A inteligência artificial (IA) é uma grande promessa para melhorar a prestação de atenção à saúde e medicamentos em todo o mundo, mas apenas se a ética e os direitos humanos forem colocados no centro de seu desenho, implantação e uso, de acordo com as novas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório Ethics and governance of artificial intelligence for health (Ética e governança da inteligência artificial para a saúde, em tradução ao português) é resultado de dois anos de consultas realizadas por um painel de especialistas internacionais indicados pela OMS.
“Como toda nova tecnologia, a inteligência artificial possui um enorme potencial para melhorar a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. Por outro lado, como toda tecnologia, também pode ser mal utilizada e causar danos”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. Segundo ele, o novo relatório fornece um guia valioso para os países sobre como maximizar os benefícios da IA, minimizando seus riscos e evitando suas armadilhas.
A inteligência artificial pode ser, e em alguns países ricos já está sendo, usada para melhorar a velocidade e a precisão do diagnóstico e da triagem de doenças; para auxiliar no atendimento clínico; fortalecer a pesquisa em saúde e o desenvolvimento de medicamentos; e apoiar diversas intervenções de saúde pública, como vigilância de doenças, resposta a surtos e gestão de sistemas de saúde.
A AI também pode capacitar os pacientes a ter maior controle de seus próprios cuidados de saúde e compreender melhor suas necessidades em evolução. Também poderia permitir que países com poucos recursos e comunidades rurais, onde os pacientes frequentemente têm acesso restrito a profissionais de saúde ou profissionais médicos, preencham as lacunas no acesso aos serviços de saúde.
No entanto, o novo relatório da OMS adverte contra superestimar os benefícios da inteligência artificial para a saúde, especialmente quando isso ocorre às custas de investimentos e estratégias essenciais para alcançar a cobertura universal de saúde.
O documento também aponta que as oportunidades estão ligadas a desafios e riscos, incluindo coleta e uso antiético de dados de saúde; preconceitos codificados em algoritmos e riscos da inteligência artificial para a segurança do paciente, cibersegurança e meio ambiente.
Embora o investimento dos setores público e privado no desenvolvimento e implantação da inteligência artificial seja fundamental, por exemplo, seu uso não regulamentado poderia subordinar os direitos e interesses dos pacientes e das comunidades aos poderosos interesses comerciais de empresas de tecnologia ou aos interesses dos governos em vigilância e controle social.
O relatório também enfatiza que os sistemas capacitados principalmente em dados coletados de indivíduos em países de alta renda podem não funcionar bem para indivíduos em ambientes de baixa e média renda.
Os sistemas de inteligência artificial devem, portanto, ser cuidadosamente projetados para refletir a diversidade de ambientes socioeconômicos e de saúde. Eles devem ser acompanhados por capacitação em habilidades digitais, envolvimento da comunidade e conscientização, especialmente para milhões de profissionais de saúde que precisarão de alfabetização digital ou retreinamento se suas funções forem automatizadas, e que devem lidar com máquinas que podem desafiar a tomada de decisão e autonomia de provedores e pacientes.
Em última análise, orientados pelas leis existentes e obrigações de direitos humanos e novas leis e políticas que consagram princípios éticos, governos, fornecedores e designers devem trabalhar juntos para abordar questões éticas e de direitos humanos em cada estágio do design, desenvolvimento e implantação de uma tecnologia de inteligência artificial.
Seis princípios para garantir que a inteligência artificial funcione para o interesse público em todos os países
Para limitar os riscos e maximizar as oportunidades intrínsecas ao uso da inteligência artificial para a saúde, a OMS fornece os seguintes princípios como base para a regulamentação e governança:
Esses princípios guiarão o trabalho futuro da OMS para apoiar os esforços e garantir que todo o potencial da inteligência artificial para atenção à saúde e saúde pública seja usado para o benefício de todos.
Baixe o relatório Ethics and governance of artificial intelligence for health (Ética e governança da inteligência artificial para a saúde, em tradução ao português), disponível em pdf.
