A sessão do Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desta sexta-feira, dia 3 de maio, abordará o tema ‘Inteligência artificial e a transformação do ensino superior: novas perspectivas e desafios pedagógicos’, com o professor do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, Luis Tinoca. A atividade será transmitida pelo Canal do IOC no YouTube a partir das 10h.
Na ocasião, o pesquisador do Laboratório de Comunicação Celular do IOC, Renato Matos Lopes, atuará como mediador.
O Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) realizará, no dia 11 de abril, às 14h, a sua aula inaugural de 2024. O evento será comandado por Renato Noguera, professor e pesquisador da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ), que ministrará a palestra “A potência dos afetos: pequenas relações entre amor e aprendizagem", na Biblioteca de Manguinhos. Aberta ao público, a aula também marca as comemorações do aniversário do Instituto, que celebrou 38 anos de existência no dia 7 de abril. A palestra será transmitida pelo canal da VideoSaúde Distribuidora no YouTube. Haverá intérprete de libras.
A mesa de abertura contará com Eduarda Cesse, coordenadora geral adjunta de Educação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/VPEIC/Fiocruz), Rodrigo Murtinho, diretor do Icict, e Mel Bonfim, vice-diretora de Ensino da unidade. A mediação da palestra ficará a cargo de Igor Sacramento, coordenador e professor do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS/Icict).
Alinhado às propostas do Icict, marcadas pela interface entre ensino, pesquisa, serviços e atividades que fortalecem e atendem às demandas sociais do SUS, o tema é, segundo Mel Bonfim, uma pauta mais do que necessária para o contexto atual. “Essa aula mantém nosso compromisso político de deslocar para o centro do debate: a cultura e a produção de conhecimento de povos tradicionais, dos povos indígenas, da favela. Estamos seguindo no caminho intencionalmente escolhido, de refletir, sobre outra forma de existirmos, considerando que vivemos em um modelo societário que há anos se mostra insustentável e falido”, afirma.
E por que falar de afetos? A vice-diretora do Icict complementa: "Em meio à produção de desinformação criminosa, em que o enfrentamento ao discurso de ódio passa a ser objeto do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, já é tempo, ou melhor, estamos atrasados em falar de afeto, em permitir que sejamos afetados e sensibilizados por um conceito de amor muito mais profundo, que costumeiramente compreendemos por essa palavra. Amar pode ser muito mais coletivo e comunitário”, explica Bonfim.
Renato Noguera é doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), integra o Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEduc) e participa do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro/UFRRJ), onde coordena o Grupo de Pesquisa Afroperspectivas, Saberes e Infâncias (Afrosin). Ele também é roteirista e consultor de produções audiovisuais e escritor, já tendo lançado diversos livros, incluindo Mulheres e Deusas: como as divindades e os mitos femininos formaram a mulher atual (Harper Collins, 2018), Por Que Amamos: o que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor (Harper Collins, 2020) e O que é o luto? Como os mitos e as filosofias entendem a morte e a dor da perda (Harper Collins, 2022).
Ao site do Icict, Noguera falou como o amor se aplicaria no ensino de Comunicação, Informação e Saúde, considerando seus desdobramentos, como a relação entre docentes e alunos e o resultado de seus trabalhos (teses e dissertações). "Amar implica em reconhecer os nossos limites. É preciso mensurar corretamente a quantidade e qualidade dos recursos disponíveis para que atividades de comunicação e informação na área de saúde sejam potentes. Quais instâncias coletivas e institucionais podem dar a devida atenção para mediar os conflitos entre docentes e discentes?”, indagou.
Considerando o ensino de Comunicação e Informação em Saúde sob a ótica da afroperspectiva, que é um tema abordado por Noguera, ele afirmou que é “necessária uma perspectiva contracolonial , preciso problematizar as ausências na área. Afinal, o que nos falta? Mas é importante elaborar mais espaços biointerativos que façam confluir maneiras de desejar, pensar e sentir que reconheçam nossa irmandade cósmica com o mundo e desfaça a nosso divórcio com a natureza.”
