A segunda edição, revista e ampliada, da obra Impactos da Violência na Escola: um diálogo com professores, vencedora do Prêmio Jabuti 2011 na categoria Educação, chega em um momento de triste recrudescimento da violência contra as escolas. A obra está disponível em acesso livre no SciELO Livros.
Na última segunda-feira, 19, houve o terceiro ataque com mortes a escolas apenas este ano no país. Dessa vez, o alvo foi um colégio estadual na cidade de Cambé, no Paraná, onde dois estudantes menores de idade perderam tragicamente suas vidas.
No intervalo entre as edições deste livro, o Brasil viu aumentarem os conflitos e as desigualdades educacionais e sociais. Nas escolas, se uma curva ascendente de violência já era identificada em 2010, data da primeira edição, a tendência de crescimento reafirmou-se nos últimos anos.
A esses eventos traumáticos soma-se a experiência da Covid-19, que privou, por três anos, crianças e jovens de aulas regulares e do convívio social no ambiente escolar, trazendo prejuízos não só acadêmicos, mas também para a sua saúde mental, o que, por sua vez, realimenta o sofrimento e a violência.
Na presente coletânea, variados autores compartilham reflexões sobre os tipos de violência que acometem a comunidade escolar e entorno, e seus efeitos sobre a saúde de toda a comunidade. São apresentados os fundamentos teóricos e conceituais da violência na, contra e da escola, sob a ótica dos direitos humanos e do reconhecimento do caráter complexo e multifacetado da violência na sociedade. É nesta direção que os autores dirigem seus esforços analíticos e propositivos.
O objetivo é propiciar a análise e a ampliação das possibilidades de intervenção no cotidiano escolar brasileiro, que certamente não passa apenas por medidas fiscalizadoras ou punitivas. "A densidade das análises aponta a necessidade de políticas públicas e ações abrangentes e articuladas em vários planos, com base em uma visão ampla de proteção social e promoção de direitos, (...) que incidam sobre as comunidades, as famílias e o ambiente das escolas propriamente dito”, aponta, no prefácio da recente edição, Cristiani Machado, professora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC/Fiocruz) e diretora da Editora Fiocruz.
Um dos sentidos que orienta o livro é a busca pelo diálogo com os professores, “isso porque recai sobre esses profissionais, muitas vezes vítimas de situações precárias de trabalho e insuficiente valorização, uma imensa responsabilidade de identificar e enfrentar situações de violência para as quais não estão preparados, ou que têm limitado poder de solucionar, de forma isolada", complementa Cristiani. No caminho da busca por soluções, o último capítulo estimula o professor a elaborar um plano de intervenção local para prevenção e redução da violência na escola.
A obra em questão é fruto de consistente pesquisa do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves) da Ensp/Fiocruz e publicado pela Editora Fiocruz em parceria com a Ensp. A nova edição inclui um capítulo inédito e cinco novos autores, dos quais, Kathie Njaine junta-se, na organização do volume, a Simone de Assis, Patrícia Constantino e Joviana Quintes Avanci, todas pesquisadoras do Claves/Ensp/Fiocruz.
No contexto atual, revela-se mais que oportuna a reedição desta obra de interesse para um amplo público que queira se aprofundar em um tema de premente relevância nacional e global.
Sobre as organizadoras
Simone Gonçalves de Assis é médica, pós-doutora pela Cornell University, nos Estados Unidos, doutora em ciências pela ENSP/Fiocruz. Pesquisadora titular do Claves/ENSP/Fiocruz, atuando na área da violência e saúde, em especial no que se refere a crianças, adolescentes e jovens em situação de violência.
Patrícia Constantino é psicóloga, doutora em ciências pela ENSP/Fiocruz. Pesquisadora do Claves/ENSP/Fiocruz.
Joviana Quintes Avanci é psicóloga, pós-doutoranda na área de violência contra a criança e o adolescente, doutora em ciências pelo IFF/Fiocruz. Pesquisadora do Claves/ENSP/Fiocruz.