A transversalidade da ciência, tecnologia e inovações para o planeta é o tema da tão esperada Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2021. Para garantir a tradicional presença da comunidade Fiocruz no evento anual, foi realizada uma reunião preparatória online, no último dia 21 de julho. O encontro, promovido pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz através da plataforma Zoom, contou com a presença de mais de 120 participantes.
A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, celebrou o encontro e a ampla participação da comunidade. “É gratificante ver a reunião tão cheia, principalmente neste cenário difícil em que estamos vivendo”, comentou. Ela relembrou como a alternativa de um evento virtual possibilita, por um lado, a presença de um maior número de unidades regionais da Fundação. “Mais um ano em que temos a oportunidade de dialogar com a sociedade, discutir ciência com diferentes grupos e atrair jovens para o debate da divulgação científica”, pontuou.
O evento também contou com a presença do vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Krieguer, que lembrou da importância de apresentar, na SNCT, os esforços realizados pela instituição no enfrentamento à pandemia. A coordenadora de Divulgação Científica na Fiocruz, Cristina Araripe, reforçou a chamada interna de apoio às unidades e aos escritórios regionais da Fundação, aberta até o dia 30 de julho.
Este ano, os eixos temáticos sugeridos pelo GT SNCT, vinculado ao Fórum de Divulgação Científica da Fiocruz, foram o enfrentamento da Covid-19, as vacinas e o ambiente e a saúde. As atividades voltadas para o público infantojuvenil são consideradas fundamentais pela Fiocruz, que dará atenção especial à programação para essas faixas etárias.
Da comissão executiva, Miliana Fernandes foi a responsável pela apresentação das diretrizes gerais de organização, durante a reunião preparatória. Dentre as propostas de atividades, alguns formatos foram sugeridos: criação de exposições, mostras e visitas virtuais, incluindo “portas abertas” (apresentações de espaços físicos da Fiocruz) e oficinas e experimentos científicos interativos, podcasts e intervenções artísticas. Clique aqui para acessar o Manual de Atividades.
Uma histórico de sucesso
Com presença marcada em todas as edições, desde 2004, a Fiocruz participa ativamente da proposta da Semana e tem contribuído com ações nacionais e regionais de divulgação e popularização da ciência. “Aqui na Fundação, quem participa costuma voltar: é quase uma experiência viciante esse contato com a divulgação científica”, disse Diego Bevilaqua, coordenador do grupo de trabalho e das ações relacionadas à SNCT na Fiocruz.
Em 2021, a transversalidade é a palavra-chave do tema proposto para a 18ª edição do evento. De acordo com o site do CNPq/MCTI, a proposta “visa problematizar questões que ultrapassam fronteiras, como o enfrentamento do desafio sanitário e humanitário da pandemia de Covid-19, em busca de construção e execução de ações e políticas cooperadas, integradas e convergentes”. São muitas as possibilidades de gerar diálogos instigantes com a sociedade.
As inscrições para a SNCT Fiocruz estarão abertas a partir do dia 4 de agosto. Após essa data, estão previstas atividades preparatórias, como uma oficina de linguagem criativa (11 de agosto) e uma live de dúvidas (22 de setembro). Esta edição acontecerá de maneira totalmente virtual entre os dias 4 e 8 de outubro, com uma grade de atividades que se estenderá durante todo o mês de outubro.
Para dúvidas e mais informações, é possível escrever para o endereço de e-mail: snct.2021@fiocruz.br.
O periódico científico Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário (Ciads), publicado pelo Programa de Direito Sanitário (Prodisa) da Fiocruz Brasília, recebe artigos para compor o número temático “Direito à saúde, confinamento, comunicação e Covid-19”. A chamada pública é voltada, especialmente, para artigos que abordem Covid-19 e direitos fundamentais; Legislação em saúde e medidas de confinamento no combate ao coronavírus; Grupos vulneráveis, direito à saúde e confinamento; Mídia, linguagem, pandemia e direito; e Movimentos sociais, ativismo e isolamento.