Renato Noguera concedeu, em 2019, uma entrevista ao programa Ciência e Letras, do Canal Saúde da Fiocruz.
Confira a entrevista de Renato Noguera ao Ciência e Letras
Assista à transmissão ao vivo da palestra
Integrando o 4º Ciclo de Treinamentos Virtuais, a Biblioteca de Manguinhos oferece, em 10 de abril, a partir das 14 horas, a capacitação em “Elaboração de referências ABNT NBR 6023:218”, com Diones Ramos, tendo a mediação de Márcia Aguiar, ambas profissionais da Biblioteca de Manguinhos. As inscrições são gratuitas e já estão abertas. Haverá emissão de certificado de participação. A transmissão será pelo canal do Youtube da Biblioteca de Manguinhos.
O objetivo do treinamento é ensinar os interessados a estruturarem as referências de seu trabalho acadêmico de acordo com a norma da ABNT.
Acompanhe:
Fiocruz é SUS: rodas de saberes, práticas compartilhadas dá título ao novo livro da Plataforma IdeiaSUS Fiocruz. A publicação, que será lançada no dia 1º de março, às 10h, no Auditório do Museu da Vida, campus sede da Fiocruz no Rio de Janeiro, com transmissão simultânea pelo canal da VideoSaúde no YouTube, está organizada em sete capítulos, dos quais um deles foi traduzido, de forma inédita, para o Guarani.
O primeiro e o segundo capítulos tratam da curadoria em saúde IdeiaSUS Fiocruz. Assinado pelas pesquisadoras da IdeiaSUS, Claudia Le Cocq e Marta Magalhães (organizadoras também do livro), o capítulo 1 destaca os caminhos trilhados por esta iniciativa, que ganha impulso em 2018. Como escrevem as autoras, a curadoria é reconhecida como um processo formativo e informativo das práticas do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é contribuir para a reflexão, a sistematização e o fomento da discussão sobre experiências de diferentes territórios e temáticas do SUS.
Ainda no capítulo 2, assinado por vários curadores parceiros da IdeiaSUS, os focos são as potencialidades e os desafios da proposta. Como definem, a atividade implica o ato de apoiar e acompanhar práticas de saúde, convidando gestores e equipes envolvidas com aquela experiência a aderirem ao processo de reflexão crítica sobre os seus trabalhos no cotidiano do SUS.
Práticas compartilhadas
A publicação resulta do próprio exercício da curadoria da IdeiaSUS, especialmente do acompanhamento de cinco práticas do SUS, ao longo de 2013. O terceiro capítulo segue com a sistematização e apresentação da prática sobre a implantação da Rede de Atenção e Prevenção ao Suicídio de Anastácio, em Mato Grosso do Sul. A criação da Rede, em 2017, justificou-se pelos altos índices de suicídio na região sul-mato-grossense de Anastácio e Aquidauana. A iniciativa nasce com o objetivo de atuar na prevenção, atenção e posvenção dos casos identificados pela Rede de Atenção à Saúde da cidade.
O capítulo 4 trata da saúde mental dos povos indígenas. A experiência nasce da escuta das demandas de saúde mental da população indígena da aldeia Tarumã, pertencente ao Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Polo Base de Araquari, em Santa Catarina. A escuta permitiu entender que a alimentação, por exemplo, tem forte influência sobre a saúde mental dos indígenas. Foi explicado à equipe de curadores que se determinado alimento for ingerido em fase de vida específica, como no período gestacional ou puerperal, isso pode ser determinante de adoecimento psíquico. O capítulo sobre esta experiência, de forma inédita, foi traduzido para o Guarani, pela própria comunidade da Aldeia Tarumã e estudantes da Escola Indígena de Ensino Fundamental Tupã Poty Nheé.
