A pesquisa intitulada Saúde na Linha de Tiro, realizada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), mostrou que pessoas que convivem de perto com a violência armada resultante da chamada “guerra às drogas” tem mais chance de adoecer, em comparação com moradores de áreas menos atingidas. Dentre outros males, a exposição constante a intervenções policiais gera agravos de saúde mental, como depressão e ansiedade, transtornos do sono e o desenvolvimento de doenças crônicas, como hipertensão arterial. A maior ocorrência de tiroteios com a presença de agentes de segurança provoca, ainda, o fechamento das unidades de saúde, com a interrupção dos serviços, dificultando estratégias de vacinação, cuidado e prevenção.
Confira a edição 254 da revista Radis
Na edição número 254 você também confere os seguintes temas: A resistência ancestral de mulheres quilombolas no interior do Piauí; A história de Dona Chica, rezadeira, parteira e educadora popular em saúde; Memoriais homenageiam vítimas da covid-19 e lembram que erros não podem ser repetidos e Eventos de popularização da ciência inspiram a formação de jovens cientistas.
O Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos da Ensp (Ceensp) abordará, no dia 22 de novembro, às 14 horas, o tema "Sistemas nacionais de informação e acesso a dados de saúde - desafios e perspectivas". O Ceensp será realizado presencialmente na sala 410 da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e terá transmissão ao vivo através de seu canal no Youtube, com tradução para Libras.
Os convidados são a coordenadora geral de Inovação e Informática em Saúde do Departamento de Informática do SUS (Datasus), Paula Xavier, e o coordenador geral de Informação Estratégica em Saúde do Departamento de Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações (Demas) Estratégicas em Saúde, João André Oliveira. Ambas as coordenações integram a nova Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seidigi) do Ministério da Saúde, criada na gestão da ministra Nísia Trindade Lima, que tem por missão formular políticas orientadoras para a gestão da saúde digital. Entre suas atribuições estão o gerenciamento dos sistemas nacionais de informação, a integração, proteção e interoperabilidade de dados e a disseminação de informações.
Os convidados apresentarão análises da situação dos sistemas de informação do Sistema Único de Saúde (SUS) apontando os principais desafios enfrentados pela atual gestão do Ministério da Saúde e perspectivas futuras. Para debater o tema, o evento contará com a participação da pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Ensp Monica Martins. A vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Luciana Dias de Lima, apresentará o debate, que terá o coordenador executivo do Núcleo de Ciência Aberta da Ensp, Leonardo Castro, como moderador.
Acompanhe:
‘O nosso Norte é o Sul’. É baseada neste lema que a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) vai realizar, no dia 30 de novembro, o encontro ‘Trabalhadoras(es) migrantes, saúde e violências: aproximações interseccionais e decoloniais’. No evento, será lançada a cartilha ‘Migração, Trabalho e Violência: interfaces com a saúde’, elaborada para migrantes e com a participação deles. A finalidade da publicação é compartilhar conhecimento sobre violências e o mundo do trabalho. A atividade será às 14h, na sala 410. Para participar presencialmente, inscreva-se aqui. Haverá transmissão ao vivo pelo canal da Ensp no Youtube.
Inscreva-se e participe presencialmente!
A mesa contará com a participação de duas mulheres migrantes: Catalina Revollo Pardo, pós-doutora Capes/PNPD do Programa EICOS, do Instituto de Psicologia da UFRJ, e Yelitza Josefina Lafont Paredes, assistente de desenvolvimento familiar e comunitário - Aldeias Infantis/RJ, liderança no Morro do Banco/RJ. Também estarão presentes as coordenadoras da pesquisa, Cristiane Batista Andrade, do Departamento de Estudos de Violências e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp/Fiocruz) e Corina Mendes, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), além de Lilian Freitas, coordenadora do Comitê Técnico Estadual de Saúde Integral da População Imigrante e Refugiada do Estado do Rio de Janeiro, e Ana Cristina Nunes, coordenadora do Aldeias Infantis/RJ. A mediação será de Fernanda Mendes Lages Ribeiro (Claves/Ensp/Fiocruz)
A nova cartilha é um produto do estudo ‘Migração, saúde e violências: experiências de trabalhadoras(es) migrantes e refugiadas(os) no Rio de Janeiro’, financiada pelo programa INOVA - Geração do Conhecimento/Fiocruz (2022-2023). O objetivo geral da pesquisa foi analisar o processo de migração/refúgio e suas repercussões na vida, no trabalho e na saúde de migrantes que estão trabalhando na capital fluminense, sob a perspectiva da interseccionalidade e dos feminismos decoloniais.
