O Sextas de Poesia desta semana homenageia Lima Barreto, lembrando seus 100 anos de morte. Esta edição celebra ainda o Dia Nacional da Consciência Negra, que segue sendo um dia de resistência, reflexão e luta! "Tinha entrado na consciência de todos a injustiça originária da escravidão. Mas como ainda estamos longe de ser livres! Como ainda nos enleamos nas teias dos preceitos, das regras e das leis!", pontuou Lima Barreto, em crônica publicada no jornal Gazeta da Tarde, em maio de 1911, na qual ele faz uma crítica às festas pela abolição da escravatura.
Lima Barreto (1881-1922) foi um dos principais escritores do pré-modernismo brasileiro. Sua obra é impregnada de fatos históricos, além de ser estritamente relacionada com temáticas sociais e nacionalistas, trazendo críticas à mentalidade burguesa da época. Negro e proveniente de uma família humilde, teve sua vida e carreira permeadas por situações que o colocaram diante de discriminação racial, mas ele nunca ficou alheio às injustiças e aos preconceitos.
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no Brasil em 20 de novembro e foi escolhido em homenagem a Zumbi dos Palmares, que morreu nessa data, no ano de 1665. Zumbi comandou o Quilombo dos Palmares por quase 15 anos e liderou a resistência de milhares de negros contra a escravidão.
A pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Beatriz Grinsztejn, recebeu na manhã dessa terça-feira, 15 de novembro, o prêmio James Hakim Internacional Mentor 2022 concedido pelo Aids Clinical Trials Group (ACTG). O prêmio veio em reconhecimento à sua liderança, pela relevância do seu trabalho em estudos avançados para o cuidado com pessoas que vivem com HIV e por sua atuação como mentora de jovens pesquisadores. Beatriz chefia o Laboratório de Pesquisa Clínica em Aids e IST do INI e é a primeira pesquisadora latino-americana a ser eleita para a presidência da International Aids Society (IAS) - seu mandato cobrirá o biênio 2024-2026.
O prêmio foi criado para honrar a memória e legado do Dr James Hakim,M.B.ChB, um destacado professor, pesquisador e médico falecido em 2021, vítima da COVID-19. James Hakim era membro da ACTG e do HPTN e tinha o reconhecimento da comunidade cientifica internacional pela sua atuação como pesquisador e mentor. Ele liderou vários estudos e pesquisas em HIV, tuberculose e outras infecções oportunistas. Além de pesquisador, Hakim dirigiu e fazia parte do corpo docente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Zimbábue. Sua paixão era treinar a próxima geração de cientistas africanos, competentes, independentes e colaborativos. Ele era gentil, sábio e humilde, um mentor e líder humanista.
"Estou extremamente emocionada e honrada em receber hoje o prêmio James Hakim Mentor. Quando entrei para o ACTG há mais de 20 anos, James tornou-se, rapidamente, não apenas um colega e amigo, mas acima de tudo, uma grande fonte de inspiração. Ele nunca deixou de demonstrar a profunda paixão que sentia pelo seu trabalho", disse visivelmente emocionada, Beatriz Grinsztejn.
Em seu discurso, Beatriz ressaltou o significado especial do reconhecimento do seu trabalho como uma pesquisadora latino-americana e dedicou o prêmio a todas as mulheres pesquisadoras da América Latina que enfrentam vários tipos de barreiras. "Quero ressaltar que este prêmio representa uma grande conquista para todas as pesquisadoras desta Região que é muito influenciada por homens brancos que protegem e esbanjam seu poder, resultando em menos oportunidades para prosperarmos. Continuarei a encorajar as jovens pesquisadoras a ingressar e permanecer neste campo e estou feliz em fornecer orientação a elas de todas as maneiras que puder".