O quinto capítulo é dedicado a uma experiência do município de Pilar, em Alagoas, voltada para o enfrentamento da hanseníase. O trabalho lança mão de duas potentes estratégias: identificação de clusters, ou seja, de áreas consideradas de risco para a doença, permitindo uma análise fiel das ações de controle, bem como o diagnóstico precoce; e treinamento em serviço. Trata-se de um trabalho inovador, que garantiu maior adesão e mobilização dos participantes e o devido diagnóstico da situação das ações de controle da hanseníase, fazendo frente a uma doença ainda negligenciada no Brasil. O país é o primeiro do ranking de incidência da hanseníase e o segundo em números absolutos da doença, atrás apenas da Índia.
O capítulo 6 aborda uma estratégia de educação e promoção de direitos em Presidente Figueiredo, no Amazonas. Trata-se da aplicação da educação permanente em saúde, por meio de oficinas, e da participação de usuários, profissionais e gestores de saúde na construção do Plano Municipal de Saúde, com apoio das conferências locais de saúde. Como escrevem os autores desse capítulo, um planejamento participativo possibilitou o fortalecimento da participação social, o conhecimento da realidade das unidades de saúde e a construção colaborativa das ações de saúde a partir dos territórios.
O último capítulo do livro é sobre uma experiência de Santo André, em São Paulo, voltada para o cuidado à saúde de gestantes, usuárias de substâncias psicoativas, vivendo em situação de rua. A equipe cuidadora dessas mulheres fazem parte do Consultório na Rua, sob a gestão da Coordenação de Saúde Mental do município, que, historicamente, investe na diretriz de redução de danos. Entre as ações realizadas estão abordagem, acolhimento, cadastro no SUS, atendimento médico, de enfermagem e redução de danos, avaliação de vulnerabilidade, encaminhamento e transporte para atendimentos em outras unidades de saúde, incluindo serviços de urgência, além de coleta de exames, distribuição de insumos de higiene e preservativos.
O livro é encerrado com o posfácio, assinado pelo historiador Carlos Fidelis Ponte, presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), instituição parceira na edição da publicação. Em alusão às experiências evocadas, Fidelis Ponte afirma que as iniciativas locais implicam elementos essenciais para a conquista de uma vida digna e saudável.
Vozes da Saúde
As experiências destacadas nesta publicação servem, ainda, de pauta para cinco dos atuais 65 episódios de Vozes da Saúde, as experiências da IdeiaSUS, disponíveis no Youtube. A série, produzida pela Plataforma IdeiaSUS Fiocruz e a VideoSaúde Fiocruz, é um ponto de memória de práticas que refletem um sistema público de saúde diverso, potente e presente na vida de milhões de pessoas, espalhadas pelo Brasil.
Para assistir aos episódios de Vozes da Saúde relativas às práticas apresentadas no novo livro da IdeiaSUS Fiocruz, basta clicar sobre cada título abaixo.
– Identificação de Clusters e treinamento em serviço: estratégia para abordagem da hanseníase
– Reduzindo danos e protegendo vidas: cuidado às gestantes em situação de rua
– Equidade no SUS por meio da articulação regional: saúde mental indígena
– Conferências locais de saúde: estratégias de educação permanente para o plano municipal de saúde
– Implantação de rede de atenção e prevenção ao suicídio de Anastácio/MS: uma realidade possível
Acompanhe:
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) vai receber a deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ), para falar sobre “Políticas públicas para o enfrentamento à invisibilidade do trabalho do cuidado realizado pelas mulheres no Brasil” na Abertura do Ano Letivo 2024 da Escola. O evento será realizado no dia 5 de março, às 9 horas, na Escola Politécnica e também haverá transmissão pelo Canal da EPSJV no Youtube.