Alguns dos alvos específicos das investigações foram as (re)inserções laborais e educacionais de migrantes e refugiadas(os). Além disso, a pesquisa objetivou discutir as percepções dessas pessoas a respeito da saúde e a presença ou não de doenças relativas ao estresse e às emoções, como as doenças mentais, ocupacionais, covid-19, por exemplo. Outro foco foi debater o trabalho reprodutivo (cuidado familiar, maternidade e as atividades domésticas) entre as mulheres migrantes e refugiadas e, ainda, analisar as vivências de violências, como a xenofobia, as discriminações raciais/racismo, as desigualdades de gênero, os assédios moral e sexual, a propensão ao trabalho escravo contemporâneo e à exploração sexual.
“De maneira geral, os resultados empíricos apontam as inúmeras vulnerabilidades, violações de direitos e violências às quais estão submetidas(os) as(os) migrantes no mundo do trabalho, na educação e na vida cotidiana no país, assim como a reificação de relações de gênero e raciais desiguais, que são questões estruturais no Brasil”, afirmam as coordenadoras da pesquisa. Os resultados detalhados relativos aos temas trabalho, saúde e violência serão apresentados durante o evento do dia 30 de novembro.
Nos dias 27 e 28 de novembro, das 9h às 17h, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fiocruz (Ensp/Fiocruz) realizará o Seminário 25 Anos de EAD da Esp: Contribuições para uma Educação sem Distância na Formação para o SUS. Organizado pela Coordenação de Desenvolvimento Educacional e EAD (CDEAD), o evento celebra o aniversário de 25 anos da Educação à Distância da Ensp trazendo para a discussão temas relevantes, como desafios que a modalidade à distância enfrenta na contemporaneidade e aspectos relevantes da formação de docentes para EaD. Além disso, o evento, que se realizará no auditório térreo da Escola, contará com a participação de parceiros que fizeram parte dessa história e com alunos compartilhando suas vivências.
Além das quatro mesas de debate que serão realizadas no auditório e transmitidas pelo Youtube, haverá uma tenda montada no pátio, em frente à Escola, que comportará a Mostra Educação sem Distância, apresentando ações realizadas ao longo dos 25 anos da EAD da Ensp. Neste espaço, haverá também atividades culturais e, ao final do dia 28 de novembro, um coquetel de celebração.
Com mais de 60 mil alunos formados em todo o território nacional, a EAD da ENSP tem mantido qualidade pedagógica e sido importante agente de implementação de políticas públicas relevantes para a saúde da população.
Para comemorar, convidamos você para o Seminário 25 anos de EaD da Ensp: Contribuições para uma Educação sem Distância na Formação para o SUS, no qual:
✔️ compartilharemos um pouco dessa história;
✔️ conversaremos sobre temas relevantes como Desafios que a modalidade a distância enfrenta na contemporaneidade e aspectos relevantes da formação de docentes para EaD;
✔️ contaremos com a presença de parceiros históricos e alunos compartilhando suas vivências!
Local: Auditório da Ensp (térreo) e Pátio de entrada da Ensp, localizada na Rua Leopoldo Bulhões, 1.480 - Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ.
Confira a programação e acompanhe:
27/11, 10h - Abertura do Evento
27/11, 14h30 - Em tempos de Cibercultura, de que EaD estamos falando?
28/11, 8h30 - Contribuições da Ead/Ensp para a implementação de políticas públicas
28/11, 14h - Contribuições dos projetos de intervenção
#ParaTodosVerem Banner com fundo branco, com os dizeres no centro: Seminário 25 anos de EaD da Ensp, contribuições para uma educação sem distância.
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) vai realizar o webinário ‘Contexto global e a saúde nos BRICS: possibilidades e desafios em cenários desiguais’ no dia 8 de novembro, às 14h. A atividade será transmitida pelo canal da Ensp no YouTube.
Coordenado pela pesquisadora da Ensp Adelyne Mendes, o evento terá como palestrantes a professora adjunta da UFRRJ e pesquisadora associada do BRICS Policy Center, Ana Saggioro Garcia, a bolsista sênior não-residente do Center for China and Globalization e Professora da O.P. Jindal Global University, Karin Costa Vazquez, e pesquisadora visitante e assessora do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris) da Fiocruz, Claudia Hoirisch.
O evento é promovido pela pesquisa "Governança e respostas nacionais dos BRICS à Covid-19: caminhos, desafios e lições para os sistemas de saúde em contextos desiguais", financiada pelo Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Aplicado à Saúde Pública da Ensp/Fiocruz.