Beatriz é médica infectologista e tem atuado e liderado estudos na área do HIV há mais de 30 anos. Ao falar da sua trajetória profissional, a pesquisadora destacou o papel da rede de pesquisadores, ACTG, na sua carreira. "Associar-me a ACTG foi um importante ponto de inflexão em minha carreira, por proporcionar um fórum para eu ajudar pessoas que vivem com HIV e aqueles que são mais vulneráveis a contrair o vírus".
Beatriz endereçou seus agradecimentos a sua equipe no INI/Fiocruz "pelo notável trabalho e dedicação em condições desafiadoras", aos amigos e colegas da ACTG e, "Um agradecimento especial às minhas filhas incríveis e talentosas e à minha esposa Léa, que é uma pesquisadora excepcional".
Em suas palavras finais, a pesquisadora do INI lamentou a ausência do colega e amigo, James Hakim, e se disse mais energizada ainda para continuar no mesmo caminho do amigo "Estou energizada como nunca para cumprir meu objetivo de encorajar a próxima geração de pesquisadores a reduzir significativamente a carga que o HIV impõe aos mais vulneráveis entre nós", finalizou.
O Sextas de Poesia faz uma homenagem dupla nesta semana: Cecília Meireles, escritora e poetisa, que nasceu (7) e morreu (9) no mês de novembro; e Gal Costa, por sua triste e repentina partida nesta semana, dia 9 de novembro.
Com o poema "Canção Mínima", Cecília Meireles fala de forma leve sobre o mistério da vida, "entre o planeta e o sem-fim, a asa de uma borboleta". Cecília Meireles foi escritora, jornalista, professora e pintora, considerada uma das mais importantes poetisas do Brasil, e a primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Embora mais conhecida como poetisa, deixou contribuições no domínio do conto, da crônica, da literatura infantil e do folclore.
À grande Gal Costa, nossa homenagem a essa voz, que era de muitas e também de todo Brasil. Um canto que mudava a cada melodia. “Minha gravação de A rã (de 1974) me emociona. Aquilo é de uma pureza, parece que estou ouvindo um anjo. Aquela não sou mais eu. A beleza da vida é essa. A mudança”, disse Gal Costa. Na época do Recanto, Caetano afirmou, referindo-se à cantora, que “a pessoa, quando pode, muda para se transformar cada vez mais naquilo que é”. Anjo ou borboleta, seu nome é Gal!!!
* com informações de Revista Piauí
Em celebração aos dez anos da Lei de Cotas (12.711 de 2012), o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz realizará em 17 de novembro, das 9h30 às 12h, o evento online 10 anos da lei de cotas raciais na educação: Experiências e perspectivas, para debater a importância da implementação das cotas raciais na educação e os avanços e desafios para a sua consolidação. Para participar, acesse o canal da Cogepe no Youtube.
O evento contará com a participação da pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Social (Afro-CEBRAP) e do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (LAUT), Anna Carolina Venturini, do diretor executivo da Educafro Brasil, Frei Davi, da pesquisadora e doutoranda em Antropologia Social na Universidade federal de Santa Catarina (UFSC), Joziléia Kaingang, e de Roseli Rocha, assistente social do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e integrante da Coordenação Colegiada do Comitê Pró-Equidade. A mediação será realizada pela assistente social e coordenadora adjunta da Fiocruz Piauí, Elaine Nascimento, também do Comitê Pró-Equidade.
Criado em 2009, o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz tem o objetivo de consolidar uma agenda institucional pelo fortalecimento dos temas étnico-raciais e de gênero na Fundação, colaborando para uma constante atualização e reorientação de suas políticas, bem como de suas ações, seja nas relações de trabalho, seja no atendimento ao público e na produção e popularização do conhecimento.
A promoção da equidade de gênero, da diversidade sexual e das relações étnico-raciais na Fiocruz é prioridade do Comitê, em alinhamento com o posicionamento da instituição em defesa dos direitos humanos e do reconhecimento da pluralidade do povo brasileiro e de suas demandas.
*Com informações da CCS/Fiocruz.