Kathia Njaine é comunicóloga, doutora em ciências pela ENSP/Fiocruz. Pesquisadora titular do Claves/ENSP/Fiocruz, atuando nas áreas de violência e saúde, juventude, informação sobre violência.
Sumário
Prefácio
Apresentação
1. Por uma cultura de educação em direitos humanos
2. Reflexões sobre violência e suas manifestações na escola
3. Violência na escola, da escola e contra a escola
4. Bullying escolar e cyberbullying
5. Gênero, sexualidade e raça: dimensões da violência no contexto escolar
6. Quando a violência familiar chega até a escola
7. Reflexões sobre os efeitos da violência na saúde de alunos e professores
8. Prevenir a violência e promover a saúde e a qualidade de vida na escola
9. A escola e a rede de proteção de crianças e adolescentes
10. Elaborando um projeto de intervenção local para enfrentar a violência na escola
Em acesso livre no SciELO Livros.
O livro ‘Lei Geral da Proteção de Dados e o Controle Social da Saúde’ está disponível em acesso aberto no site da Editora Redeunida. A obra é organizada pela pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Angélica Baptista Silva e pelo pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Francisco José Aragão Pedroza Cunha. O lançamento presencial do livro ocorrerá durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde, que acontecerá de 2 a 5 de julho, em Brasília. A publicação traz um amplo panorama sobre a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados nos diversos segmentos do controle social.
Além de um panorama geral sobre a LGPD, a publicação é dividida em três eixos que exploram como sua aplicação é possibilitada no controle das epidemias; no cuidado das pessoas com deficiência; na garantia do cuidado à saúde de mulheres, idosos, indígenas e LGBTI+; na assistência farmacêutica; na ética em pesquisa; entre outros importantes nichos que pulverizam o controle social.
Lançado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e pela Editora Rede Unida, o livro é um desdobramento do seminário "LGPD na Saúde: o CNS como articulador dos interesses da sociedade brasileira em Defesa da Vida", realizado pelo Conselho Nacional de Saúde, em parceria com a Fiocruz, em setembro de 2021. O Seminário está disponível na íntegra no Canal do CNS no Youtube. O evento contou com nove mesas redondas que discutiram três eixos de ação, entre eles: Acesso Universal à Saúde na Sociedade da Informação; Governo, Transformação Digital, Cidadania e o Controle Social da Saúde; e Aspectos da Saúde Digital e da Ética em Pesquisa à Luz da LGPD.
Segundo os autores de ‘Lei Geral da Proteção de Dados e o Controle Social da Saúde’, Angélica Baptista Silva e Francisco José Aragão Pedroza Cunha, “a coletânea visa contribuir com o cenário da governança das informações em saúde e a literacia dos atores do controle social na transição digital da saúde, suas práticas e tecnologias emergentes associadas”. O prefácio do livro é assinado pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto. De acordo com ele, o CNS defende a ética no uso de dados em políticas públicas e pesquisas, pois as informações de usuários do SUS devem, a qualquer custo, ter a privacidade garantida.
O livro, disponível em acesso aberto no site da Editora Redeunida, faz parte da série editorial Participação Social e Políticas Públicas, destinada à disseminação de produções científicas e técnicas no campo temático da participação social na saúde e nas demais políticas públicas, na perspectiva da democratização, das inovações institucionais e do alcance de direitos humanos.
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e participação social
A Lei Geral de Proteção de Dados, em vigor no Brasil desde agosto de 2020, é uma importante conquista relacionada à proteção dos direitos fundamentais de liberdade e privacidade da população brasileira. O marco regulatório tem por objetivo garantir a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem de todas as pessoas, definindo que ninguém ou nenhuma empresa pode se beneficiar de informações privadas com intuito lucrativo, por exemplo.
#ParaTodosVerem Banner com fundo escuro em tons verdes, no centro o nome do livro: Lei Geral de Proteção de Dados e o Controle Social da Saúde, abaixo o nome dos organizadores. Ao lado, uma foto do livro.
O Sextas de Poesia de hoje apresenta o poema de um escritor nórdico, Kjell Heggelund, nascido em Hamar, Noruega. Foi um grande pesquisador da literatura, editor, poeta, tradutor e crítico literário norueguês. Ganhou vários prêmios e escreveu diversos livros ao longo de sua carreira.
