A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), através do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), está com inscrições abertas para o curso presencial de Gestão Integrada e Participativa em Saúde, Trabalho e Ambiente. Ao todo serão ofertadas 25 vagas, sendo 22 para ampla concorrência e 3 para ações afirmativas. É possível se inscrever até o dia 3 de março.
O curso é voltado a profissionais de nível superior, atuantes em órgãos da administração pública no município de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, além de representantes dos conselhos municipais interessados em colaborar em ações intersetoriais. O objetivo é contribuir para a articulação entre assistência, gestão, ações de promoção da saúde e vigilâncias, na lógica da integralidade.
Acesse o edital e inscreva-se aqui pelo Campus Virtual Fiocruz!
O Brasil teve quase 3,5 mil casos confirmados de microcefalia e outras alterações possivelmente ligadas ao vírus zika, entre 2015 e 2019, segundo o Ministério da Saúde. Mais da metade das notificações ocorreu na região Nordeste, onde o aumento de casos de microcefalia foi relatado primeiramente: no estado de Pernambuco. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi uma das protagonistas na investigação e no enfrentamento dessa emergência sanitária no país, que foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pela rapidez com que atuou.
Uma das iniciativas estratégicas neste sentido tem sido a qualificação de profissionais e gestores de saúde. Por isso, está aberta a segunda oferta do curso Atenção Integral às Crianças com Alterações do Crescimento e Desenvolvimento, relacionadas às Infecções Zika e Storch (síndromes causadas por sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes vírus). A qualificação é voltada a profissionais de saúde, principalmente médicos e enfermeiros. O curso é gratuito e realizado à distância. Os interessados já podem se inscrever aqui pelo Campus Virtual Fiocruz.
Lançado em 2019, o curso é uma parceria entre o Ministério da Saúde (por meio das Secretarias de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, de Atenção à Saúde e de Vigilância em Saúde), a Fiocruz Pernambuco, a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), o Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e o Campus Virtual Fiocruz. O objetivo é qualificar profissionais de saúde atuantes em Atenção Primária ou Estratégia de Saúde da Família (ESF), para que estejam aptos a proceder no apoio a crianças que tenham alterações motoras relacionadas a ambas as infecções virais.
Em 2020, a vigilância de anomalias congênitas e de doenças raras é uma das prioridades do governo federal, de acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira. “Nós faremos esse trabalho integrado com outros ministérios e outras instituições, buscando principalmente a integração das ações de vigilância com a Atenção Primária, que promove as ações de cuidado a esses pacientes”, declarou, em dezembro do ano passado.
Um dos objetivos da qualificação é permitir que os profissionais atuem de forma sistemática e padronizada, proporcionando um atendimento qualificado, principalmente a populações mais vulneráveis e que residam em áreas remotas e de difícil acesso. Espera-se, ainda, que a iniciativa ajude a estabelecer estratégias de encaminhamento dos casos encontrados. Para isso, os participantes do curso vão contar com a experiência prática de assistência e pesquisa que a Fiocruz vem acumulando ao longo dos anos, orientada pelas diretrizes clínicas propostas pelo Ministério da Saúde. Destaca-se, também, que a especialistas de várias unidades da Fundação participaram da concepção do curso, agregando diferentes abordagens.
O conteúdo está dividido em quatro unidades didáticas, que abordam: o contexto epidemiológico do Zika e Storch; o desenvolvimento infantil em uma perspectiva do cuidado ampliado em saúde na ESF; a avaliação neuropsicomotora na ESF; e estratégias de orientação e seguimento na perspectiva da ESF. A fim de disseminar estes conhecimentos de forma ampla, a qualificação é oferecida à distância (EAD). Os alunos têm acesso a recursos educacionais como vídeos com especialistas, games, textos de apoio e outros. No total, são 30 horas-aula online.
Ao oferecer o curso pela segunda vez, a Fiocruz reitera seu compromisso com ações integradas para pesquisa, ensino e assistência, a partir de um olhar voltado para a atenção integral à saúde. As inscrições ficam abertas até o dia 27 de junho, através deste link.
Saiba mais: Brasil apresenta balanço após 4 anos de epidemia do zika
A comissão científica do 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia está com chamada pública aberta para a contribuição de grupos de pesquisa, grupos temáticos da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e programas de pós-graduação. Serão aceitas propostas enviadas até 28 de dezembro.