Pesquisadores da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) oferecerão o curso História da Saúde Pública no Brasil durante o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o Abrascão. A atividade pré-congresso será realizada nos dias 19 e 20 de novembro, e conta com carga horária de 12h. O curso foi desenvolvido por especialistas em História da Saúde no Brasil, que são professores dos Programas de Pós-Graduação Stricto sensu da COC e integrantes do Observatório História e Saúde (OHS). O Campus Virtual Fiocruz lembra que está disponível em sua plataforma um curso sobre essa temática, desenvolvido pelo mesmo grupo. A formação, História da Saúde Pública no Brasil, é online e gratuita e está com inscrições abertas.
Curso pré-congresso
O curso História da Saúde Pública no Brasil acontecerá nos dias 19 de novembro (9h às 17h) e 20 de novembro (9h às 12h30) no Mezanino A, Sala 100A do Centro de Convenções Salvador. Ao todo, estão disponíveis 50 vagas, voltadas a integrantes de movimento social, estudantes e pesquisadores da saúde coletiva.
O 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva em Salvador, Bahia, será realizado no período de 19 a 24 de novembro de 2022, com atividades pré-congresso nos dias 19 e 20. Esta edição traz como tema central “Saúde é democracia: diversidade, equidade e justiça social” e pretende ser um momento de reencontro e de reafirmação dos pactos em defesa da vida, do SUS e da Democracia brasileira.
O evento acontecerá num ano extremamente importante para o futuro do país, portanto, visa estimular reflexões e propostas que possam ser incorporadas à agenda da Saúde, da Educação e da Ciência e Tecnologia dos próximos governos, seja Federal ou Estaduais, de modo a contribuir para a reconstrução e redirecionamento das políticas públicas relevantes e estratégicas para o Brasil.
Veja aqui todas as informações sobre o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva em Salvador.
Curso online e gratuito sobre História da Saúde Pública no Brasil
A formação do Campus Virtual Fiocruz é voltada especialmente a alunos de pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento, pesquisadores, trabalhadores da saúde pública e coletiva, mas aberta a todo o público interessado na temática. Ele é oferecido em formato autoinstrucional, ou seja, o aluno tem autonomia no aprendizado. Além disso, emite certificado aos aprovados na avaliação final.
Sua proposta é debater temas relevantes sobre a história da saúde no Brasil ao longo dos séculos, com foco em políticas públicas de saúde, ações filantrópicas e privadas, assim como concepções sobre saúde, doença e cuidado. Ele foi desenvolvido em parceria com especialistas em História da Saúde no Brasil, que são professores dos Programas de Pós-Graduação Stricto sensu da Casa de Oswaldo Cruz e integrantes do Observatório História & Saúde (OHS). O OHS é uma estrutura permanente do Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (OHS/Depes/COC/Fiocruz) e também faz parte da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde (ObservaRH).
Unidade 1 – Do império a primeira República: O surgimento da saúde pública
Unidade 2 – Do Período Getulista à Ditadura Civil Militar
Unidade 3 – Da Ditadura Civil Militar à regulamentação do SUS
*Lucas Leal é estagiário sob a supervisão de Isabela Schincariol / com informações da Casa de Oswaldo Cruz
A Fiocruz, através do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), vai realizar, entre os dias 23 de janeiro e 3 de fevereiro de 2023, os Cursos de Férias do IOC – edição Verão 2023. Os cursos são destinados a alunos de graduações da área da saúde de todo o país. As inscrições estarão abertas entre 21 e 25 de novembro de 2022 pelo Campus Virtual Fiocruz.
Planejadas e ministradas por estudantes dos cursos de Pós-graduação Stricto sensu do IOC e coordenadas por pesquisadores do Instituto, o programa tem como objetivo desenvolver o pensamento científico em estudantes de graduação da área da Saúde de todo o país, apresentando as metodologias utilizadas na pesquisa básica e aplicada, divulgação científica e ensino, conceituando e contextualizando os diferentes assuntos e a sua importância para a saúde no Brasil.