O poema escolhido para esta semana é "Expectativas", um lindo texto que, entre a noite e o dia, nos fala sobre colher o "doce fruto da manhã".
#ParaTodosVerem Foto de um cavalinho de balanço de madeira, atrás dele há uma janela onde entra a luz do sol com vista para uma área arborizada. No centro da foto, o poema de Kjell Heggelund.
Fatores sociais, ambientais e vulnerabilidades sociais e ambientais intensificam os efeitos das mudanças climáticas, resultando em alterações nos padrões de temperatura e clima. Devido a isso, a proliferação do mosquito Aedes aegypti se torna cada vez maior, inclusive em regiões que normalmente não eram impactadas pelo vetor e que agora sofrem um aumento significativo no número de casos da dengue, fazendo com que a doença se torne um problema de saúde em uma quantidade muito maior de municípios no país.
A situação piora quando pensamos nas áreas periféricas das cidades. A grande densidade populacional, somada às precárias condições de moradia e a oferta irregular do abastecimento de água são algumas das adversidades que podem influenciar no aumento de casos nestas áreas.
No e-book Enfrentando a dengue nas favelas e periferias, lançado pela InfoDengue com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 2023 e disponível para download em acesso aberto, consta que o Brasil hoje possui o total de 13.151 favelas – o dobro do registrado há 10 anos (6.329 favelas em 2012), tendo ultrapassado a população de países como Bolívia e Paraguai. São 5 milhões de domicílios e mais de 17,1 milhões de pessoas. O número de moradores das favelas brasileiras ultrapassa a população das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo somadas. Os dados fazem parte do levantamento Um país chamado favela 2022, divulgado pelo Data Favela em parceria com a Cufa (Central Única das Favelas) e o Instituto Locomotiva.
O artigo Rápida expansão da dengue no Brasil (traduzido do inglês), elaborado pela equipe do InfoDengue e divulgado pelo The Lancet Regional Health Americas, revela o alarmante dado que, nos últimos cinco anos, um total de 481 municípios detectaram transmissão comunitária da dengue pela primeira vez, representando 8,7 milhões de novos indivíduos em risco.
O livro é produto do InfoDengue, que durante todo o ano monitora e mantém os tomadores de decisão informados através de boletins periódicos sobre tendências de aumento e redução de casos, possibilitando a antecipação no planejamento de ações de prevenção, e tem como objetivo popularizar e fortalecer o trabalho das equipes de saúde na Atenção Básica e Agentes de Combate a Endemias (ACE) para a população.
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Diante destes dados alarmantes, o Campus Virtual Fiocruz lembra aos seus seguidores que, em parceria com o Ministério da Saúde, o curso InfoDengue e InfoGripe: Vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis, totalmente online, gratuito e autoinstrucional, permanece com inscrições abertas.
InfoDengue e InfoGripe: Vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis
O programa é voltado a profissionais da vigilância em saúde que atuam nas secretarias municipais e estaduais de Saúde, e é aberto também a interessados no tema.
O objetivo é promover a compreensão de conceitos teóricos do monitoramento de doenças transmissíveis e proporcionar aos profissionais conhecimentos e instrumentos para auxiliar na tomada de decisão em situações dedicadas à vigilância de arboviroses urbanas (dengue, Zika e chikungunya) e de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG).
O curso, que possui carga horário de até 40h, está dividido em dois módulos: módulo base e módulo aplicado, em que o aluno pode optar por estudar um dos sistemas (InfoDengue e InfoGripe) ou ambos. Os módulos trazem apresentações das doenças como problemas de saúde pública e sua epidemiologia no país, seguido de uma introdução ao processo de coleta e organização de dados feitos pelas secretarias de saúde.
Os alunos do curso serão apresentados a conceitos teóricos do monitoramento de doenças transmissíveis, métodos e práticas específicos do Infodengue e do Infogripe, para que sejam capazes cenários de risco e a leitura-interpretação dos boletins em diferentes contextos.