Esta iniciativa visa ampliar o leque de atores envolvidos nas proposições de temas de interesse para a epidemiologia brasileira, bem como ampliar as fontes de recursos financeiros que assegurem a sustentabilidade do evento, mantendo a excelência que vem sendo uma de suas marcas desde a primeira edição. O tema da 11ª edição é Epidemiologia, Democracia e Saúde: conhecimentos e ações para equidade.
As propostas podem ser para a realização de mesas-redondas, palestras ou cursos. As mesas-redondas devem contar com dois a três expositores e um moderador. Terão duração de duas horas, com apresentação e debate. Já as palestras terão duração de uma hora e contarão com apenas um expositor. Os cursos serão oferecidos no pré-congresso, com duração de 8h, 12h ou 16h.
Cada proponente poderá sugerir até duas atividades. O envio das propostas deve ser feito exclusivamente por meio de formulário eletrônico. O resultado da avaliação será comunicado a todos os autores proponentes até 28 de fevereiro de 2020.
Acesse aqui a chamada pública. Para saber mais, visite o site da Abrasco.
Uma rede digital que envolva a população no combate às arboviroses. Um aplicativo para ajudar no tratamento de pessoas com tuberculose. A criação de um “chatbot” — robozinho virtual capaz de passar informações à semelhança de um humano — para atuar em canais de comunicação da Fiocruz. Uma plataforma para ampliar a vigilância de focos de carrapatos transmissores da febre maculosa. Estes foram os protótipos criados após dois dias de maratona tecnológica: o Hackathon Fiocruz 2019, promovido pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), com o apoio do Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz.
Trinta e dois competidores, divididos em oito times, passaram o sábado (30/11) e o domingo (1º/12) no campus da Fundação, em Manguinhos, empenhados em criar soluções inovadoras para o Sistema Único de Saúde (SUS). Hackadoidos, P21, View Model Robusta e Dexllab foram os times vencedores. Agora, terão seis meses para desenvolver seus protótipos, criando aplicativos que possam melhorar serviços e políticas públicas. Para isso, vão contar com apoio financeiro, um laboratório-móvel que servirá como incubadora de ideias e a mentoria de uma empresa de tecnologia. E ainda serão contemplados com a ida a algum evento de tecnologia.
“Estamos muito felizes de ter participado e feito um bom trabalho. Agora é hora de se empenhar para desenvolver uma solução [aplicativo] de ainda mais qualidade”, resumiu Henrique Matheus, da equipe Dexllab, que criou o protótipo de uma plataforma por meio da qual qualquer cidadão poderá enviar foto de carrapatos encontrados Brasil afora, e então ser alertado se é um tipo não nocivo ou se pode ocasionar alguma doença, como febre maculosa. “Buscamos desenvolver uma aplicação que fosse de fato trazer impacto à vida das pessoas. Para isso, a mentoria foi muito importante. O meu grupo trabalhou com um grande número de dados, mas não sabíamos, por exemplo, que havia tantas classificações para carrapatos. Chegamos aqui muito crus no assunto, mas o apoio e as informações dos mentores tornaram possível chegar ao nosso modelo.”
Os participantes da maratona foram selecionados por meio de chamada pública, divulgada em outubro e novembro, e aberta a profissionais e estudantes que atuem em design, programação e desenvolvimento de soluções digitais. Antes disso, profissionais da Fiocruz também participaram de uma chamada pública, que os convidava a sugerirem “desafios” do cotidiano do SUS ou da Fundação que pudessem ser resolvidos por algum aplicativo.
Esses desafios só foram divulgados e sorteados entre os hackathonzeiros na manhã de sábado, quando as equipes foram formadas. A partir daí, os grupos contaram com o apoio de mentores para cada um dos temas, que puderam orientá-los quanto aos objetivos e as características de cada desafio. Os protótipos ganhadores foram selecionados por um júri de especialistas.
“Foi uma experiência muito boa, mas também um desafio muito grande, porque é preciso correr contra o tempo”, definiu Luciana Bitaraes, do time P21, que criou um chatbot para atender ao público que busca informações sobre o ensino na Fiocruz. “Mesmo que eu não estivesse entre os vencedores, já estaria ganhando, porque aprendi muito durante a maratona.”