Os Cursos de Férias do IOC são oferecidos para estudantes que devem estar regularmente matriculados em alguma graduação da área da saúde durante a realização dos cursos, além de atender as exigências específicas do curso escolhido. Confira aqui o edital da seleção e as exigências de cada curso.
A novidade da 28ª edição é o retorno de aulas presenciais, já que, devido à pandemia de Covid-19 no Brasil, os cursos foram adaptados ao ambiente virutal e, devido à alta demanda de inscrições e o sucesso da modalidade online, que possibilitou atingir jovens de diferentes localidades do país, este ano três cursos serão ministrados presencialmente e um na modalidade online. Confira abaixo os links das páginas de inscrições de cada curso.
Serão ministrados três temas presencialmente:
• Análise espacial e saúde - aplicação do geoprocessamento em estudos de parasitologia;
• Educação ambiental crítica;
• Fisiologia dos insetos vetores.
A modalidade online será:
• Artrópodes vetores e causadores de doenças: um olhar sob sua diversidade e importância.
Serão oferecidas 75 vagas distribuídas nos quatro cursos ofertados, conforme abaixo:
a) Análise espacial e saúde - aplicação do geoprocessamento em estudos de parasitologia: 10 vagas.
b) Artrópodes vetores e causadores de doenças: um olhar sob sua diversidade e importância: 30 vagas.
c) Educação ambiental crítica: 20 vagas.
d) Fisiologia dos insetos vetores: 15 vagas.
A Fiocruz foi homenageada pelo Conselho Universitário (Consun) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) com a entrega da Medalha do Mérito Universitário. A sessão solene ocorreu no Cine Teatro, localizado no Espaço Rosa dos Ventos, e contou com a presença da Presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que recebeu a homenagem. Na ocasião, o reitor Gildásio Guedes, presidente do Consun, esteve à frente da solenidade com a presença do vice-reitor Viriato Campelo e demais integrantes do Conselho Universitário.
Para Nísia Trindade Lima, a homenagem simboliza o reconhecimento de um trabalho de longos anos da Fiocruz e principalmente das parcerias na UFPI que vão desde a área da saúde da família até o campo da pesquisa biomédica. “Somos gratos pela homenagem; a ponte entre ciência e educação sempre é edificante para o desenvolvimento do país. Acreditamos que reforçar as parcerias é necessário para pensarmos no futuro da ciência”, declarou Nísia Trindade.
Jacenir Reis, coordenadora da Fiocruz Piauí, também esteve presente na ocasião e acentuou o papel significativo da unidade da Fundação no estado. “Aqui no Piauí, desde 2013 estamos ampliando e ativando essas parcerias com as universidades e instituições do Estado com a missão de vigilância entomológica, vigilância genômica e vigilância materno-infantil, colaborando no estabelecimento de uma infraestrutura de pesquisa, desenvolvimento e inovação”, apontou.
Reitor da UFPI, Gildásio Guedes destacou a importância de homenagear a Fiocruz por todo o trabalho feito desde a sua fundação e principalmente no combate à Pandemia de Covid-19. “A UFPI reconhece a Fundação Oswaldo Cruz como uma das instituições mais conceituadas que promovem saúde e conhecimento por todo o país”, afirmou Gildásio.
Inaugurada em 1900, a Fiocruz foi criada inicialmente para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica e posteriormente foi uma peça fundamental para o desenvolvimento da saúde pública no país. No início do século 21, a Fiocruz protagonizou uma série de avanços científicos, como o sequenciamento do genoma do BCG, atuou como um dos principais centro de pesquisa e produtor de conhecimento na pandemia de influenza A(H1N1), na epidemia de zika e microcefalia de 2015/2016 e na pandemia de Covid-19.