Veja abaixo como estão divididos os módulos:
MÓDULO 1: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA
- UNIDADE 1: Introdução aos determinantes ambientais, sociais e imunológicos de doenças transmissíveis
AULA 1: pessoa, tempo e lugar
AULA 2: breve história das arboviroses urbanas no Brasil
AULA 3: determinantes da saúde
- UNIDADE 2: Vigilância epidemiológica de arboviroses e doenças respiratórias agudas
AULA 1: Tipos de vigilância em saúde
AULA 2: A importância da definição de caso
- UNIDADE 3: Indicadores de performances
AULA 1: indicadores de performance da vigilância em saúde
AULA 2: Infogripe e Infodengue - plataformas para aumentar performance da vigilância de arboviroses urbanas e síndromes gripais
MÓDULO 2: Vigilância e sistemas de informação
- UNIDADE 1: Infogripe
- UNIDADE 2: Infodengue
- UNIDADE 3: Métodos analíticos dos sistemas Infodengue e Infogripe (formato e-book)
Está disponível em acesso aberto o e-book 'Financiamento e organização da Atenção Primária à Saúde: mudanças e tendências nas regras federais do SUS'. A obra é fruto de uma pesquisa “Mudanças nas regras de transferência de recursos federais do Sistema Único de Saúde (SUS): implicações e desafios para o financiamento e a organização da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil”, realizada desde 2020 por pesquisadores, professores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp) e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina (UEL), sobre as mudanças nas regras de transferência de recursos federais do SUS.
Acesse aqui para realizar o download do e-book.
Financiado pelo Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde (Fiocruz/VPPCB/PMA), o e-book traz uma análise das implicações e desafios para o financiamento e a organização da Atenção Primária à Saúde no Brasil, apresentando uma série de reflexões para os problemas desencadeados pelas alterações nas regras de transferência de recursos federais do Sistema Único de Saúde.
Aborda as mudanças nas regras sobre o financiamento federal da APS a partir de 2015; congelamento das despesas primárias da União; a possibilidade de conformação e coexistência de equipes e modalidades de prestação da assistência não referenciadas ao modelo da Estratégia de Saúde da Família; e a introdução de requisitos de adesão e critérios alocativos, alterando a composição e os valores transferidos no âmbito da política nacional de saúde. Essas mudanças têm repercutido nas transferências de recursos financeiros aos estados e municípios brasileiros, intensificando preocupações e desafios para gestores, profissionais e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
A partir dos problemas observados, o livro pretende difundir novos conhecimentos e informações qualificadas sobre o financiamento e a gestão da APS no Brasil, destacando as regras que orientam os respectivos repasses federais e as mudanças implementadas entre 2015 e 2021. Busca-se fomentar uma rede de estímulo à adoção e intercâmbio de práticas e políticas para o fortalecimento do SUS, tendo como referência uma APS robusta, abrangente e de qualidade.
A publicação foi organizada em três capítulos, além de uma introdução e uma seção de considerações finais, com dois focos principais:
- oferecer elementos teóricos e técnicos para apoiar a reflexão crítica e a tomada de decisão acerca da gestão e do financiamento da APS;
- apresentar, de forma sistematizada, as alterações nas regras que incidem na composição das transferências de recursos federais do SUS e suas repercussões no financiamento e na organização da APS.
O primeiro capítulo do livro envolve os principais aspectos da organização da APS e o papel dos gestores do SUS, tratando de aspectos teóricos e práticos.
O segundo aborda o financiamento federal da APS, apresentando as regras a partir de uma linha do tempo e de uma categorização temática, expondo as principais mudanças produzidas.
O terceiro procura levar o leitor a uma reflexão sobre algumas situações-problema recorrentes no cotidiano da gestão e do financiamento da saúde em âmbito municipal, regional e/ou estadual, apresentando caminhos frente a alguns desafios estratégicos.
Por último, as considerações finais trazem um balanço e os impactos das mudanças nas regras de financiamento federal da APS para os municípios.