A importância de explorar a criatividade e a inovação tecnológica em prol de soluções para o campo da saúde foi destacada inúmeras vezes durante as apresentações. Logo na mesa de abertura, no sábado, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, agradeceu aos participantes: “Vocês vão permitir que a Fiocruz, em seus 120 anos, possa estar desenvolvendo produtos de tecnologia digital que venham a reforçar nosso Sistema Único de Saúde. A Fundação, uma das raras instituições já com mais de 100 anos no Brasil, está atenta para se renovar ante os novos desafios para a saúde, para o país e para a cidade.
“Este hackathon traz um avanço em relação à maratona que fizemos em 2016, que é a previsão de que os protótipos sejam de fato desenvolvidos por vocês, na incubadora de ideias montada ao lado da Biblioteca de Manguinhos”, descreveu Rodrigo Murtinho, diretor do Icict, dirigindo-se aos competidores. “Vale lembrar que, em 2020, a Fiocruz comemora 120 anos de vida. E, justamente neste momento, vocês estarão aqui conosco, desenvolvendo aplicativos muito importantes para a área da saúde.”
“Um dos gargalos de qualquer hackathon é o dia seguinte. O que fazer com as ideias que surgem durante a maratona? Por isso, o Hackathon Fiocruz foi todo planejado para ir muito além de uma maratona”, afirmou Luis Fernando Donadio, coordenador do Escritório de Captação da Fiocruz. “Este hackathon não se encerra na prototipagem. Vai, sim, abrir caminho para uma incubadora de ideias, produzindo aplicativos para a sociedade.”
Festival de inovação
Mas o Hackathon Fiocruz 2019 não foi só trabalho. Participantes e público puderam assistir a palestras de temas como inteligência artificial, inovação em saúde pública e ciência de dados. Além disso, tiveram à disposição atividades de entretenimento, como jogos e imersão em ambientes de realidade virtual. A maratona ocorreu numa tenda ao lado do Parque da Ciência, no campus Manguinhos, e no auditório do Museu da Vida.
O hackathon integra a programação do Festival de Inovação da Fundação Oswaldo Cruz, promovido pela Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional. O Festival de Inovação é apresentado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.
#VacinaSim! A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou uma campanha de estímulo à vacinação, que tem por objetivo alertar a população sobre o tema — considerando que nos últimos dois anos há uma queda nos índices de cobertura vacinal dos principais imunizantes oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Neste sábado (19/10), acontece o Fiocruz pra Você, evento que já é uma tradição no calendário e chega à sua 26ª edição. É uma oportunidade para se aproximar da população e incentivar a participação numa série de atividades sobre saúde, educativas, científicas e culturais. Nesta edição, crianças de até 4 anos serão imunizadas com a tríplice viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba.
Vale lembrar que outras doenças que podem ser prevenidas têm exigido atenção quanto à prevenção e à vigilância epidemiológica: é o caso da febre amarela. Ampliando as ações de formação e levando informação a um público amplo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) abre novas vagas para seus dois microcursos sobre febre amarela – um deles sobre vacinação. Os cursos são gratuitos, abertos a qualquer interessado sobre o tema e de curta duração. As inscrições ficam abertas até o dia 20 de de janeiro de 2020*.
Saiba mais sobre os microcursos
Os cursos, que são online e gratuitos, foram produzidos pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e o Campus Virtual Fiocruz, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O conteúdo foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), sob a coordenação acadêmica da pesquisadora Marília Santini. Os interessados já podem se matricular nos dois microcursos, pelos links: Vacinação e Transmissão, vigilância e controle.
A estrutura de um microcurso é baseada em microlearning (microaprendizagem), trazendo conteúdos que reforçam conhecimentos, conceitos e condutas para qualificar o atendimento. Os participantes aprendem de uma forma rápida e objetiva. Exemplo disso é o próprio material de divulgação do curso, que traz cartões ilustrados com questões e fatos relacionados ao conhecimento da doença (veja alguns na galeria de fotos). Há também um miniquiz com perguntas rápidas para testar conhecimentos (clique aqui para responder).
Saiba mais sobre os cursos abaixo e clique nos links para acessar a área de inscrições.