Para a UFPI, a Fiocruz representa a força institucional de uma parceria existente há mais de 40 anos, que contribui para formação de recursos humanos e pesquisa em pós-graduação. Para o vice-reitor Viriato Campelo, autor da proposta de concessão de homenagem ao órgão, os anos de trabalho conjuntos entre as instituições foram imprescindíveis para que a UFPI e o Piauí tivessem resultados positivos na saúde. “A Fiocruz é uma das maiores instituições de pesquisa em saúde pública do Brasil e nossa instituição se sente honrada em sustentar essa parceria que fortalece o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação na área da saúde pública do Estado”, afirmou.
*Com informações da Universidade Federal do Piauí (UFPI)
As infecções sexualmente transmissíveis têm um importante impacto na saúde sexual e reprodutiva da população. Por outro lado, o diagnóstico precoce e preciso, além do tratamento adequado e oportuno, melhoram a qualidade de vida, interrompem a cadeia de transmissão e são instrumentos essenciais de prevenção de complicações decorrentes dessas infecções. Para orientar e sensibilizar profissionais de saúde que lidam diretamente com a realização de testes rápidos — procedimentos pré, pós e durante a testagem - o Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz, lança hoje o curso Utilização dos testes rápidos no diagnóstico da infecção pelo HIV, da Sífilis e das Hepatites B e C. A formação — online, gratuita e autoinstrucional — tem carga horária de 15h e é dividida em cinco módulos. Conheça o curso e participe!
O curso, desenvolvido no âmbito do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (DCCI/SVS/MS) e disponível na plataforma Moodle do Campus Virtual Fiocruz, é aberto a todos os interessados nas diretrizes de diagnóstico da infecção pelo HIV, Sífilis e Hepatites Virais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na utilização de testes rápidos (TR).
Os módulos apresentam orientações e metodologias adequadas acerca dos procedimentos pré-teste, durante a testagem e para o pós-teste, passando por informações mais básicas acerca da importância dos TR, a composição dos kits, a forma de organização e armazenamento dos mesmos até a interpretação de seus resultados, o encaminhamento dentro da rede de atenção à saúde do território, entre outros. A formação engloba a apresentação de manuais e guias oficiais do Ministério da Saúde e ações preconizadas pelos fabricantes para a execução dos testes rápidos.
De acordo com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (DCCI/SVS/MS), esse lançamento tem suma importância na qualificação dos profissionais envolvidos na testagem rápida no âmbito do SUS. O Departamento aponta que conhecer o Guia Prático para Execução de Testes Rápidos, os Manuais de Diagnóstico e suas recomendações permite que os profissionais entendam a relevância desses testes na ampliação do diagnóstico do HIV, da sífilis e das hepatites virais; bem como realizem a sua oferta com maior segurança e garantia de qualidade.
A coordenadora da formação pela Fiocruz, Tânia Fonseca, ressaltou que o objetivo do curso é capacitar profissionais de saúde no que se refere ao diagnóstico desses agravos para realizar, com qualidade e segurança, os testes rápidos disponíveis na rede do SUS. "Estar atualizado sobre os testes disponíveis é de extrema importância, pois não apenas garante que os exames sejam feitos da mesma forma, independentemente do local do país no qual o paciente se encontra, mas, sobretudo, propicia que os profissionais estejam sempre sendo atualizados e mantendo o padrão de qualidade e realização de exames", detalhou ela.
Para Tânia, que atua como assessoria técnica da Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, esta nova formação sela mais uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Fundação, consolidada aqui como "uma oferta clara, segura e qualificada ao SUS".
Conheça a estrutura do curso Utilização dos testes rápidos no diagnóstico da infecção pelo HIV, da Sífilis e das Hepatites B e C:
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) comemora 104 anos de atividades. Para marcar a data, será realizado o Simpósio INI 104 Anos nos dias 8 e 9 de novembro. O evento será híbrido, com atividades presenciais e transmissão online pelo canal oficial do Instituto no Youtube.
A programação do simpósio contará com apresentações, mesas redondas e debates com a participação do corpo de pesquisadores do Instituto e convidados. A mesa de abertura, no dia 8 de novembro, iniciará às 9h30 e contará com a presença da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; do vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, Mário Santos Moreira; e da diretora Valdiléa Veloso. Na sequência, o secretário de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, fará a conferência 'O papel estratégico do INI como referência em doenças infecciosas para o SUS no Estado do Rio de Janeiro'. Após a conferência do Secretário, o coordenador do Centro Hospitalar do INI/Fiocruz, André Japiassú, fará a conferência 'Centro Hospitalar: enfrentamento da pandemia de covid-19 e novas perspectivas', com a moderação do vice-diretor de Serviços Clínicos do INI, Estêvão Portela.
A programação da manhã do primeiro dia do Simpósio INI 104 Anos, termina com o lançamento do filme “O Hospital” que contará com apresentação da cineasta Joana Pimenta e também da diretora do Instituto, Valdiléa Veloso. Confira a programação completa aqui.
A programação da parte da tarde terá início às 13h30, com a mesa redonda 'Experiências Multiprofissionais em Assistência, Ensino e Pesquisa no INI', com a participação dos pesquisadores do Instituto e a moderação da vice-diretora de Gestão, Solange Siqueira. Após o debate e o intervalo, começará, às 15h, a mesa redonda Monkeypox – Epidemiologia e Clínica, com a moderação da chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em IST e Aids do INI, Beatriz Grinsztejn.
A programação no dia 9 de novembro inicia às 9h30 com a conferência 'Micologia no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas – ontem, hoje e amanhã', que será apresentada pela vice-diretora de Pesquisa do INI/Fiocruz, Rosely Zancopé, com moderação de Antonio Carlos Francesconi do Valle, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatologia do INI. Na sequência, às 10h, haverá homenagem in Memoriam ao pesquisador do INI e Pesquisador Emérito da Fiocruz, Bodo Wanke. A solenidade contará com a presença da ex-pesquisadora do INI, Márcia dos Santos Lazéra – familiar do homenageado -, da diretora Valdiléa Veloso e da pesquisadora do INI, Maria Regina Cotrim Guimarães. Às 11h, a mesa redonda 'Destaques da Micologia do INI' encerra as atividades da manhã, com a moderação da vice-diretora de Pesquisa, Rosely Zancopé.
A programação da tarde do dia 9 de novembro, inicia às 13h45 com a mesa redonda 'Pesquisa e Inovação no INI/Fiocruz – Parte I'. A diretora do INI participará desta mesa, apresentando os principais resultados do Projeto para Implementação da Profilaxia Pré-Exposição (ImPrEP). Após o debate e o intervalo, às 15h15, a mesa redonda 'Pesquisa e Inovação no INI/Fiocruz – Parte II' aportará novas contribuições para o tema 'Pesquisa e Inovação no INI'. A moderação das duas mesas será feita pelo vice-diretor de Ensino do INI, Mauro Brandão. O simpósio INI 104 Anos se encerra às 16h30.
Confira a programação completa aqui.
O projeto Painel da Atenção Primária à Saúde da Fiocruz é um dos 12 finalistas entre 315 soluções concorrentes do Programa Solve MIT (Massachusetts Institute of Technology), oferecido em colaboração com a Fundação Bill & Melinda Gates. A iniciativa global anual busca soluções promissoras para resolver desafios mundiais prementes, e é a primeira vez que um time brasileiro na área da saúde é selecionado. O Painel Fiocruz foi selecionado na categoria "Desafio: Novos métodos para a melhoria de desempenho da APS". O resultado final será divulgado ainda no mês de novembro.
+Conheça aqui o Painel da Atenção Primária à Saúde da Fiocruz
A pergunta balizadora da edição foi: Como usar métodos não convencionais para medir a melhoria do desempenho da atenção primária à saúde em países de baixa e média renda? A Fiocruz concorreu com a solução "Painel Saúde Fiocruz", um software que fornece um dashboard com as informações que os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) precisam para melhor organizar o agendamento e priorização dos atendimentos.