De acordo com o relatório desenvolvido pela organização não-governamental britânica Oxfam, cuidar de outras pessoas, cozinhar, limpar, buscar água e lenha são essenciais para o bem-estar de sociedades, comunidades e para o funcionamento da economia – um trabalho que representa bastante as desigualdades sociais e de gênero, já que ele é prestado principalmente por mulheres e meninas em todo o mundo. Ainda segundo o estudo, o valor monetário global trabalho do cuidado não remunerado representa US$ 10,8 trilhões por ano à economia global. Para se ter ideia da disparidade, em 2019, os bilionários do mundo (2.153 indivíduos) detinham mais riqueza do que 4,6 bilhões de pessoas. O que mostra como o sistema econômico mundial, além de injusto, é sexista.
Te esperamos no dia 5 de março, às 9h, para debater as formas como o governo pode fazer frente a essa invisibilidade e promover políticas que prezem pela equidade e por quem cuida.
Assista à transmissão abaixo:
A descoberta do parasito Trypanosoma cruzi e a publicação do ciclo de transmissão da doença de Chagas completam 115 anos em 2024. O marco será lembrado nos dias 11 e 12 de abril, durante a 12ª edição do Ciclo Carlos Chagas de Palestras, evento promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Os alunos que desejarem apresentar trabalhos no tema do encontro devem submeter seus resumos até 15 de março, por meio do Campus Virtual Fiocruz. As inscrições para o evento também devem ser realizadas na plataforma.
Neste ano, o tema será “100+15 anos da descoberta da doença de Chagas: o tempo não para — Informação, controle, cuidado e erradicação: diferentes estratégias para uma doença com múltiplas dimensões”. A atividade acontecerá em formato híbrido, com sessão online, no dia 11 de abril, transmitida ao vivo pelo Canal IOC no YouTube; e sessão presencial, no dia 12, no Auditório Emmanuel Dias (Pavilhão Arthur Neiva — Campus Manguinhos da Fiocruz, Rio de Janeiro).
A programação terá como foco o uso de plataformas digitais para compartilhar informações com a população sobre a doença e a recente inclusão do agravo no programa para eliminação de doenças do Ministério da Saúde.
O Ciclo Carlos Chagas de Palestras é organizado pelos pesquisadores do IOC, André Roque, do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos, e Rubem Menna Barreto, do Laboratório de Biologia Celular.
Os desafios e avanços para unir a objetividade científica à subjetividade na produção e transmissão de conhecimentos serão tema do próximo Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos (Ceensp), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). Coordenado pelo pesquisador Marcelo Firpo, o evento discutirá Metodologias sensíveis co-labor-ativas: encontros entre ciência, arte e transformação social para coracionar a saúde coletiva. O Ceensp ocorrerá no dia 28 de fevereiro, às 14h na sala 410 da Ensp e contará também com transmissão ao vivo pelo canal da Escola no Youtube, além de tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os palestrantes serão o pesquisador Paulo Amarante, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Laps/Ensp); Marina Fasanello, do Núcleo Ecologias e Encontros de Saberes para a Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/Ensp); e Marcelo Tingui-Botó, da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) e mestrando na Ufal.
A proposta deste Ceensp é refletir sobre como o campo científico pode compreender formas de ser, viver e se relacionar com o mundo que transcendem a objetividade. Para isso, é preciso pensar metodologias interdisciplinares e coletivas que valorizem a sensibilidade dos saberes do senso comum, da arte e da consciência, presentes nos territórios indígenas, quilombolas, camponeses ou nas periferias urbanas. Nesse sentido, o desafio é estabelecer pontes, flexíveis e sutis entre a objetividade e a subjetividade num trabalho conjunto com os territórios e as pessoas.