Assista ao webinário abaixo
O acesso às urgências e atenção hospitalar como questões de direitos humanos serão tema do Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ceensp) do dia 8 de novembro. A atividade será às 14h, na sala 410 da Ensp, e haverá transmissão ao vivo pelo canal da Escola no Youtube, além de Tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Coordenado pela pesquisadora do Daps/Ensp/Fiocruz Gisele O'Dwyer, este Ceensp terá como palestrantes Mariana Konder, da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj, Marisa Malvestio, da USP, e Mauricio Stedile, do Hospital Federal de Clínicas de Porto Alegre.
Este Ceensp inspira-se no livro recém-publicado ‘Acesso Às Urgências e Atenção Hospitalar: Uma Questão de Direitos Humanos’, escrito pelas médicas Gisele O’dwyer e Mariana Konder. Ao considerar a Política Nacional de Atenção às Urgências, a obra apresenta os componentes da Rede de Urgências com suas especificidades e desafios. O Samu é apresentado como uma componente estruturante da atenção às urgências no país. A Atenção Primária à Saúde é destacada como espaço essencial para acolhimento das urgências de baixo risco. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) representa uma porta de acesso importante, apesar de funcionar para além do seu propósito, evidenciando o fenômeno de “internação” em ambiente pré-hospitalar. O hospital, fundamental componente para atenção às urgências, é apresentado com base no dimensionamento do parque hospitalar brasileiro, considerando estados, regiões e leitos SUS e não SUS.
Os componentes assistenciais são apresentados considerando o referencial dos Direitos Humanos. Apesar do volumoso e extenso investimento nos diversos componentes da Rede de Atenção às Urgências, a experiência dos usuários continua sendo a de acesso limitado, quando não interditado, e de muita luta e sofrimento para terem suas demandas atendidas. A superlotação das emergências hospitalares sintetiza bem esse fenômeno, tornando-se o local em que a violação de direitos é mais intensamente vivenciada pelo usuário. A rede hospitalar encontra-se no centro das respostas para essa experiência, sobretudo porque muito pouco foi feito pelo hospital ao longo de mais de três décadas de desenvolvimento do SUS. E, ainda, as condições do parque hospitalar e do sistema de urgência que, pela precariedade sustentada ao longo dos anos, produzem sistematicamente sofrimento ao paciente, com significativas consequências, como aumento da morbidade e mortalidade. O sofrimento não pode ser banalizado.
Quais são os limites da internet? Como ações fomentadas no ambiente virtual podem repercutir no mundo real e impactar o nosso cotidiano e as decisões relacionadas à saúde? De que maneira as grandes plataformas digitais, como Google, Facebook e WhatsApp, podem ser responsabilizadas pelos efeitos dos seus serviços, quando empregados de forma nociva, como para propagação de fake news e discursos violentos? Que regras há sobre isso no país?
Confira a edição 253 da revista na íntegra
Para todas essas perguntas, a resposta é que ainda não há regulação no Brasil. O Marco Civil da Internet (Lei no 12.965/2014) trata de conceitos gerais, mas não estabelece regras para esse tipo de mediação. É principalmente com base nessa necessidade que se pauta a proposta de criação da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, em trâmite no Congresso Nacional como Projeto de Lei (PL) no 2630/2020. Se não der conta de solucionar todo o problema, a proposta busca ao menos regular parte dele. Isso porque a legislação tem um recorte bem específico quando se refere a “plataformas de internet”, restringindo-se a redes sociais, aplicativos de mensagem e ferramentas de busca online.
Foco de disputas, a proposta é chamada de PL das Fake News pela imprensa e por defensores da medida, e apelidada de PL da Censura por seus opositores. Dentre eles, estão apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, parlamentares de oposição ao governo Lula e gigantes globais que atuam no ramo de tecnologia digital, como Google, Meta (responsável por gerenciar Facebook, Instagram e WhatsApp) e Telegram, conhecidas como big techs.
O projeto de lei de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) foi apresentado em 2020, motivado por episódios de desinformação e negacionismo científico disseminados na internet durante a pandemia de covid-19 — o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a classificar como infodemia (Radis 246). Contudo, a discussão sobre limites e responsabilidades de serviços como redes sociais e aplicativos de mensagens foi iniciada antes mesmo da crise sanitária global. Um alerta sobre a regulamentação dos serviços foi dado em 2018, durante a disputa eleitoral, devido ao uso de robôs para produção e circulação em massa de conteúdos noticiosos falsos.
Ainda assim, a tramitação do PL 2630 só foi acelerada na Câmara dos Deputados a partir de fatos graves ocorridos no início de 2023, como o uso dessas plataformas na articulação dos atentados à Democracia — culminando na tentativa de golpe de Estado, com atos de vandalismo e depredação dos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro — e os atentados a escolas e creches, no início de 2023.