O desenvolvimento deste software livre contou com a colaboração de profissionais do Campus Virtual Fiocruz e está depositado em nosso repositório Educare como um recurso educacional aberto (REA). O coordenador da iniciativa é o pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, ligado ao Instituto Gonçalo Moniz (Cidacs/Fiocruz Bahia), Vinícius Oliveira. O desenvolvimento do software e a pesquisa de campo foram parcialmente executados como atividade do Projeto Monitoramento e Avaliação das ações estratégicas dos Programas de Provimento e Formação em Saúde do Ministério da Saúde (TED 09/2018) com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde.
Painel Saúde Fiocruz
Raramente os profissionais de saúde têm à mão uma planilha organizada para a visão consolidada e clara sobre seu atendimento diário na prestação de cuidados continuados à população a que se destinam. Pensando em facilitar e potencializar o acompanhamento cotidiano sobre o que está acontecendo com essa população pela qual são responsáveis, os pesquisadores desenvolveram uma solução para integrar tais informações e oferecer um feedback diário a esses profissionais.
Para a coautora do software e coordenadora de pesquisa do projeto (experiência do usuário e tradução do conhecimento), Renata David, tanto os profissionais de saúde como os gestores enfrentam enormes obstáculos na priorização da logística de recursos, o que prejudica a integração, a coordenação e a continuidade longitudinal do cuidado, fragilizando a sua qualidade.
"Uma mulher grávida pode faltar a uma consulta ou esquecer de levar os resultados do teste de sífilis ou HIV na consulta de rotina. Um homem idoso com hipertensão e diabetes pode interromper seu acompanhamento mensal, o que favorece a descontinuidade do tratamento, o surgimento de agravos e aumento de morbidade. Tais exemplos representam desafios diários para os profissionais de saúde da linha de frente, bem como para os formuladores de políticas no planejamento de intervenções individuais e comunitárias que possam melhorar a saúde das populações", justificou ela.
Durante alguns anos, Renata — que é fisioterapeuta e pesquisadora em saúde pública — trabalhou na Atenção Primária à Saúde e vivenciou na prática as dificuldades e estratégias utilizadas pelos profissionais para acompanhar o que está acontecendo com toda a população que assiste, como, por exemplo, os tradicionais caderninhos de anotação. "Geralmente, as informações não são integradas e acessíveis, mas essa realidade pode ser mudada se eles puderem ver os dados que produzem apresentados em um formato amigável, projetado para apoiar a tomada de decisões e melhorar a qualidade dos cuidados de saúde", explicou ela, apontando ainda que com esse software os profissionais da ponta e gestores podem "analisar e entender melhor quais de seus pacientes precisam de mais atenção e o ponto do cuidado em saúde que foi perdido: uma visita, um exame laboratorial, um medicamento ou apenas um acompanhamento de rotina.
Painel Saúde Fiocruz: aplicação e funcionamento adaptados às necessidades locais
O Painel oferece feedback de desempenho para profissionais de saúde na APS usando dados locais, e conecta-se aos arquivos e bancos de dados locais para extrair essas informações e entregá-las de forma fácil de usar e que faça sentido para os profissionais e gestores de saúde. O coordenador do projeto, Vinícius Oliveira, enfatizou que toda equipe ou secretaria de saúde interessada pode implementar essa solução, que "tem potencial de aplicação em todo Brasil, em qualquer um de seus mais de cinco mil municípios".
"O dashboard acessa informações que já estão nos computadores nos quais eles trabalham diariamente registrando os atendimentos - apenas não estavam tão acessíveis para eles mesmos antes. O painel pode ser executado em computadores Windows ou Linux criando um ambiente local de ciência de dados baseado em Python, Pandas e Flask, podendo, assim, ser facilmente adaptado a outros cenários por cientistas de dados locais. Os painéis também são pré-renderizados e têm design profissional para serem visualmente atraentes e amigáveis, responsivos e entregar dados instantaneamente. Outro ponto relevante é que a iniciativa foi testada para avaliar seu funcionamento em computadores antigos, com pouca ou nenhuma conectividade com a internet, em cidades de diferentes portes. É uma abordagem inovadora que combina dados específicos para a melhoria da qualidade das informações do sistema nacional de saúde", detalhou.