Em forma de perguntas e respostas, o minicurso apresenta situações diversas sobre vacinação para febre amarela, trazendo orientações e reflexões para qualificar a recomendação de vacina e outras condutas associadas. É indicado para profissionais de saúde que atuam na atenção básica e em postos de vacinação. Mas qualquer pessoa pode se matricular. Ao final desse minicurso, o participante vai ser capaz de:
Transmissão, vigilância e controle
Apresenta os conceitos gerais sobre febre amarela, sendo indicado para os profissionais de saúde que atuam na atenção básica e em postos de vacinação. Mas é aberto para qualquer pessoa interessada. Ao final desse minicurso, o participante vai ser capaz de:
Caso tenha alguma dificuldade em se inscrever, envie uma mensagem para: suporte.campus@fiocruz.br
* Atualizada em 24/10/2019.
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC) receberá inscrições de alunos de graduação de todo o Brasil para mais uma edição dos Cursos de Férias. Mas fique atento: as inscrições vão até o dia 11 de junho*.
Serão oferecidos três cursos: Descobrindo a proteômica; Imunidade inata e o processo inflamatório e Morcegos: diversidade e zoonoses associadas. Para se candidatar, basta preencher o formulário aqui no Campus Virtual Fiocruz com atenção a todos os campos especificados, incluindo a carta de interesse. Para os classificados, há uma taxa de R$ 50 para a inscrição, sendo de responsabilidade do candidato o custeio de hospedagem, transporte e alimentação.
Os cursos destacam metodologias utilizadas na pesquisa básica, conceitos e contextos relativos a diferentes assuntos de importância para a saúde no Brasil. As atividades teóricas e práticas são ministradas por estudantes dos cursos de pós-graduação Stricto sensu do IOC e coordenadas por pesquisadores do Instituto.
As atividades acontecem entre os dias 15 e 24 de julho, no campus Manguinhos.
Também no dia 10 de junho, o IOC abre as inscrições para o Curso de Mestrado Profissional do Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Vigilância e Controle de Vetores. As inscrições podem ser realizadas aqui no Campus Virtual Fiocruz até 19 de junho. Estão previstas 25 vagas para profissionais com nível superior, especialmente do serviço público de saúde.
O curso tem como principal objetivo a formação de recursos humanos para atuar em produção, inovação, desenvolvimento, ensino e pesquisa aplicados em saúde com ênfase nas áreas de biologia de vetores, interação parasito-hospedeiro, epidemiologia, vigilância e controle de vetores.
Confira a chamada de seleção pública 2019 e saiba mais sobre outros Programas de Pós-Graduação do IOC.
* Atualizada em 11/6/2019.
Pouco mais de três anos depois da chamada Tragédia da Mineração, como ficou conhecido o crime gerado pela onda avermelhada de rejeito de minério que irrompeu da barragem da Samarco Mineração, em Mariana (MG), matando pessoas e destruindo o meio ambiente, o Brasil se viu novamente aturdido, triste e revoltado com outro desastre provocado por uma mineradora. A barragem de rejeitos classificada como de "baixo risco" e "alto potencial de danos" que a Vale do Rio Doce mantinha no Ribeirão Ferro-Carvão, na cidade de Brumadinho, a 65 km de Belo Horizonte, rompeu e provocou o maior acidente de trabalho da história do país, com mais de 150 mortos e 200 desaparecidos. Diante de catástrofes que se repetem, sem que os governos tomem as providências necessárias para que não mais ocorram, e num cenário em que as empresas são pouco (ou nada) responsabilizadas pelos crimes que cometem, pesquisadores vêm novamente relatar que haviam flagrantes indícios de que calamidades como esta de Brumadinho eram plenamente previsíveis. E não foi por falta de alerta e de estudos que foram evitadas.
A Fiocruz, por exemplo, empenhada em cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promoveu nos últimos anos, em sua sede no Rio de Janeiro e em suas unidades em outros estados, eventos científicos e organizou documentos que mostram, com riqueza de dados e argumentos, o quanto é danosa a atividade mineradora e o quão pouco é rigorosa e devidamente regulada. O poder público brasileiro, no entanto, reage (quando reage) apenas depois dos desastres anunciados. Triste sina de um país que não cobra, não fiscaliza, não pune – sobretudo quando o autor do crime é poderoso.
