O Sextas de Poesia desta semana homenageia o poeta, compositor, músico e artista visual Arnaldo Antunes com o poema "Estamos sob o mesmo teto". A sua poesia concreta, na qual a atitude se faz pela linguagem, não só verbal, transgredindo as questões sintáticas e criando combinações raras, tem como influência o concretismo paulista dos anos de 1950. No poema escolhido, o autor brinca com a forma da escrita, desconstruindo a lógica de versos, que podem ser lidos de cima pra baixo, de baixo pra cima ou ainda pulando linhas. São vários poemas dentro do poema, escolha o seu. Viva Arnaldo Antunes!
O poeta nasceu em 2 de setembro de1960 em São Paulo. Ele também foi um dos criadores e membros da banda Titãs, recebeu o Grammy com o grupo Tribalistas, além de outros prêmios durante toda sua carreira. É autor de "Agora aqui ninguém precisa de si", de 2015, e "Como é que chama o nome disso", de 2006, entre outros livros de poesias.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto era o nome de batismo da poeta Cora Coralina, uma brasileira que começou a publicar os seus trabalhos quando tinha 76 anos.
Um dos poemas mais conhecidos de Cora é "Aninha e suas pedras", que foi escolhido pelo Sextas de Poesia para homenagear Cora no dia de seu aniversário. Ela nasceu em 20 de agosto de 1889.
O poema aborda a resiliência e a urgência de tentar outra vez quando tudo parece ter dado errado...e outra vez sempre....
O Sextas de Poesia desta semana encerra o especial do mês de junho com o poema Casamento de Adelia Prado. O amor foi mostrado aqui em diferentes formas... amantes, namorados, a dor da espera, o amor não revelado, a perda do ente amado, encontros e juras de sentimento eterno. Em Casamento, Adelia Prado traz a calmaria do amor na cumplicidade, no silêncio dos olhos que entendem o que não veem, as mãos que seguem juntas lembrando o passado, coisas prateadas que espocam no ar, sendo, enfim, noivo e noiva.
"Eu sei que vou te amar", poema canção do nosso grande poetinha Vinicius de Moraes e do maestro Tom Jobim, ilustra mais um Sextas de Poesia do mês dedicado ao amor. Os versos eternizam o amor, indestrutível e que sofre a ausência, mas que supera a dor e sonha sempre o retorno do ser amado.
O amor é filme... nos arrebata e, como nos lembra o poetinha, que "eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure".
Dando continuidade ao mês em homenagem ao amor, nesta semana, o Sexta de Poesias traz Fernando Pessoa, com o poema Presságio, um clássico do autor, escrito em 1928. Com linguagem simples, Pessoa se debruçou sobre as dificuldade de viver um amor não correspondido: "O amor, quando se revela, não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, mas não lhe sabe falar... Ah, mas se ela adivinhasse, se pudesse ouvir o olhar, e se um olhar lhe bastasse p'ra saber que a estão a amar!"
Nesta semana em que se comemora o Dia dos Namorados (12/6), também é lembrado o aniversário desse, que é um dos mais importantes poetas da língua portuguesa. Nascido em 13 de junho de 1888, Fernando Pessoa escreveu poesia, prosa, teatro, ensaios críticos e filosóficos. Ele ficou conhecido ainda por ser vários poetas ao mesmo tempo, não se tratando de pseudônimos, mas de heterônimos, ou seja, entidades individuais que revelavam seus próprios gostos, estilos, influências, valores e crenças.
Durante o mês de junho, o projeto Sextas de Poesia trará poemas de amor em homenagem ao Dia dos Namorados. A poesia talvez seja a representação mais pura e forte do amor na arte. O que seria do amor sem as cartas ridículas? Sem declamação ou serenatas nas janelas? Aos poetas coube traduzir o amor...
E falando de amor torna-se impossível não lembrar de Carlos Drummond de Andrade, o poeta que dedicou muitas palavras para o sentimento amoroso, seu sentimento do mundo.
Em "As Sem Razões do Amor" - poema publicado na obra Corpo, de 1984, e escrito na fase final da vida do autor, que veio a falecer em 1987 -, Drummond diz em seus versos que o "amor foge a dicionários e a regulamentos vários". E toda maneira de amor vale a pena!!!
Paul Celan, filho de judeus de língua alemã, enaltecido como um dos maiores poetas do pós-guerra, carregou e registrou em sua obra a marca do terror nazista. A desolação pela perda dos pais, mortos em um campo de extermínio do qual fugiria, trouxe até nós um texto denso, vigoroso e envolto em silêncio e dor em "Levado a casa em esquecimento".
"Suas obras revelam uma nova forma de respirar; portanto, exigem uma nova forma de ler, uma nova forma de estar no mundo. Parece ser essa a demanda legada pela obra de Celan: mudar a respiração, suspendê-la, prendê-la ante o salto ou o poema, ante a vida, libertá-la".
Assim como nos dias de Celan, atravessamos, aqui, em nossos tempos – como se algumas datas se reapresentassem, se erguessem outra vez – mais um período sombrio da história da humanidade.
O poeta que fala por aqueles que não puderam falar e também a todos que enfrentaram o desafio de dize-lo.
"Se trata sempre do começo e do final. Entre ambos está o instante", Paul Celan.
Nesta semana, o projeto Sextas de Poesia faz uma homenagens a todas as mães.
Mãe de barriga, coração, escolha e amor. Com o Poema "De mãe", Conceição Evaristo fala sobre acolhimento, criação, admiração e algumas agruras da vida que essas mulheres transformam em amor: "Foi de mãe esse meio riso dado para esconder alegria inteira...".
Assista o vídeo-homenagem de Dia das Mãe feito pelo Campus Virtual Fiocruz:
O que há em comum entre um soldado da coroa portuguesa, o alferes Tiradentes, um santo guerreiro, Jorge da Capadócia, e a revolução dos cravos? Abril marca eventos e personagens que lutaram por justiça e ideais. Nossa escolha para esta semana é o poema canção "Tanto mar", de Chico Buarque, que, com tantas léguas a nos separar, lembra que é preciso navegar.
Como disse Rosa Luxemburgo, lutemos "por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”. Sejamos inconfidentes, guerreiros e revolucionários!
Manuel Alegre, poeta português nos fala de uma Lisboa triste. Com "praças cheias de ninguém", o poema, que foi escrito durante a pandemia, retrata a desolação do isolamento e o vazio da cidade. No Brasil, na semana em que batemos mais uma vez o recorde de vidas perdidas por dia, cidades decretam lockdown na tentativa de evitar o colapso total.
Mas como disse o poeta "ainda é Lisboa de Pessoa alegre e triste e em cada rua deserta ainda resiste". Do lado de cá, resistiremos com Quintana, Barros, Drummond, Clarice, Cecília, toda poesia e tanto (a)mar.