Está disponível em acesso aberto para download o Dicionário de Agroecologia e Educação. A obra é uma parceria entre Escola Politécnica de Saúde José Venâncio (EPSJV/Fiocruz), a Editora Expressão Popular e o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST). Lançada oficialmente em abril, o Dicionário contou com mais uma divulgação, realizada durante o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2022, no mês de novembro.
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O dicionário surgiu devido às necessidades e expectativas dos educadores e educadoras das escolas do campo, inseridos(as) em processos de lutas junto aos movimentos populares, de articular a agroecologia com o projeto político pedagógico das escolas e desenvolver seus fundamentos junto aos conteúdos escolares. O dicionário se destina a um público bastante diverso, e deseja alcançar estes profissionais das escolas do campo, das florestas, das águas e das cidades envolvidos nos mais diferentes processos de educação e formação; estudantes e trabalhadores de áreas como saúde, meio ambiente e agrárias; e militantes nos processos formativos e de organização da classe trabalhadora.
A produção do dicionário é mais uma ferramenta de luta no confronto ao atual modelo de desenvolvimento capitalista no campo e na cidade, o qual tem produzido contradições ambientais e sociais cada vez maiores e mais profundas.
A publicação busca contribuir para a sistematização da agroecologia no Brasil, a partir de um conjunto amplo e diverso de olhares, identificando os fundamentos centrais e como eles podem ser compreendidos pelo conjunto da classe trabalhadora. Algumas questões fomentaram a urgência de sua elaboração: o que as crianças, jovens e adultos precisam compreender sobre a lógica agroecológica de estabelecer relações entre ser humano e natureza? Qual é o básico que as pessoas precisam compreender sobre a agroecologia? Identificamos que a construção deste dicionário nos dará novas pistas e sínteses para situarmos a Agroecologia num projeto de transformação social.
A publicação reúne 106 verbetes, elaborados por 169 autores de 68 instituições distintas – universidades públicas, institutos federais de educação, movimentos sociais e institutos de pesquisa, com representação de autores da Argentina, Guatemala e México, ao lado de pesquisadores e educadores brasileiros. A produção tem como objetivo expandir o conhecimento da agroecologia nas escolas e institutos de ensino de todo o Brasil.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade de Lima, explica que o Dicionário de Agroecologia e Educação contribui para o conhecimento sobre a multiplicidade de experiências nacionais e locais que dão vida ao conceito de Agroecologia. "Resultado de um esforço coordenado, não se trata de uma simples reunião de temas, mas de um projeto integrado baseado em amplo diálogo que envolveu a produção coletiva da obra. O próprio processo de sua construção foi orientado pela perspectiva de se construir conjuntamente uma Pedagogia da Agroecologia", afirma Nísia.
O professor-pesquisador da EPSJV/Fiocruz, Alexandre Pessoa, que é um dos organizadores do livro, conta um pouco sobre a importância da obra para esse momento de crise ecológica e da necessidade de apresentar alternativas para a agricultura familiar camponesa: “O livro expressa um trabalho coletivo de fôlego para uma necessidade de fortalecimento da agroecologia, que sem dúvida nenhuma é promotora de saúde, de territórios da vida. Então é mais um momento de ampliarmos o debate do fortalecimento das populações dos campos, das florestas e das águas”, afirma Pessoa.
A Editora Fiocruz é finalista de mais um Prêmio Abeu! A Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu) anunciou os finalistas das oito categorias da premiação. Três títulos da Editora Fiocruz lançados no ano de 2021 foram indicados.
Duas das indicações foram na categoria Ciências da Vida: o e-book Covid-19 no Brasil: cenários epidemiológicos e vigilância em saúde e o livro Vacinas. O outro finalista está na categoria Ciências Naturais e Matemáticas: é a obra Introdução à Inferência Causal em Epidemiologia: uma abordagem gráfica e contrafatual.
Publicado em parceria com o Observatório Covid-19 Fiocruz, o volume Covid-19 no Brasil - que integra a série Informação para Ação na Covid-19 - foi organizado pelos pesquisadores Carlos Machado de Freitas, Christovam Barcellos e Daniel Antunes Maciel Villela. Vale destacar que o e-book está disponível gratuitamente em acesso aberto na plataforma SciELO Livros.