Na chamada serão aceitos apenas artigos inéditos e originais, que não estejam sob avaliação em outro periódico simultaneamente. As contribuições podem ser em português, espanhol ou inglês. Os trabalhos serão avaliados por membros do Conselho Editorial e pareceristas. As submissões online podem ser feitas até 21 de novembro no site do Ciads (www.cadernos.prodisa.fiocruz.br), onde também estão disponíveis todas as orientações aos autores (no caso de primeiro acesso, é necessário fazer um cadastro).
O número temático da revista tem como editores convidados os pesquisadores Martinho Braga Batista e Silva, do Instituto de Medicina Social (Uerj), e Adriana Kelly Santos, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Entre distopias e ideologias: confinamentos antes, durante e depois da Covid-19
A chamada é motivada pelo ciclo de debates virtual “Entre distopias e ideologias: confinamentos antes, durante e depois da Covid-19”, realizado em março de 2021. O ciclo foi organizado pelo projeto de pesquisa “Sobre as categorias governamentais criadas para abordar o fenômeno do confinamento no Brasil”, iniciado em 2017, bem antes da pandemia de Covid-19.
Financiado pelo CNPq e desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal de Sergipe (UFS), o projeto estuda questões relacionadas a sanatórios, leprosários, presídios, hospícios, asilos, abrigos, albergues e outras instituições associadas a diferentes formas de controle da circulação espacial de determinados indivíduos.
Com a emergência da Covid-19 e a necessidade de compreender as implicações do confinamento provocado pela pandemia, o ciclo de debates virtual discutiu continuidades e descontinuidades institucionais, apresentou múltiplos percursos trilhados e tematizou cenários futuros, trazendo contribuições do direito sanitário, saúde coletiva, psicologia, antropologia e comunicação social.
Sobre o Ciads
Publicação trimestral em acesso aberto do Programa de Direito Sanitário (Prodisa) da Fiocruz Brasília, o periódico científico Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário (CIADS) completa 10 anos em 2021. É dirigido a professores, pesquisadores e estudantes de Direito, Ciências da Saúde e Ciências Sociais; operadores do Direito; profissionais de saúde e gestores de serviços e sistemas de saúde. O conselho editorial é composto por pesquisadores de diferentes países: Holanda, Portugal, Espanha, Cuba, Itália, Colômbia e China, além do Brasil. Confira aqui todas as edições
Para acessar a chamada pública, clique aqui
Para outras informações, escreva para cadernos.direitosanitario@fiocruz.br
A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) anunciou o lançamento de três novos editais, que, somados, representam um investimento de cerca de R$27 milhões. Dois deles – Programa de Apoio à Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Medicina de Precisão, e Programa de Apoio à Projetos de Infraestrutura em Doenças Infecciosas e Covid-19 – já estão disponíveis para submissão de projetos. O terceiro edital, Programa de Apoio à Pesquisa Clínica de Afecções Pós Covid-19, será oficialmente lançado nos próximos dias.
Durante a cerimônia de lançamento, o presidente da Faperj, Jerson Lima, destacou que os editais, bastante específicos, têm o objetivo de contribuir e reforçar, com mais recursos, iniciativas que, muitas vezes, já estão em andamento nas diferentes instituições de ensino e pesquisa sediadas no estado. De acordo com ele, para muitas dessas pesquisas, esse investimento permitirá acelerar e obter resultados ainda mais relevantes para a Medicina nesse momento tão particular que estamos vivendo.
O primeiro edital, Programa de Apoio à Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Medicina de Precisão, no valor de R$ 8,5 milhões, apoiará projetos no campo de pesquisa da medicina de precisão. O seu objetivo é consolidar Centros de Pesquisas em Medicina de Precisão. Para tanto, visa estimular a realização de projetos de pesquisa básica, aplicada e desenvolvimento tecnológico em instituições sediadas no Estado do Rio de Janeiro em consonância com os objetivos do Programa Genomas do Brasil do Ministério da Saúde e o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado do Rio de Janeiro (Secti). Os projetos deverão ser nas áreas de ômica em doenças infecciosas e parasitárias, crônico-degenerativas, doenças raras, treinamento de máquina e inteligência artificial no diagnóstico de doenças, biobancos e farmacogenômica e poderão ter duração de 36 meses.
O segundo edital, Programa de Apoio à Projetos de Infraestrutura em Doenças Infecciosas e Covid-19, no valor de R$ 9 milhões e 750 mil reais, apoiará projetos de infraestrutura em doenças infecciosas e Covid-19. Serão selecionados projetos multiusuários para realização de pesquisas científicas e tecnológicas no campo das doenças infecciosas e que necessitem de instalações de biossegurança nível 3 para realização de experimentos de Covid-19 a partir de cultura de células e/ou manipulação de animais infectados.
Os investimentos em projetos de pesquisa translacionais, que tenham experimentos de laboratório a serem aplicados à clínica médica em unidades hospitalares e de saúde sobre as afecções pós-Covid é o foco do terceiro edital: Programa de Apoio à Pesquisa Clínica de Afecções Pós Covid-19, que deverá ser lançado pela Faperj dentro de alguns dias. Nesse edital, serão financiados estudos que englobem aspectos clínicos da doença, diagnóstico e tratamento das manifestações, epidemiologia, controle da doença e enfrentamento das afecções pós-covid-19 no Estado do Rio de Janeiro. O total de recursos para o terceiro edital é de R$ 9 milhões, sendo que cada proposta poderá ser de até R$ 2 milhões e 500 mil reais.
As propostas devem ser encaminhadas de forma virtual e o prazo para submissão é dia 12 de agosto, exclusivamente pelo SisFaperj, no endereço eletrônico: https://sisfaperj.faperj.br/sisfaperj/
Confira a íntegra dos editais abaixo:
Edital Faperj Nº 19/2021 – Programa de Apoio à Projetos de Infraestrutura em Doenças Infecciosas e Covid-19
Edital Faperj Nº 20/2021 – Programa de Apoio à Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Medicina de Precisão
Em reunião ordinária, o Conselho Deliberativo da Fiocruz aprovou por unanimidade a alteração do nome do Centro de Estudos Estratégicos (CEE), em homenagem ao seu fundador, o sanitarista Antônio Ivo de Carvalho (1950-2021) . O Centro passará a se chamar, assim, Centro de Estudos Estratégicos Antônio Ivo de Carvalho.
A proposta de mudança, apresentada ao CD, de 22 de julho, pelo atual coordenador do CEE, Carlos Gadelha, considera que “em seu momento de transformação, o CEE procura fazer jus à ousadia e ao legado de Antônio Ivo, fortalecendo-se para pensar, refletir e debater o futuro do desenvolvimento, da saúde, da ciência e da democracia como norte para pensar e ousar na Fiocruz do futuro”.
Acesse a apresentação da nova designação do CEE.
Acesse a Carta-proposta de alteração de designação do CEE aos membros do CD
Assista à defesa da incorporação do CEE ao Estatuto da Fiocruz, feita por por Antônio Ivo de Carvalho, em 2015:
A Fiocruz está com inscrições abertas para diversos cursos de doutorado, mestrado e especialização. Todas as oportunidades são gratuitas, porém cada uma traz suas especificidades. Leia as chamadas, confira os detalhes disponibilizados nos editais e inscreva-se.
Epidemiologia em Saúde Pública – doutorado
O curso de doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública tem como objetivo a formação de docentes, pesquisadores e gestores numa perspectiva interdisciplinar e multiprofissional. É desenhado para capacitar profissionais no planejamento e análise de dados na pesquisa epidemiológica e na análise, planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação de políticas públicas e tecnologias, considerando os contextos social e ambiental, nos cenários nacional e internacional.
O público-alvo são candidatos com diploma de nível superior, preferencialmente portadores do título de mestre. Os não portadores do título de mestre deverão possuir uma produção científica relevante, que será avaliada pela Comissão de Seleção.
Vagas: 21 - Inscrições até 23/7/21
Biociências e Biotecnologia - doutorado
O Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz-PR) torna pública a seleção para o curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biociências e Biotecnologia do ICC/Fiocruz-PR (PPGBB-ICC).
O público-alvo do curso são profissionais com nível superior completo e, preferencialmente, título de mestre.
Vagas: 5 - Inscrição: 30/7/21
Biodiversidade e Saúde – doutorado
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biodiversidade e Saúde, oferecido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) torna pública a seleção para o curso de doutorado acadêmico em Biodiversidade e Saúde nas seguintes áreas de concentração: a) Taxonomia e Sistemática; b) Saúde Ambiental. O Programa tem por objetivo a formação de profissionais capazes de atuar em pesquisa e docência sobre a biodiversidade e sobre os problemas de saúde humana decorrentes das alterações nos ambientes naturais ou das ações antrópicas. Todos os projetos desenvolvidos no PPGBS devem estar alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O público-alvo do curso são portadores de diploma de mestrado, com, pelo menos, um artigo científico publicado ou aceito para publicação em revista indexada, como primeiro autor ou autor correspondente.
Vagas: 6 - Inscrições: 30/7/21
Promoção da Saúde e Desenvolvimento Social - Especialização
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) torna pública a seleção de candidatos para o curso de especialização em Promoção da Saúde e Desenvolvimento Social. Ele visa desenvolver a reflexão sobre conceitos e práticas de promoção da saúde, tendo por base o conceito ampliado de saúde e a ação sobre os determinantes sociais de saúde; criar capacidades de articular e mobilizar conhecimentos, incluindo o diálogo com outros saberes, outras ciências e outras políticas; e ainda formar trabalhadores da saúde e de áreas correlatas sob novas perspectivas de ação, incluindo empowerment da comunidade, focando na equidade, na ética, e nos direitos à saúde.
Devido ao atual contexto sanitário da pandemia de Covid-19, as atividades deste curso serão realizadas de maneira remota. Desta forma, candidatos de outros estados poderão concorrer a vagas.
Vagas: 30 - Inscrições: 11/8/21
Pesquisa Clínica - mestrado profissional
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) torna pública a seleção de candidatos ao curso de mestrado profissional em Pesquisa Clínica (MPPC), cujo objetivo é desenvolver a capacidade dos alunos através do aprendizado das diferentes habilidades inerentes a pesquisa clínica. Nessa perspectiva, o curso prioriza o desenvolvimento de projetos na instituição com a qual o aluno possui vínculo de trabalho e que resultem em produtos passíveis de aplicação prática e imediata na melhoria da qualidade dos setores nos quais o aluno desenvolve suas atividades profissionais.
O público-alvo são profissionais de nível superior em qualquer área de graduação que tenham vínculo profissional de qualquer tipo (servidor público, CLT, bolsa de fundação de apoio, empresa, cooperativa) ou autônomo com situação profissional regularizada com registro em seu conselho (Ex: CRM, CRMV, Corem, CRF, etc); ou que proponham o desenvolvimento do projeto do mestrado profissional no seu local de trabalho ou no local de trabalho do orientador, relacionado a uma das linhas de pesquisa do MPPC.
Vagas: 20 - Inscrições até 12/8/21
Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas – mestrado
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) torna pública a seleção para o curso de mestrado do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (PCDI). Seu objetivo é formar docentes para o ensino de nível superior e pesquisadores em nível de mestrado, qualificados para o desenvolvimento de Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas e, assim, formar profissionais de excelência para desenvolver pesquisas clínico-operacionais, clínico-comportamentais, clínico-ambientais e socioculturais das doenças infecciosas.
Vagas: 16 - Inscrições: 12/8/21
Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas - doutorado
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) torna pública a seleção para o curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (PCDI). Seu objetivo é formar docentes para o ensino de nível superior e pesquisadores qualificados para o desenvolvimento de Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas; além de formar profissionais de excelência para desenvolver pesquisas clínico-operacionais, clínico-comportamentais, clínico-ambientais e socioculturais das doenças infecciosas.
O público-alvo são profissionais que possuam graduação completa e, preferencialmente, o título de mestre.