Ao Informe Ensp, a pesquisadora e o coordenador do Neepes/Ensp, Marina Fasanello e Marcelo Firpo, explicaram que as metodologias sensíveis co-labor-ativas, que estão desenvolvendo, buscam reconhecer o conhecimento sensível como episteme. “São centradas em encontros e confluências e buscam integrar dimensões epistemológicas, dimensões éticas, ontológicas e afetivas na produção de conhecimentos emancipatórios”, disseram. “Nós entendemos que os critérios de qualidade e objetividade científica na produção de conhecimento dos últimos séculos acabou gerando um afastamento entre ciência e os objetivos de transformação social. E esses afastamentos costumam se expressar por paradoxos mal enfrentados por modelos intelectuais da ciência que priorizam uma perspectiva em detrimento da outra, como por exemplo: pensar-sentir, exterior-interior, análise científica-consciência, desenvolvimento-envolvimento, razão especializada-senso comum, ciência-arte, e vários outras”, completaram os pesquisadores.
Ainda de acordo com Marina Fasanello e Marcelo Firpo, o termo ‘sensível’ que caracteriza as metodologias que estão propondo estabelece “pontes, flexíveis e sutis, entre esses polos que marcam esses paradoxos”. Já o co-labor-ativo, propositalmente com hifens, “transcende a ideia de participação quando enfatiza a co-presença, com trabalho e ação conjuntos integrando a produção de conhecimentos com transformação social. Esse movimento implica um esforço teórico e político de descolonizar e coracionar a academia”. Uma pergunta estratégica para a transição paradigmática da saúde coletiva, segundo os pesquisadores, seria: “como podemos compreender o papel da ciência e a dimensão metodológica em termos de limites, necessidades, desafios e avanços que têm sido feitos para se trabalhar com os territórios, as organizações comunitárias e os movimentos sociais voltados à transformação social?”
Por que colocar esse tema em debate no Centro de Estudos? Os pesquisadores explicam:
Temos uma crise planetária com múltiplas dimensões que esgarçam os limites da modernidade e seus projetos utópicos, e que se concretizam de diferentes maneiras: crise da democracia, concentração de renda e poder político, crise do Estado Moderno de Direito, crises socioambientais como a climática e a destruição dos ecossistemas.
No caso do Sul Global e de nosso país, temos a emergência das vozes, conhecimentos e lutas cada vez mais visíveis de povos originários, quilombolas, de matriz africana, das mulheres e da juventude em periferias urbanas que apresentam outras reivindicações e alternativas. Criticá-las por serem questões identitárias e fragmentadoras implica num certo reducionismo que não enxerga que temos pela frente uma crise mais ampla de uma era que exige processos de transição paradigmática e civilizatória. A crítica à ciência moderna feita por escolas pós-coloniais e vários movimentos sociais têm a ver com falta de sensibilidade da ciência e dos cientistas de lidar com diferentes temas, populações, culturas e sistemas de conhecimentos. Ou seja, busca-se outra objetividade para pensar o conhecimento e a transformação social, os processos de desenvolvimento e “crescimento econômico”, mais voltados à ética, à política e à vida. Não se trata de pedir apenas por mais ciência dita objetiva, mas que continue desconectada da vida, das pessoas e das lutas sociais por dignidade.
Para enfrentar tudo, acreditamos que o desafio atual do conhecimento passa pelo resgate da epistemologia com sabedoria. Para isso, precisamos aliar dimensões ontológicas, metodológicas, pedagógicas, artísticas e afetivas. Nesse sentido, a dimensão metodológica impulsionada por pesquisas interdisciplinares e qualitativas, obviamente vinculadas a dimensões também quantitativas da realidade, passa a ter uma nova centralidade no desafio de apoiar movimentos de transição paradigmática, seja no âmbito da saúde coletiva ou de outros campos interdisciplinares do conhecimento, como as ciências ambientais e sociais.
Assista à transmissão abaixo:
A modelagem de transbordamento de parasitos será tema de simpósio internacional no dia 29 de janeiro. Organizado pela Universidad Complutense de Madrid com apoio do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o ‘Symposium Adaptive Networks for Parasite Spillover’ contará com palestras de especialistas do Brasil, Espanha e Suíça.