➡️ Acesse a página do e-book COVID-19 NO BRASIL no Portal Fiocruz para fazer o download:
https://portal.fiocruz.br/livro/covid-19-no-brasil-cenarios-epidemiologicos-e-vigilancia-em-saude
Lançado em um dos momentos mais agudos da pandemia de Covid-19, a obra Vacinas foi escrita por especialistas de diferentes gerações de pesquisadores da Fiocruz: Jorlan Fernandes, Natália Lanzarini, Akira Homma e Elba Lemos. Integrante da coleção Temas em Saúde, o título discute o papel fundamental das imunizações na prevenção e no controle de doenças infecciosas ao longo da história.
➡️ Acesse a página do livro VACINAS na Livraria Virtual da Editora Fiocruz:
www.livrariaeditorafiocruz.com.br/colecoes/temas-em-saude/vacinas
Escrito pelo médico Antônio Augusto Moura da Silva, o título Introdução à Inferência Causal em Epidemiologia mostra que as investigações sobre causalidade em epidemiologia vêm se modificando ao longo do tempo.
➡️ Acesse a página do livro INTRODUÇÃO À INFERÊNCIA CAUSAL EM EPIDEMIOLOGIA na Livraria Virtual da Editora Fiocruz:
www.livrariaeditorafiocruz.com.br/temas/medicina-e-epidemiologia/inferencia-causal-em-epidemiologia-uma-abordagem-grafica-e-contrafatual
Ganhadores serão anunciados no dia 18/11
Os vencedores de cada categoria serão anunciados durante a cerimônia de entrega do Prêmio Abeu, que será realizada no dia 18 de novembro, às 18h, no teatro da Unibes Cultural, em São Paulo.
Criado em 2015, o Prêmio Abeu foi instituído para distinguir, anualmente, as melhores edições universitárias no âmbito do conhecimento científico e acadêmico. Com a premiação, a Abeu busca incentivar a qualificação das edições das casas editoras universitárias, bem como fomentar a produção técnico-científica, em relação tanto à excelência dos conhecimentos veiculados pelos títulos quanto à concepção estética das edições.
➡️ Acesse a lista completa de indicados de 2022: www.premioabeu.com.br
Prêmios nos anos anteriores
Nos dois últimos anos, a Editora Fiocruz foi a grande vencedora da categoria Ciências da Vida. Em 2021, com o livro Uma História das Leishmanioses no Novo Mundo: fins do século XIX aos anos 1960. Já em 2020, o ganhador foi Formulário Médico: manuscrito atribuído aos jesuítas e encontrado em uma arca da Igreja de São Francisco de Curitiba.
O campo da ciência e da saúde no mundo contemporâneo mobiliza possibilidades amplas e urgentes na produção de conhecimento ainda eurocentrada e associada a modelos biomédicos. A interdisciplinaridade das ciências humanas e sociais em saúde pode ser o espaço de um pensar e agir ético que expandem os circuitos biomédicos, do corpo e da doença e coloca no centro da discussão a determinação social da saúde. A partir desses pressupostos e compreendendo as interfaces Informação, Comunicação e Saúde como um desses lugares a se criar novas perspectivas na produção do conhecimento, a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis), editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), lança no seu terceiro número de 2022 o dossiê Por uma ética interdisciplinar.
Confira aqui a terceira edição de 2022 da Reciis.
A composição da coletânea considerou discussões e análises no âmbito interdisciplinar da pesquisa em informação-comunicação-saúde. Um ponto tensionado é sobre um fazer científico baseado numa razão cartesiana com métodos rígidos e disciplinados. Essa questão atravessa o artigo Quando se fecha os olhos e vê: por uma metodologia afetiva. A autora Veronica Queiroz apresenta uma experiência metodológica guiada pelas emoções afetivas a fim de propor a construção de conhecimento com bases contra-hegemônicas e éticas entre o pesquisador e o outro, seu sujeito/objeto. As potencialidades do afeto em pesquisa também é uma questão elaborada no trabalho Centro de Convivência Virtual: potencialidades e desafios para a promoção da saúde e redes de afeto em tempos de pandemia. As autoras analisam possibilidades de atenção psicossocial em ambientes online.
