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Publicado em 20/03/2018

Saiba como foram os debates da 1ª Semana de Divulgação Científica promovido pela Fiocruz Brasília

Divulgação científica na prática: pesquisadores, comunicadores, estudantes, profissionais das áreas de saúde, ciência e tecnologia, pesquisa estiveram reunidos na 1ª Semana de Divulgação Científica da Fiocruz Brasília, entre os dias 12 e 14 de março, para discutir e refletir sobre temas como

Além dos painéis e rodas de conversa, que contaram com a presença de nomes como o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, e da diretora no Brasil do Festival Internacional de Divulgação Científica Pint of Science, também pesquisadora colaboradora da USP, Natália Pasternak, além de representantes da Fiocruz, como o coordenador do Núcleo de Estudos de Divulgação Científica do Museu da Vida, Luís Amorim, e da pesquisadora Luísa Massarani, coordenadora do Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde (COC), os participantes também participaram de Oficinas e foram incentivados a divulgar seus trabalhos, no espaço “Dê voz ao seu artigo”.

Realizada no último dia do evento, nos dois turnos, a Oficina de Divulgação Científica: infográficos dinâmicos foi conduzida pela pesquisadora Grasiela Sousa. Entre outras questões, Grasiela — que possui experiência em edição e finalização de produtos audiovisuais, diagramação e ilustração — destacou a importância do design da informação e sua inserção no cotidiano. Também foram apresentados conceitos sobre infográficos e dicas relacionadas à sua produção, como buscar clareza, ser criativo, apresentar as informações de forma correta e verificar as fontes de informação, lembrando sempre de dar os devidos créditos às fontes.

Para a organização do evento, composta por integrantes da Comissão de Divulgação Científica da Fiocruz, a primeira edição superou as expectativas, tanto em relação à qualidade das discussões quanto representatividade e número do público participante.

Dê voz ao seu artigo

Os participantes da 1ª Semana de Divulgação Científica foram desafiados a expor, em formato de vídeo, os conteúdos dos artigos e trabalhos de suas autorias. A proposta era divulgar, em apenas um minuto, as pesquisas desenvolvidas por eles, em linguagem informal e descontraída.

Saiba mais no site da Fiocruz Brasília.

Fonte: Nayane Taniguchi (Fiocruz Brasília)

Publicado em 16/02/2018

Cursos de férias recebem mais de 100 alunos de todo o país

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) abriu as portas de seus Laboratórios, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, para receber mais de 100 estudantes de graduação de todas as regiões do Brasil. Realizada entre os dias 29 de janeiro e 2 de fevereiro, a 19ª edição dos Cursos de Férias do IOC contou com uma maratona de atividades teóricas e práticas distribuídas em oito disciplinas. A concorrência foi grande: a temporada verão 2018 recebeu mais de 700 inscrições. “A cada edição, buscamos oferecer cursos novos, sobre temas atuais e de importância para a saúde pública e cada vez mais abrangentes em relação aos Programas de Pós-graduação do Instituto. A iniciativa é uma oportunidade para que esses alunos conheçam de perto uma instituição de pesquisa como a Fiocruz e um incentivo para aqueles que desejam seguir carreira acadêmica”, destacou a coordenadora da iniciativa Ana Carolina Ramos Guimarães, pesquisadora do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática do IOC. 

Diferentes temas de importância para a saúde foram alvo dos encontros preparados e ministrados por alunos de mestrado e doutorado dos Programas de Pós do IOC e coordenados por pesquisadores do Instituto. Avanços da tecnologia aplicada à pesquisa científica nortearam os cursos que abordaram o cultivo de células de mamíferos, modelos in vitro para o estudo da regeneração muscular e o biomonitoramento em ambientes aquáticos. Também foram destaques temas atuais como a genética das doenças que afetam os seres humanos e o uso de redes sociais como estratégia para a mobilização em prol do controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor dos vírus dengue, zika e chikungunya. A diversidade de zoonoses associadas aos morcegos e o estudo de helmintos parasitos de pequenos mamíferos também foram assuntos abordados nesta edição.

Pela primeira vez no Rio de Janeiro, a estudante Victória Brandalise, do curso de Ciências Biológicas da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, participou da disciplina Genética das Doenças Humanas: da pesquisa ao diagnóstico. “Aprendemos conceitos importantes de bioinformática, que na minha faculdade é uma disciplina optativa, além de técnicas de sequenciamento, uma área que eu não trabalho no laboratório onde estudo. Pro verão, além de tirar férias, poder aprender foi uma experiência muito legal”, ressaltou Victória, que pretende seguir carreira acadêmica na área de pesquisa em genética e doenças infecciosas.

Já o aluno do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Matheus Ribeiro da Silva Assis participou do curso Métodos de Divulgação Científica. “O curso me deu a base para repassar para a sociedade os conteúdos aprendidos ao longo da faculdade – é fundamental que as pessoas entendam a forma como os medicamentos funcionam, seus benefícios e o modo correto de utilização, por exemplo. Tivemos a oportunidade de fazer trabalhos manuais e produzir materiais didáticos experimentais”, ressaltou.

Ao longo de 11 anos, os Cursos de Férias do IOC já capacitaram mais de 1.800 alunos de universidades públicas e privadas de todo o Brasil. 