Ao todo, serão nove apresentações de pesquisadores da Fiocruz, Universidad Complutense de Madrid, Universidad Carlos III, Universidade Federal do Paraná, Universidade Estadual de Campinas, Universidad de Zaragoza, Universidade de São Paulo e University of Zurich.
Dentre os temas das palestras estão “Ecologia de meta-comunidades de doenças: movendo do efeito diluidor para paisagens diluidoras”, “Redes de interação entre aves e malária” e “Dinâmica de redes em ecologia e evolução”.
O simpósio será sediado pela Universidad Complutense de Madrid, com transmissão online pelo website e pelo canal no Youtube da Faculdade de Ciências Biológicas. As palestras serão apresentadas em inglês.
As atividades ocorrerão entre 6h30 e 12h15, no horário de Brasília. Confira a programação completa no site do evento.
Financiado pelo Instituto Serrapilheira, o simpósio aberto ao público marca o primeiro dia do ‘Workshop Adaptive Networks for Parasite Spillover’.
As atividades integram o projeto ‘Ecologia de meta-comunidades de doenças: movendo do efeito diluidor para paisagens diluidoras’, selecionado em edital do Serrapilheira.
O projeto é coordenado pela pesquisadora do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios do IOC, Cecília Andreazzi, que organiza o simpósio juntamente com Gisele Winck e Ana Paula Lula Costa, pós-doutorandas do mesmo Laboratório.
O evento conta com apoio da Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS).
Nos dias 25 e 26 de janeiro, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realiza o Workshop Expresso Chagas em Ação! no município de Posse, em Goiás. O encontro, sediado no Auditório da Universidade Estadual de Goiás, tem como objetivo fomentar o reencontro dos participantes da oficina do Expresso Chagas 21 desenvolvida no município em novembro de 2022. Na ocasião, também será inaugurado o Centro de Estudos e Pesquisa em Atenção e vigilância sobre Doença de Chagas em Posse, desdobramento das ações do Expresso Chagas 21 na região. O evento será transmitido ao vivo pelo canal da iniciativa no YouTube.
Confira a programação:
Dia 25/01/24 – quinta-feira
08h | Clínica e Tratamento da doença de Chagas
1º Encontro de médicos/as e enfermeiros/as de Posse e Regiões Nordeste I e II de saúde.
11h | Intervalo
14h | Expresso Chagas em ação
1º Encontro de integração dos profissionais do projeto Expresso Chagas em Posse - devolutiva de resultados e desdobramentos
16h | Entrega de certificados aos participantes de 2022
16h30 | Inauguração do Centro de Estudos e Pesquisa em Atenção e Vigilância sobre Doença de Chagas em Posse
Dia 26/01/24 – sexta-feira
09h | A voz dos afetados pela doença de Chagas em Posse
1º Encontro de movimentos sociais pelos direitos das pessoas – construção do núcleo Posse da AGPDC.
12h | Intervalo
13h | Informação, Educação e Comunicação em doença de Chagas
Cooperação da Fiocruz com universidades locais: perspectivas com o IFGoiano-Posse, UEG-Posse e Uniasselvi: estudantes e professores.
Os vagões de Chagas
O “Expresso Chagas 21” possui formato cenográfico de trem em alusão ao local de trabalho, entre 1907 e 1909, de Carlos Chagas – cientista do IOC que descobriu o parasita que provoca a infecção que leva seu sobrenome.
Os vagões temáticos abordam diferentes assuntos: as organizações locais que apoiam portadores da doença de Chagas, descobertas sobre o agravo feitas em laboratório, atividades lúdicas que agregam conhecimento sobre a infecção, cuidados em residências de áreas endêmicas e práticas integrativas complementares em saúde (arte, música, aromaterapia, entre outras).
A iniciativa possui caráter de tecnologia social, que são técnicas e processos adaptáveis criados com o propósito de solucionar algum tipo de problema social, levando em consideração fatores como simplicidade, baixo custo, fácil aplicabilidade e impacto social.