A integridade científica é outra questão que atravessa os artigos do dossiê. Em Urgência da geração de conhecimento durante a pandemia de covid-19: um retrospecto sobre a integridade em publicações em saúde; Responsabilização em más condutas científicas: opinião de editores do SciELO e Considerações estruturais sobre o exercício do cargo da presidência das Comissões de Ética do Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal (SGEPEF), autoras e autores situam a importância da ética nas políticas editoriais dos periódicos científicos, na gestão pública a partir dos comitês de ética em pesquisa. A questão ética assumiu relevância ainda maior no contexto da pandemia em que se observaram o aumento e a velocidade de publicações científicas.
Na seção Entrevista, a integridade científica também é abordada por Sonia Vasconcelos, professora do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisadora comenta sobre os impactos da pandemia nas publicações científicas, desencadeando maior velocidade de publicação, a necessidade de correção de literatura científica e a explosão de preprints e as suas certificações em curto espaço de tempo, o que acabou promovendo mudanças e desafios para o aprimoramento das políticas sobre ética e integridade na comunicação da ciência. Em Nota de Conjuntura, a pesquisadora Vanessa Brasil faz uma análise dos dados da última pesquisa sobre a percepção pública da ciência antes da pandemia e lança questões para as próximas pesquisas pós-pandemia no país, marcado por dinâmicas das pós-verdade e da infodemia que emergiram durante a pandemia.
Na seção Resenha, o autor Raphael Saldanha examina o livro A pesquisa científica na era do Big Data: cinco maneiras que mostram como o Big data prejudica a ciência, e como podemos salvá-la, destacando sobre a privatização de dados públicos e a criação de dados potencialmente fabulosos nos ambientes digitais. Além do envio de trabalhos em períodos específicos para os dossiês temáticos, as submissões de artigos originais à Reciis estão abertas ao longo de todo ano. Os trabalhos publicados por meio de submissão em fluxo contínuo neste número apresentam artigos que tratam de agressões a jornalistas durante o período da covid-19, divulgação científica multidisciplinar, socialidade de pessoas que vivem com HIV/aids, LGBTI+fobia virtual, plataformização do trabalho de entregadores e discursos médicos construídos no Instagram.
Em meio às celebrações do Outubro Rosa, campanha que tem como objetivo compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, a Fiocruz realiza o lançamento do livro em quadrinhos 180º – Minhas Reviravoltas com o Câncer de Mama, de autoria da pesquisadora e analista de gestão em saúde da Fiocruz Brasília, Dulce Ferraz. Com ilustrações de Camilla Siren e colaboração de Fabiene Gama e Soraya Fleischer, a publicação está disponível em acesso aberto gratuitamente em formato e-book e impresso no site da Editora NAU.
+Acesse aqui para baixar o e-book
A personagem principal da história é uma mulher de 36 anos, duas filhas, cheia de planos profissionais e transbordando vida. O livro conta as diferentes etapas da trajetória da protagonista com o câncer de mama. No primeiro capítulo, ela descobre o caroço no peito esquerdo e tem os primeiros encontros com médicos, hospitais e exames. O segundo capítulo é dedicado à busca pelos tratamentos, com seus questionamentos, dúvidas e críticas. As vivências com os tratamentos são o tema do terceiro capítulo, que também convida a refletir sobre o imaginário em torno do câncer de mama e sobre como é possível fazer mais e melhor pelas mulheres que enfrentam essa doença.
A publicação é baseada na jornada da própria autora, que registrou o dia a dia do tratamento em um caderno de perguntas e memórias. “Fui entendendo que escrever poderia me ajudar, tanto com coisas bem práticas, como anotar as perguntas a fazer nas consultas ou os nomes de procedimentos e medicamentos que me sugeriam, quanto com a compreensão e a elaboração dos sentimentos sobre tudo que acontecia”, conta Dulce Ferraz, analista de gestão em saúde da Fiocruz Brasília e pesquisadora das intersecções entre psicologia social e saúde pública.