Os danos que afetam e deverão continuar afetando, nos próximos anos, os municípios do entorno de Brumadinho ainda não são totalmente conhecidos, embora os especialistas prevejam cenários desoladores. O tempo vai revelar a extensão e as consequências dessa nova tragédia humana e ambiental, que vai permanecer gerando problemas graves, para a saúde pública, para o Sistema Único de Saúde (SUS), para o meio ambiente, para as famílias, para as comunidades, nos próximos anos.
Acesse o especial! Lá, você encontra as últimas notícias, entrevistas, artigos de opinião de pesquisadores e outras informações sobre ações da Fiocruz sobre o tema.
O Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Cepedes/Ensp/Fiocruz) lançou, recentemente, o Guia de preparação e respostas do setor saúde aos desastres, um documento elaborado em três etapas, desenvolvidas entre 2015 e 2017, com informações e conceitos que ajudam a compreender o que é importante saber para reduzir os riscos de desastres. A publicação inclui dados sobre os relatórios de segurança de barragens, os mapas de distribuição e a classificação de risco.
Segundo o coordenador do Cepedes, Carlos Machado de Freitas, o manual foi elaborado de forma colaborativa, com o objetivo de subsidiar o Sistema Único de Saúde (SUS) na desafiadora tarefa de desenvolver planos de preparação e resposta para emergência em saúde pública por desastres. Para mais informações sobre a publicação, leia a notícia completa no site da Ensp.
Em entrevista exclusiva para o Campus Virtual Fiocruz, Carlos Machado, historiador e coordenador do Centro de Estudos para Emergências e Desastres em Saúde (Cepedes/Fiocruz), explica os impactos da tragédia na barragem de Brumadinho no âmbito da saúde. Leia mais.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está sempre de prontidão contra as doenças tropicais. A febre amarela é um dos agravos que tem exigido atenção redobrada quanto à prevenção e vigilância epidemiológica. Para manter profissionais e outros agentes da área da saúde sempre atualizados, a Fiocruz lançou dois microcursos sobre febre amarela.
Os cursos, que são online e gratuitos, foram produzidos pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e o Campus Virtual Fiocruz, com apoio da Organização Panamericana de Saúde (Opas). O conteúdo foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), sob a coordenação acadêmica da pesquisadora Marília Santini. Os interessados já podem se matricular nos dois microcursos: Transmissão, vigilância e controle e Vacinação.
Saiba mais sobre os microcursos
A estrutura de um microcurso é baseada em microlearning (microaprendizagem), trazendo conteúdos que reforçam conhecimentos, conceitos e condutas para qualificar o atendimento. Os participantes aprendem de uma forma rápida e objetiva. Exemplo disso é o próprio material de divulgação do curso, que traz cartões ilustrados com questões e fatos relacionados ao conhecimento da doença (veja alguns na galeria de fotos). Há também um miniquiz com perguntas rápidas para testar conhecimentos (clique aqui para responder).
Saiba mais sobre os cursos abaixo e clique nos links para acessar a área de inscrições.
1. Transmissão, vigilância e controle
Apresenta os conceitos gerais sobre febre amarela, sendo indicado para os profissionais de saúde que atuam na atenção básica e em postos de vacinação. Mas é aberto para qualquer pessoa interessada. Ao final desse minicurso, o participante vai ser capaz de:
2. Vacinação
Em forma de perguntas e respostas, o minicurso apresenta situações diversas sobre vacinação para febre amarela, trazendo orientações e reflexões para qualificar a recomendação de vacina e outras condutas associadas. É indicado para profissionais de saúde que atuam na atenção básica e em postos de vacinação. Mas qualquer pessoa pode se matricular. Ao final desse minicurso, o participante vai ser capaz de:
As matrículas para os microcursos ficarão abertas até junho de 2019. Caso tenha alguma dificuldade em se inscrever, envie uma mensagem para: suporte.campus@fiocruz.br
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus que é transmitido pela picada dos mosquitos infectados. O período de maior transmissão é no verão, entre dezembro e maio, quando há maior proliferação de mosquitos. Vale lembrar que não há transmissão direta, ou seja, de pessoa a pessoa.