Construída por pesquisadores e estudantes do IOC, a conceituação do Expresso Chagas 21 contou com a participação de pessoas afetadas pela doença de Chagas vinculadas à Associação Rio Chagas.
A doença de Chagas
A doença de Chagas é causada pelo parasito Trypanosoma cruzi. As formas mais comuns de transmissão são pelos insetos triatomíneos (conhecidos popularmente como barbeiros), alimentos contaminados e transfusão de sangue. É quase 100% curável se detectada e tratada precocemente.
Atualmente, a doença de Chagas afeta mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas na América Latina, como informa a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS).
A Fiocruz promove, na próxima segunda-feira, 27 de novembro, o 1º Painel sobre Vigilância Laboratorial, uma iniciativa integrante do Programa VigiLabSaúde-Fiocruz. O evento, marcado para 14h, será transmitido ao vivo no canal oficial da Fiocruz no YouTube. A programação inclui palestras de gestores do Ministério da Saúde, apresentando a estrutura, responsabilidade e estratégias adotadas, no dia a dia, por setores envolvidos diretamente na Vigilância Laboratorial em Saúde em nível nacional.
A abertura do painel e a mediação das palestras serão conduzidas pelas coordenadoras geral e acadêmica do Programa VigiLabSaúde-Fiocruz, Eduarda Cesse e Andréa Sobral, respectivamente. Em seguida, o diretor do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (Daevs) do Ministério da Saúde (MS), Guilherme Loureiro Werneck, apresentará a estrutura do setor. Em seguida, será a vez de Carlos Vidotti falar sobre as ações da Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços (CGDEP), que integra a equipe do setor. Por fim, Marília Santini de Oliveira, da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB/MS), vai falar sobre os desafios e perspectivas da estratégia nacional de vigilância laboratorial.
O evento, aberto ao público, faz parte da disciplina Seminários Avançados 2, da qual os alunos do mestrado profissional oferecido pelo Programa em Saúde Pública com foco na vigilância, preparação e resposta a eventos de importância nacional (VigiLabSaúde-Fiocruz) participam de 27 de novembro a 1° de dezembro, na Fiocruz Brasília. As apresentações oferecerão uma compreensão aprofundada dos desafios atuais e futuros enfrentados na área da vigilância laboratorial, proporcionando uma oportunidade única para profissionais, estudantes e interessados se envolverem ativamente no diálogo.
A transmissão ao vivo contará com intérprete de Libras e permitirá a interação direta, possibilitando que perguntas sejam enviadas e respondidas. Não serão fornecidos certificados.
O Programa VigiLabSaúde-Fiocruz pretende contribuir para a formação de recursos humanos (mestrado profissional e doutorado) visando uma resposta rápida frente a surtos, epidemias, endemias e pandemias, grande desafio para a Saúde Pública brasileira e o Sistema Único de Saúde (SUS) na atualidade. A oferta vem sendo realizada pela Fiocruz, por meio de um consórcio entre os programas de pós-graduação na modalidade profissional em Saúde Pública (PPGSP-MP) do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), em Políticas Públicas de Saúde (PPGPPS-MP), da Fiocruz Brasília, e em Epidemiologia em Saúde Pública (PPGEPI-MP), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), e em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do MS.
Saiba mais.
Instagram: @formacaovigisaudefiocruz
Programação
14h - Abertura
Coordenação do Programa VigiLabSaúde/Fiocruz
Eduarda Cesse e Andréa Sobral.
14h10 – O Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde e Ambiente (Daevs)
Guilherme Loureiro Werneck (diretor do Daevs/SVSA - Ministério da Saúde)
14h40 - Ações da Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços – CGDEP/SVSA/MS
Carlos Vidotti (CGDEP)
15h10 - Estratégia Nacional de Vigilância Laboratorial: Desafios e Perspectivas
Marília Santini de Oliveira (CGLAB/Ministério da Saúde)
16h40 – Encerramento
Assista à transmissão ao vivo: