Lau Siqueira – poeta gaúcho que se apaixonou, mudou e viveu na Paraíba – escreve o poema de hoje do Sextas de Poesia. Ao ver a imagem de um guerrilheiro preso numa jaula, como um animal, disse: "aquilo me roeu os ossos", falando sobre a opressão e a resistência para se manter livre.
Zygmunt Bauman afirma que a utopia precisa de duas condições. A primeira é a forte sensação de que o mundo não está funcionando adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste. A segunda condição é a existência de uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, seres humanos, podemos fazê-lo”.
Em tempos tão brutais e de tantas perdas, só podemos olhar para o passado, e exaltar a força coletiva e a coragem para construir pontes para a utopia. Sempre!
Encerrando o mês da mulher, o projeto "Sextas" trás o poema Ruínas, de Florbela Espanca, escritora portuguesa que escrevia o que sentia em versos quase confessionais. Expressava as dores, escolhas e a vida das mulheres, com seu olhar sensível, triste, mas com enorme vontade e esperança na superação e felicidade.
Que a chegada do outono faça cair folhas amarelas, derrubar castelos e "sobre as ruínas crescer heras. Deixa-as beijar as pedras e florir!"
Março também é o mês em que se comemora o Dia Mundial da Poesia! Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a poesia é "forte aliada do entendimento entre os povos, uma impulsora da paz e do diálogo. Os versos reafirmam a humanidade e mostram que pessoas em todas as partes do mundo têm os mesmos anseios, compartilham dos mesmos sentimentos e questões".
O Dia Mundial da Poesia foi criado em 1999 durante a 30ª sessão anual da Unesco, em Paris. Um dos principais objetivos da data é apoiar a diversidade linguística por meio da expressão poética e oferecer às línguas sob risco de extinção a oportunidade de serem ouvidas em suas comunidades. A data também quer incentivar a leitura, a escrita e o ensino da poesia promovendo um diálogo cultural com a dança, as artes dramáticas e a pintura. Em 2020, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, declarou que a poesia tem o poder de lembrar a todos da resiliência do espírito humano.
Olga Savary foi poeta, nunca quis ser chamada de poetisa. Foi voz pelos direitos das mulheres, todos eles. Hoje, nossa homenagem é para essa poeta - que morreu ano passado vítima da Covid-19 -, mas também a todas as vidas perdidas nesta semana em que se completa um ano da declaração oficial da pandemia mundial causada pelo coronavírus.
Em seu primeiro livro, Ferreira Gullar escreveu o prefácio, uma tradução perfeita:
"Olga Savary nos parece dizer que a multiplicidade dos fenômenos e das vozes mais encobre que revela a essência real da vida. Por isso mesmo, ela está sempre nos chamando para o silêncio, a quietude, para as coisas que dormem esquecidas ou abandonadas, para o que está aparentemente à margem do mundo. Ela busca, ali, aquela integridade, aquela unidade que daria sentido à existência. Mas onde encontrá-la realmente, “se nada termina tudo se renova?” É uma angústia que a dilacera “como uma garra que fecha e abre dentro da fechada carne”. É quase o desespero".
O poema escolhido para esta edição do Sextas de Poesia nos faz navegar num "Mar de esperança", insistindo na alegria como resistência!
Ela é força e resistência, fez da palavra e da escrita sua luta. Carolina Maria de Jesus, mulher, negra e favelada é a escritora e poetisa que ilustra o Sexta de Poesias desta semana, que também celebra todas as mulheres em suas diferentes representações, lugares e conquistas.
A escritora acaba de receber o título de Doutora Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Caio Fernando Abreu faz falta. Em fevereiro, completa-se 25 anos de sua morte, mas sua poesia e memória seguem vivas, e a cada dia ele é mais lido e compartilhado por um público jovem. Poeta, jornalista e escritor, ele enfrentou seus medos, a ditadura, a luta pelo direito de ser o que quiser, de ter um lado, de fazer escolhas e de mudar. Como no poema que ilustra o 'Sextas de Poesia' desta semana, Caio Fernando Abreu reafirma: "Faz anos navego o incerto". Para ele não há respostas, roteiros nem portos. No entanto, nos deixou a palavra, pontes que atravessam rios e navegam mares.
Leia na íntegra o poema Faz anos navego o incerto.
Há um ano nos reinventamos, aprendendo a encontrar, dar as mãos e amar mesmo que distantes. Seguimos com esperança no futuro e na força do amor, como o libelo do poeta russo Vladimir Maiakovski, que ilustra o sextas de poesia desta semana. Confira!
Nesta semana, o Sextas de Poesia homenageia o carnaval. Este ano não teremos os passistas, foliões e a alegria nas ruas... O samba enfrentará mais esse temporal! Vamos nos resguardar para quando o carnaval de 2022 chegar! Neste carnaval, fique em casa!
Com o poema Sísifo - Antologia poética, edição Dom Quixote, Miguel Torga ilusta o Sextas de Poesia desta semana.
"O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito. Vamos de mãos dadas..." Sempre atual, Carlos Drummond de Andrade ilustra o Sextas de Poesia com o poema "Sentimento do mundo".
O Sextas de poesia desta semana traz "Renga da noite", de autoria de Alice Ruiz.