Por sua gravidade clínica e potencial de disseminação, as ações preventivas, de vigilância e controle epidemiológico são consideradas muito importantes para evitar que a doença se propague.
O vírus – após décadas sem ser registrado na costa leste do Brasil – voltou a atingir a região no ano passado. Entre julho de 2017 e junho de 2018, foram confirmados 1.376 casos humanos de febre amarela. Destes, 483 pessoas morreram. Além disso, houve a confirmação de 864 macacos com o vírus (dados do Boletim Epidemiológico n 27/2018).
Por Campus Virtual Fiocruz e Universidade Aberta do SUS
*Atualizada em 14/02/2019.
O Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) está com 15 vagas abertas para o curso de atualização em vigilância em saúde no ambiente hospitalar. As inscrições vão até o dia 10 de novembro.
A iniciativa é voltada a profissionais de saúde de nível superior e graduandos dos cursos da saúde matriculados no último ano. O objetivo é fazer com que compreendam o papel da vigilância em saúde nos hospitais, considerando o atual modelo adotado pelo SUS, bem como a inserção da área no Sistema Nacional de Vigilância em Saúde.
Os alunos conhecerão, ainda: elementos do processo de trabalho da vigilância em saúde hospitalar e sua relação com o ambiente hospitalar de forma integrada à segurança do paciente; controle de infecção hospitalar e análise de indicadores para a avaliação de riscos, a prevenção e o controle de agravos.
O curso será ministrado de 26 de novembro a 17 de dezembro de 2018, na sede do INI, e contará com aulas teóricas presenciais (32h) e atividades à distância por meio da plataforma Moodle (8h).
Se interessou? Então inscreva-se aqui pelo Campus Virtual Fiocruz.
Por Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) | Foto: Unsplash
Uma iniciativa inovadora de formação baseada nos princípios da aprendizagem significativa. Assim pode ser definido o Programa de Formação em Saúde Pública para a Área de Fronteira Brasil-Uruguai, elaborado e oferecido por docentes da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e da Universidad de la República (Udelar). O programa se insere no marco de um acordo de cooperação trilateral entre os Ministérios da Saúde de Brasil e Uruguai e a Agência de Cooperação Técnica do Governo Alemão, e tem o objetivo de fortalecer os programas e serviços de vigilância em saúde na área de fronteira entre os dois países sul-americanos, com ênfase na vigilância do HIV/Aids.
Coordenado pelo pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp), Frederico Peres, o programa de formação teve início em março desse ano, com a solenidade de abertura contando com a presença do Ministro da Saúde do Uruguai, Jorge Basso Garrido, do diretor da Ensp/Fiocruz, Hermano Castro, e do vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Marco Menezes, que representou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, além de outras autoridades e professores brasileiros e uruguaios. A iniciativa contempla um conjunto de atividades acadêmicas, a serem realizadas em 2017 e 2018, nos quatro departamentos uruguaios que fazem fronteira com o Brasil, além de seis municípios do estado do Rio Grande Sul também localizados nessa região fronteiriça.
Estrutura do programa
A estrutura básica do programa está montada a partir de oficinas pedagógicas, oferecidas nos municípios de fronteira por docentes brasileiros e uruguaios, para profissionais que atuam/coordenam serviços de saúde no âmbito da Atenção Básica e de outros níveis de organização, de ambos os países. Nessas oficinas, são abordados e discutidos princípios, conceitos e ferramentas da organização dos sistemas de saúde e da vigilância em saúde de ambos os países. A partir de exemplos e da experiência dos profissionais-alunos, os professores atuam como mediadores do processo de reconhecimento de desafios e oportunidades presentes no cotidiano do trabalho loco-regional e, com base nesses exemplos e aportes, apresentam estratégias metodológicas e outras ferramentas que possam aprimorar as ações de vigilância em saúde na região fronteiriça, considerando as diferenças existentes entre as políticas, sistemas e serviços dos dois países.