O processo de concepção e validação do software foi resultado de dois anos de entrevistas, visitas de campo e testes de usabilidade juntamente com profissionais da APS, gestores e autoridades locais de saúde. Foram estudadas e testadas quatro cidades de diferentes portes populacionais, de regiões do Brasil distintas e com diversidade de cenários de informatização: apenas registros em papel, executando o RES padrão fornecido pelo Ministério da Saúde (MS), e executando soluções proprietárias, ou ainda uma mistura entre eles.
"O software tem se mostrado mais proveitoso e completo do que os métodos atualmente existentes ou utilizados, pois lança mão de informações que são frequentemente descartadas ou enviadas ao MS para nunca mais retornar ao nível local", enfatizou Vinícius, apontando ainda que a solução submetida ao Solve MIT transforma dados diversos em informações sobre a continuidade do cuidado, vinculando diversos tipos de registros: cadastro familiar e habitacional, anotações de ACS e relatórios de visitas, consultas médicas, fichas de enfermagem, consultas odontológicas, ações educativas em saúde coletiva, entre outras iniciativas. "O elo é o paciente e sua família, o foco é o histórico de saúde. Assim buscamos aqueles que faltaram a consultas importantes ou ainda não ingressaram em grupos operacionais organizados para prevenção e promoção da saúde. A missão é não deixar ninguém para trás".
O MIT Solve - Novel measurement for performance improvement Challenge
O MIT Solve, em colaboração com a Fundação Bill & Melinda Gates, procurou soluções que ofereçam novas maneiras de medir a melhoria do desempenho da Atenção Primária à Saúde em países de baixa e média renda. A premissa é que a APS é uma pedra angular dos sistemas de saúde em todo o mundo. Portanto, a maioria das necessidades de saúde de uma pessoa – física, mental e social – são atendidas nessa esfera, pois em seu escopo atende não apenas aos indivíduos e famílias, mas também ao bem-estar geral das comunidades e suas populações.
Apesar de seu papel fundamental nas comunidades, a atenção primária à saúde continua fora do alcance de milhões de pessoas, principalmente em países de baixa e média renda. Barreiras como alto custo, falta de acesso, disponibilidade insuficiente e qualidade inconsistente do atendimento impedem as pessoas de viver vidas saudáveis e produtivas. Além disso, melhorias nessa área já estão acontecendo de forma transformacional: as pessoas estão vivendo mais; o financiamento e os incentivos para cuidados de alta qualidade estão aumentando; treinamento e desenvolvimento para profissionais de saúde tem foco renovado; e o acesso a cuidados de saúde preventivos e imunizações estão melhorando os resultados de saúde dos pacientes.
Para tanto, o desafio deste ano buscou métodos novos e aprimorados que empreguem fontes de dados não convencionais ou proxy para informar a melhoria do desempenho da atenção primária à saúde; forneçam métodos de medição aprimorados de baixo custo, adequados à finalidade, compartilháveis entre sistemas de informação e simplificados para coletores de dados; aproveite os sistemas, redes e fluxos de trabalho existentes para agilizar a coleta e interpretação de dados para dar suporte ao uso significativo de dados de cuidados primários de saúde; forneça insights acionáveis, responsáveis e acessíveis para prestadores de serviços de saúde, administradores e/ou financiadores que podem ser usados para otimizar o desempenho da atenção primária à saúde; e equilibre a oportunidade de os profissionais de saúde da linha de frente participarem dos esforços de melhoria de desempenho com sua principal responsabilidade como prestadores de cuidados.