Vagas: 10 - Inscrições: 12/08/2021
Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos – doutorado
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) torna pública a abertura de inscrições para o curso de doutorado acadêmico em Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos. O curso, ligado ao Programa de Pós-Graduação Acadêmico em Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos (PPG-PTFM), oferece formação nas seguintes áreas de pesquisa: Química Medicinal, Farmacologia e Tecnologia Farmacêutica.
O curso é gratuito e as aulas serão ministradas virtual ou presencialmente, de acordo com o calendário do referido curso.
Vagas: 10 - Inscrições até 16/8/2021
Na próxima semana, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) debaterá a potência terapêutica das histórias de vida. Durante o encontro, que acontecerá no âmbito do Centro de Estudos da Ensp, será realizado também o lançamento do e-book “Histórias de Vida, Vozes da Rua”, fruto da pesquisa 'O cuidado às pessoas em situação de rua na Rede de Atenção à Saúde'. A sessão online é aberta ao público, e está marcada para o dia 29 de julho, às 14h, ao vivo no canal da Ensp no Youtube.
Além das apresentações e debates – que serão realizadas por Cláudia Brito, pesquisadora que apresentará a pesquisa que deu origem ao livro e mediará o debate; Valeska Antunes, médica que atuou no Consultório na Rua atendendo à população em situação de rua, Lilian Leonel, representando pessoas em situação de rua e liderança local; e Eliana Claudia Ribeiro, educadora que pesquisa e reflete sobre os processos de aprendizagem significativa –, o webinário terá leituras de breves trechos do livro, e permitirá que os participantes perguntem e proponham questões ao debate.
A pesquisa “O cuidado às pessoas em situação de rua na Rede de Atenção à Saúde”
A pesquisa de Saúde Coletiva que deu origem às narrativas teve como objetivo principal analisar a dinâmica e os modos de vida das pessoas em situação de rua e sua relação com os cuidados em saúde. Ela foi coordenada por Cláudia Brito e contou com a médica Lenir Nascimento da Silva e o antropólogo Caco Xavier, todos vinculados à Ensp.
Histórias de Vida, Vozes da Rua
Segundo o site da pesquisa, a ideia do livro nasceu do impacto que a beleza e a delicadeza que os relatos da população em situação de rua trouxeram aos pesquisadores da Ensp, quando estes se reuniram para analisar os depoimentos coletados durante a pesquisa.
À medida em que a leitura coletiva das entrevistas avançava no desvelar da experiência dessas pessoas e nos procedimentos de descrição, síntese e análise dos fenômenos estudados, os pesquisadores percebiam como seria importante compartilhar esse material na íntegra, de modo a permitir que a população em situação de rua se mostrasse e se apresentasse por meio de sua própria linguagem.
O ebook reúne, de forma escrita e na íntegra, narrativas orais gravadas com a população em situação de rua, que abordam histórias de vida, atividades do cotidiano, sentimentos, desejos, sonhos e estratégias e cuidados de saúde das pessoas entrevistadas, todas vivendo em situação de rua naquela ocasião.Para a coordenadora da pesquisa e debatedora do webinário, Cláudia Brito, o livro traz histórias repletas de riqueza e pluralidade, por vezes surpreendentes, sobre suas percepções de vida e do mundo. “Pensando no atual contexto de intensificação da agenda neoliberal e de indivíduos autocentrados em favor de seus interesses ou intolerantes às diferenças, o compartilhamento dessas histórias reafirma a preocupação com o outro, com direitos e cidadania, em favor da construção de projetos de pesquisa, de cuidado de saúde e de educação solidários e afetivos”, defendeu Cláudia.
"As ações afirmativas falam de justiça, reparação e memória, mas falam especialmente de futuro. E as ações afirmativas são a cara da Fiocruz no século XXI”, disse, confiante, a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e coordenadora do GT de Saúde Indígena da Abrasco, Ana Lúcia Pontes, durante a primeira edição aberta de 2021 do Encontros Virtuais da Educação. O debate tratou das “Ações afirmativas e povos indígenas: avanços e desafios” e está disponível, na íntegra, no canal do Campus Virtual Fiocruz no Youtube.