Formação
A formação acontece em dois momentos distintos, ao longo de dois anos. Na etapa inicial, prevista para ocorrer entre março e dezembro de 2017, professores da Ensp/Fiocruz e da Udelar elaboram e conduzem as oficinas pedagógicas para um grupo de 30 profissionais, sendo 24 uruguaios e seis brasileiros, numa lógica de formação de formadores. As atividades e discussões são organizadas em torno de três Unidades de Aprendizagem: Organização dos sistemas de saúde; Vigilância em saúde; e Educação e promoção da saúde. Com essa organização, as atividades acadêmicas partem do reconhecimento das características de cada sistema nacional (SUS e SNS) para trazer à discussão estratégias e ferramentas voltadas para o fortalecimento da vigilância em saúde, com ênfase na vigilância do HIV/Aids. Na última unidade de aprendizagem, são discutidos os princípios pedagógicos da formação em saúde, visando à elaboração de novos programas de formação para diferentes grupos de profissionais e trabalhadores da saúde que atuam, em ambos os países, na região fronteiriça. Ao final dessa primeira etapa, cada departamento uruguaio e município brasileira terá construído um programa de formação voltado ao fortalecimento da vigilância do HIV/Aids, a ser executado ao longo de 2018.
Na segunda etapa do programa, os profissionais-alunos que participaram da formação em 2017 conduzirão os respectivos programas de formação em seus departamentos/municípios, com o acompanhamento pedagógico e técnico dos docentes da Ensp/Fiocruz e da Udelar. Espera-se que, ao final de dois anos, o programa tenha envolvido entre 450 a 500 profissionais de ambos os países, contribuindo assim para o aprimoramento permanente da vigilância em saúde na região de fronteira entre Brasil e Uruguai, assim como o fortalecimento de capacidades formativas locais.
Caráter inovador
Frederico Peres explica que o caráter inovador do programa reside, entre outros aspectos, na possibilidade de construção de um conhecimento de aplicação direta nos serviços de saúde, numa lógica mais horizontal. "Rompe-se o modelo do déficit de informação ainda vigente nas mais distintas iniciativas formativas oferecidas por escolas e centros formadores em saúde pública da região latino-americana. Isso permite construir percursos formativos que atendam de maneira efetiva e direta às necessidades colocadas pelos atores da prática, dado o contexto local, a organização do trabalho real e as condições existentes para o desenvolvimento de suas atividades de trabalho”, afirma.
Para o pesquisador, o Programa de Formação em Saúde Pública para a Área de Fronteira Brasil-Uruguai abre uma perspectiva de repensar o papel dessas escolas e centros formadores em saúde pública como espaços estratégicos para a formação no âmbito dos serviços, programas e sistemas de saúde regionais, além de possibilitar o fortalecimento da cooperação técnica da Ensp/Fiocruz.
Mestrado e expansão da formação
Como ação estratégica de cooperação internacional, cabe destaque ao espaço de articulação entre instâncias acadêmicas e de governo criado no processo de organização e oferta do programa, que envolve não apenas o trabalho colaborativo permanente entre docentes brasileiros e uruguaios, como também a estreita colaboração entre os Ministérios da Saúde do Brasil e do Uruguai com a prestadora de serviços públicos em saúde uruguaia (Asse) e com as secretarias municipais de saúde das cidades brasileiras fronteiriças. Esse arranjo complexo, porém fundamental, vem possibilitando o deslocamento de alunos e professores para os quatro departamentos uruguaios que fazem fronteira com o Brasil, onde acontecem as oficinas uma vez ao mês, assim como vem favorecendo a discussão de outras ações formativas e de cooperação técnica e o acompanhamento permanente das atividades do curso.
Como mostras da relevância da ação e de seu papel estratégico para o desenvolvimento de capacidades formativas, já se encontram em discussão dois outros projetos formativos que nascem no processo de organização e condução desse programa de formação. O primeiro está relacionado à construção de um mestrado em saúde pública no Uruguai, a ser oferecido pela Udelar com apoio da Ensp/Fiocruz, voltado à formação docente para os serviços de saúde, numa perspectiva semelhante a dos mestrados profissionais. E o segundo, que se encontra em discussão no âmbito da cooperação técnica entre a Vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz e a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, está ligado à possibilidade de expansão do programa de formação para outras áreas de fronteira do Brasil.
Além de Frederico Peres, participam do programa pela Ensp/Fiocruz os professores Eduardo Melo, Gustavo Matta, Maria de Fátima Lobato e Rosa Rocha, do Daps, Fernando Verani e Cosme Passos, do DEMQS, e Pedro Lima, do Cepi-DSS.
Fonte: Informe Ensp