Realizado com financiamento de edital da Fiocruz Brasília e do CNPq, o livro mostra a importância de uma rede coletiva de cuidados e do respeito ao direito à informação em linguagem acessível. A escolha do formato em quadrinhos foi justamente uma tentativa de aprimorar a comunicação e o acolhimento de mulheres e famílias que estejam vivenciando situação similar, além de sensibilizar profissionais de saúde para a perspectiva das mulheres sobre a doença.
Lançamentos presenciais em Brasília e no Rio
O lançamento do livro conta com a realização de dois eventos presenciais com a autora do livro. O primeiro será realizado na Fiocruz Brasília, no dia 25 de outubro, às 14h30, como parte da comemoração dos 46 anos da unidade.
Haverá também o lançamento presencial no Rio de Janeiro, no dia 27 de outubro, às 12h, no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Ainda no Rio de Janeiro, o Castelo Mourisco, sede da Fiocruz, localizado na Av. Brasil, 4365 - Manguinhos, Rio de Janeiro, recebe iluminação especial em alusão ao Outubro Rosa – campanha de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico do câncer de mama.
*Com informações da Fiocruz Brasília
Artigo publicado no livro Jovens e saúde: revelações da pandemia no Brasil, da Fiocruz, constatou maior vulnerabilidade e sofrimento entre pessoas do grupo não-binário e mulheres durante o primeiro e segundo ano da pandemia. A pesquisa analisada no artigo foi realizada pelo Conselho Nacional da Juventude com 68 mil jovens nos anos de 2020 e 2021 e seus dados foram tratados por pesquisadores da Fundação. Esse é apenas um entre os artigos inéditos publicados no e-book gratuito da plataforma Agenda Jovem Fiocruz (AJF), lançado no Portal Fiocruz. O livro aborda o impacto da pandemia nas condições de vida, trabalho, estudo e saúde mental das juventudes a partir do olhar de pesquisadores da área de Brasília, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
+Acesse aqui o e-book: Jovens e saúde: revelações da pandemia no Brasil.
A publicação digital está dividida em dois blocos: Panorama - A pandemia do coronavírus: como os jovens foram afetados e Olhares sobre os dados da pesquisa de opinião: Juventudes e a Pandemia do Coronavírus. No primeiro, são tratadas informações do contexto social, político, econômico e de saúde relacionadas ao rejuvenescimento da pandemia – estudado e divulgado amplamente pela Fiocruz, particularmente no ano de 2021; no segundo, autores convidados trazem diferentes perspectivas sobre as condições de vida e saúde das juventudes brasileiras e os artigos são organizados em sessões temáticas: Saúde e autocuidado; Trabalho, território e educação; Gênero e raça; Informação e comunicação; Vida pública.
A apresentação da publicação é da presidente da instituição, Nísia Trindade Lima. Em seu texto, ela afirma que o livro foi pensado para ser de amplo acesso à população e valoriza seu potencial para subsidiar o trabalho de outros pesquisadores, gestores de políticas públicas, ativistas e lideranças sociais atentos às realidades e necessidades da população jovem.
André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz e um dos organizadores do livro, destaca a relevância de publicações como essa para reforçar reflexões e práticas dirigidas a esse segmento da população. Para ele, os resultados das análises publicadas revelam a importância de um olhar sobre a condição juvenil contemporânea em conformidade com os marcos legais de políticas públicas de juventude no Brasil.
“O campo da saúde tem um desafio duplo: avançar na compreensão da realidade cada vez mais complexa da juventude em sua diversidade etária e responder aos anseios dos jovens pelo direito à saúde. Essa publicação serve para amadurecer a reflexão sobre esses desafios”, afirma.
A Agenda Jovem Fiocruz é uma plataforma colaborativa voltada para as juventudes brasileiras que articula temas do Sistema Único de Saúde (SUS) com a Política Nacional da Juventude. A iniciativa conta com o suporte institucional da Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz e é vinculada à Presidência da Fundação.
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