Ana Lúcia foi moderadora do debate que reuniu o professor Gersem Baniwa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a pedagoga e representante do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena Rita Potyguara, a docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e integrante do Projeto "Vozes Indígenas na Produção do Conhecimento", ligado à Ensp/Fiocruz, Joziléia Kaingang e a professora e pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) Luiza Garnelo.
Inclusão, acolhimento da diversidade e busca da redução das desigualdades sociais foram alguns dos atributos citados pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fundação, Cristiani Vieira Machado, para descrever diretrizes que permeiam decisões da Fiocruz nas mais diversas áreas. Já Ana Lúcia, lembrou da trajetória histórica da Fiocruz na luta social no campo da saúde e defendeu a perspectiva de futuro que abrange o tema da discussão: “as ações afirmativas terão papel estratégico numa dimensão não apenas de representação, mas também de um conjunto de questões que estão colocadas ao se falar da presença indígena na academia, na produção do conhecimento e no sistema único de saúde”.
A abertura de espaços acadêmicos para o diálogo intercultural e intercientífico é irreversível
O professor Gersem Baniwa contou sua história desde o nascimento, passando por escolas e a inserção em programa de vanguarda de implementação de ações afirmativas, até a entrada na pós-graduação e questionou: “Qual seria minha chance sem apoio externo? É só pensar na minha trajetória que teremos a resposta”. Segundo ele, são diversas as iniciativas e formas criativas, dinâmicas e interessantes para promover o acesso desses segmentos historicamente desprivilegiados, excluídos e discriminados.
Gersen apontou ainda que a abertura de espaços acadêmicos para o diálogo intercultural e intercientífico é um desafio, mas “que está em andamento e, para mim, é irreversível. Além disso, o uso de línguas indígenas na produção, defesa e validação de conhecimentos acadêmicos já são realidade, assim como as inovações teórico-metodológicas, os processos de coteorizações ou pesquisa colaborativa e de coautorias porque quem quiser pesquisar indígena vai ter que participar o povo, a etnia e outros. Não existe mais a "minha tese sobre eles", advertiu Gersem.
Rita Potyguara, descreveu que o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI) trata desde a educação básica até a educação superior e pós graduação. De acordo com ela, a preocupação com as ações afirmativas vem de longa data, mas, nos últimos anos, tais questões estão perdendo espaço e o campo educacional como um todo sofre com inúmeras ações de retrocesso. Rita apresentou uma carta do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena, dirigida à Fiocruz, detalhando que o texto é um apelo à Fundação para auxílio no enfrentamento dessas perdas e regressões para a área. O texto, na íntegra, pode ser lido aqui.
Escola como ferramenta de luta
“A escola não chegou para nos acolher ou construir coletivamente, mas para nos oprimir, impor línguas e modos de escolarização”, lamentou a professora Joziléia Kaingang, ressaltando essa grande violência como um ponto de mudança: “Ao longo da trajetória da escola dentro dos nossos territórios aprendemos a nos apropriar. Tomamos a escola para nós e hoje ela é uma ferramenta de luta. E tão importante quanto isso é termos também uma caminhada dentro das instituições universitárias do nosso país”.
Joziléia falou ainda sobre a Universidade ao qual ela é ligada. Lembrou desafios e outras lutas, mas ressaltou, por exemplo, a aceitação da língua espanhola como uma língua de proficiência para entrada na pós-graduação e, “para além disso, em 2018, a aceitação da língua indígena como uma segunda língua aceita dentro do programa. Essas são conquistas importantes que devem ser destacadas para inspirar diferentes grupos e novas conquistas em outros espaços e iniciativas”.
Encerrando as apresentações, Luiza Garnelo, enfatizou a pluralidade de experiências trazidas para o debate, que reuniu questões da Amazônia, Nordeste e Sul do país, mostrando a diversidade de luta e avanços na escolaridade indígena brasileira com a articulação de ações afirmativas e políticas de inclusão social.
