagir com as diversas áreas que envolvem a cadeia farmacêutica, bem como atuar na promoção da saúde, de acordo com os princípios do SUS, e estimular o pensamento crítico e a capacidade inovadora com vistas ao desenvolvimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde.
O coordenador descreveu ainda que o diferencial do curso está na educação, por meio do serviço das residentes nos diversos departamentos de Farmanguinhos, em regime de dedicação exclusiva, sob supervisão docente assistencial. “O curso é 80% prática e 20% teoria. As aulas são ministradas por profissionais da unidade e convidados. Já na parte prática, os estudantes têm a chance de se aprofundarem nas rotinas dos setores do Instituto durante toda a cadeia produtiva, começando pela Vice-diretoria de Gestão da Qualidade, em áreas como Controle e Garantia da Qualidade, Metrologia, Validação, Laboratório Físico-Químico, Produção, dentre outros”, destacou.
Perspectivas para o próximo ano
Um novo edital está previsto para ser lançado em 2022. O documento está em elaboração, mas precisará ter disponibilidade de bolsas para que seja viabilizado.