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

Publicado em 29/01/2018

Estudo avalia formação de agentes de combate a endemias

Todos os dias, agentes de combate às endemias (ACE) que atuam nos Programas de Saúde da Família visitam casas, terrenos baldios, indústrias e estabelecimentos comerciais, tendo como uma das missões identificar focos de doenças. Esses trabalhadores, juntamente com os agentes comunitários de saúde (ACS), são atores essenciais para o controle de uma série de arboviroses, entre elas a dengue e a febre amarela. Com uma tarefa tão importante, é de se esperar que os agentes de combate às endemias sejam altamente qualificados. Entretanto, uma pesquisa de doutorado da Fiocruz Minas mostrou que, embora existam iniciativas voltadas para a capacitação desses profissionais, não há uma política de formação de longa duração, capaz de fornecer, com consistência, toda a gama de conhecimentos que a função requer. O estudo revelou, ainda, a forma como esses trabalhadores se enxergam, se identificam e como pensam ser vistos pela sociedade.

A pesquisa se dividiu em duas etapas: análise de documentos e entrevista com os ACE. Para realizar a primeira etapa, os pesquisadores avaliaram acervos eletrônicos do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, para identificar conteúdos relacionados à formação dos agentes, entre 2001 e 2016, sendo dengue o tema enfocado. No total, 14 documentos foram analisados. A pesquisadora Janete Evangelista é a responsável pelo estudo, que é fruto de sua tese de doutorado. Segundo ela, de um modo geral, observou-se que não há uma política de formação sendo executada de forma permanente no contexto da dengue. "O que existem são ações conjunturais, insuficientes uma vez que sabemos que doenças como a dengue têm uma relação estreita com os determinantes sociais e, para combatê-las, é necessário mais que medidas pontuais”.

De acordo com Janete, a análise mostrou que o conteúdo disponibilizado privilegia o controle de vetores, sobrepondo-se a uma política de educação profissional consolidada. Além disso, percebeu-se uma preponderância de linguagem técnica e biomédica,  distante da realidade dos agentes de controle de endemias. Os documentos indicaram ainda serem atribuídas a esses profissionais atividades que exigem mais conhecimento do que vem sendo oferecido, como por exemplo orientar a população em ações de educação em saúde.

Entrevistas

A inexistência de um sistema sólido de formação profissional, constatada pela análise documental, foi confirmada por meio entrevistas com os ACE. Nesta segunda etapa do trabalho, as pesquisadoras conversaram com profissionais que atuam na prevenção e no controle da dengue no distrito de Eldorado, localizado no município de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Ao todo, foram entrevistados 30 agentes de combate às endemias, no decorrer de 2016, por meio da técnica de grupo focal, que convida os participantes a falarem de temas específicos. Trajetória de formação e identidade foram os assuntos propostos.

Durante os encontros, os entrevistados relataram que se sentem inseguros para realizar suas atividades por não contarem com um programa sistematizado e regular de qualificação. Muitos afirmaram que não receberam um curso básico introdutório e, por isso, não têm clareza sobre a prescrição mínima de suas tarefas. Boa parte deles declarou ter sido orientada de forma informal pelos próprios colegas. “Somente os trabalhadores que estão há mais tempo na função disseram ter passado por treinamento. Já os novatos relataram que o aprendizado se deu na prática cotidiana, numa espécie de ‘telefone sem fio’, em que os mais antigos repassam as informações para os mais novos”, conta Janete.

Segundo a pesquisadora, os entrevistados também afirmaram desconhecer conteúdos relacionados à dengue disponibilizados online. Relataram ainda que, no ambiente de trabalho, não têm acesso à internet. “Por conta desses relatos, um dos desdobramentos do nosso estudo será a criação de um portfólio de fontes sobre dengue e, para isso, já fizemos um levantamento dos sites do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, que abordem a temática. Compilamos os dados encontrados e, em breve, vamos disponibilizar o portfólio para que os agentes de combate às endemias possam consultar e buscar informações ”, diz.

Identidade

O estudo apontou ainda que a falta de uma formação consistente reflete na forma como os ACE se percebem e são reconhecidos. Esse fato tem impacto no processo de formação de sua identidade profissional. Pela falta de padronização de suas atividades, precário processo de integração com as equipes de saúde da família, dentre outros fatores, cada profissional forma uma imagem individual a respeito do seu trabalho. Em geral, todos apresentam baixa autoestima e desmotivação (leia mais aqui).

Para a pesquisadora, o estudo deixa claro que ações políticas mais integradas e intersetoriais podem auxiliar na legitimação das práticas e políticas de formação e trabalho dos ACE, auxiliando-os a se reconhecerem como pertencente a uma categoria profissional. “ E o mais importante: a institucionalização de uma sólida política de educação profissional direcionada ao ACE pode contribuir para um avanço significativo na prevenção e no controle da doença e vetores”, diz.

Intitulada Qualificação e educação profissional no contexto da dengue: a perspectiva dos agentes de combate às endemias, a pesquisa teve orientação de Virgínia Schall (in memorian) e Denise Nacif Pimenta. O estudo deu origem a dois artigos, um deles já publicado e disponível aqui.

Fonte: Fiocruz Minas | Foto: Raul Santana

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