Assista ao debate Ações afirmativas e povos indígenas: avanços e desafios, realizado em 14 de julho de 2021:
Está no ar uma nova formação online sobre o combate ao coronavírus. Desta vez, voltada aos Agentes Populares. O curso foi elaborado pela Fiocruz Pernambuco em parceria com as organizações e movimentos sociais que constroem as campanhas Mãos Solidárias e Periferia Viva. A formação é online, autoinstrucional, livre para todos os públicos e está com as inscrições abertas. Conheça o curso “Agentes Populares para o enfrentamento da Covid-19” e inscreva-se na plataforma do Campus Virtual Fiocruz!
O agente popular pode ser qualquer pessoa que, de forma voluntária, esteja disposto a ajudar vizinhos e comunidade no cuidado, levantamento de pautas importantes e necessidades, na disseminação de informações relevantes de forma clara, entre outras iniciativas que articule orientações e mudanças a partir de um diálogo aberto e qualificado sobre questões do dia a dia da vizinhança ou determinados grupos de pessoas.
O novo curso, que tem em sua base a solidariedade ativa e a mobilização comunitária, foi desenvolvido como uma ferramenta de apoio à formação de Agentes Populares, a partir das experiências construídas por um conjunto de instituições e movimentos sociais. Ele é respaldado em processos de aprendizagem por descoberta. Para tanto, propõe-se que o aluno conheça e realize as práticas para, então, responder às perguntas reflexivas, cujas relações devem ser descobertas e construídas ao longo da trajetória da formação.
Segundo a responsável pelo curso, Paulette Cavalcanti, que é pesquisadora da Fiocruz Pernambuco e uma das coordenadoras do Projeto Mãos Solidárias/Periferia Viva, a formação é um dos desdobramentos da campanha e alinha-se à defesa da população, contra a fome e em defesa da saúde para o enfrentamento da pandemia. “Buscamos formar agentes nas comunidades, orientando, qualificando e incentivando o compartilhamento de medidas básicas de cuidado e prevenção à população circunvizinha sobre a Covid-19, como uso de equipamentos de proteção individual, correta lavagem das mãos, recomendações de distanciamento social, além de cuidados básicos a pessoas com sintomas”, descreveu Paulette.
A pandemia de Covid-19 vem expondo e gerando dificuldades que vão muito além da saúde. Desta forma, os participantes do curso são vistos como protagonistas de sua formação, buscando uma postura crítica, reflexiva e propositiva, como se espera dos que atuam na linha de frente das comunidades.
A coordenadora pedagógica da Educação a Distância da Fiocruz Pernambuco, Joselice da Silva Pinto, destacou que a Fiocruz-PE tem como parte de sua missão contribuir para a geração de conhecimentos e inovação tecnológica para a melhoria das condições sanitárias da população, particularmente na região Nordeste brasileira, mas não somente nela.
“A equipe da EAD da Fiocruz-PE sente o orgulho do dever cumprido ao entregar um recurso educacional baseado na perspectiva da formação popular em saúde, que vai contribuir para que as comunidades vulneráveis se mobilizarem para evitar a transmissão do novo coronavírus, mas também lutar pelos seus direitos, entendendo que estas duas dimensões são essenciais para o enfrentamento da pandemia”, disse ela, destacando ainda a modalidade à distância como um diferencial, pois tem potencial de chegar a cidadãos que não teriam acesso a formações presenciais para Agentes Populares.
Conheça o curso Agentes Populares para o enfrentamento da Covid-19 e inscreva-se!
Conheça mais sobre as iniciativas do projeto Mãos Solidárias/Periferias Vivas:
Eugénio de Andrade foi um dos maiores poetas portugueses contemporâneos. Além de obras publicadas em várias línguas, recebeu o Prêmio Camões, em 2001. Eugénio de Andrade era pseudônimo de José Frontinhas Neto, poeta que nasceu em Póvoa de Atalaia, pequena aldeia da Beira Baixa, Portugal, em 1923, e faleceu em 2005, após anos convivendo com uma doença neurológica prolongada.
No poema escolhido para esta semana no Sextas de Poesia, o artista nos clama a viver, reescrever caminhos, palavras, navegar a calmaria e permanecer.