Foi em 25 de abril de 2023 que o PL, aprovado pelo Senado ainda em junho de 2020, entrou em regime de urgência na Câmara. A proposta entrou na agenda de votações em 2 de maio, mas foi retirada da pauta pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e até a publicação desta reportagem não avançou.
Entidades historicamente engajadas na democratização da comunicação, como o Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a Coalizão Direitos na Rede (CDR) posicionam-se a favor da regulamentação. Em manifesto aberto, o FNDC classifica a regulação das plataformas digitais como uma medida “necessária e urgente”. Em sentido contrário, está o apoio de peso das big techs, que controlam serviços e plataformas digitais que utilizamos todos os dias.
Segundo apuração da Agência Pública, em matéria veiculada em maio de 2023, do início de abril até o dia 6 de maio, o Google havia pago à Meta mais de R$ 670 mil em anúncios no Instagram e Facebook em campanha contrária à aprovação do projeto de lei na Câmara. As peças veiculadas traziam distorções como: “O PL 2630 pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil” ou “Um Projeto de Lei pode piorar a sua internet”, dentre outras ofensivas.
No entanto, afinal, por que essas empresas têm atacado a medida regulatória? Que interesses impulsionam essa movimentação orquestrada a partir de suas próprias ferramentas? Radis entrou nessa arena para discutir o que está em disputa e conversou com alguns especialistas para entender como a regulação pode ser também uma forma de garantir o respeito à democracia e à liberdade de expressão. E não o contrário.
Lançado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), o livro “Inseguridad Alimentaria y Emergencia Climática: sindemia global y um desafío de Salud Pública en América Latina”, organizado pelos pesquisadores Ana Laura Brandão, da Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS), e Frederico Peres, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), juntamente com a professora Juliana Casemiro, do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INU/Uerj), discute as relações entre as mudanças no clima do planeta e os impactos sobre os sistemas alimentares latino-americanos. O livro foi editado pela Editora Rede Unida e está disponível em acesso aberto em formato e-book.
As interfaces entre a insegurança alimentar e a crise climática são muitas e, cada vez mais, estão no centro dos debates e dos desafios para a Saúde Pública global, especialmente por produzirem impactos mais evidentes em países e regiões onde as desigualdades históricas e estruturais são mais evidentes, como no Brasil e na região da América Latina.
Motivados pela necessidade de gerar evidências dessa “crise de crises”, os organizadores do livro elaboraram um projeto de pesquisa, submetido e aprovado no Edital de Pesquisa 2021, no âmbito do Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico aplicado à Saúde Pública, coordenado pela Vice-Direção de Pesquisa e Inovação (VDPI/Ensp). A partir do projeto, os organizadores formaram um grupo de aproximadamente 80 pesquisadores, vinculados a 24 instituições acadêmicas com sede em 11 países da América Latina, intitulado Grupo de Estudos sobre Sistemas Alimentares Latino-americanos no marco da Mudança Global – SALA Global, cuja primeira iniciativa foi elaborar um panorama das crises alimentar e climática na região, resultando no presente livro.
Contando com experiências de 9 dos 11 países representados no Grupo SALA Global, e com participação de 43 autores, o livro traz ainda reflexões teórico-conjunturais sobre os impactos das crises alimentar e climática sobre a Saúde Pública na América Latina, bem como apresenta algumas estratégias de enfrentamento possíveis.
Entre as estratégias de enfrentamento, um capítulo, escrito pelo diretor da Ensp, Marco Menezes, em colaboração com o pesquisador do Cesteh/Ensp, Frederico Peres, aponta para o papel estratégico das Escolas de Saúde Pública da região na organização de capacidades para se antecipar aos impactos da “crise de crises” e mitigar seus efeitos negativos que, a cada ano, impactam de maneira crescente os serviços, programas e sistemas de saúde da região.
Entre os dias 20 e 22 de novembro, no marco das atividades do XII Congresso Brasileiro de Agroecologia, os organizadores farão o lançamento do livro impresso, cuja versão em português deverá estar pronta no início do ano acadêmico de 2024.
Estão abertas as inscrições para o Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz). O prazo para se candidatar a uma das 25 vagas na próxima turma é 16 de novembro. Realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o curso tem a finalidade de ampliar a qualificação de profissionais e gestores que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS). A formação busca a construção de lideranças, cujos produtos do mestrado possam gerar modelos inovadores de atenção e gestão, aplicáveis não apenas à realidade da cidade, mas que sirvam de inspiração para outros contextos, de modo a fortalecer o Sistema Único de Saúde.
O Mestrado Profissional em APS tem como público-alvo profissionais da área de saúde das seguinte áreas: medicina, enfermagem, farmácia, odontologia, serviço social, psicologia, nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional, biologia, biomedicina, fonoaudiologia, educação física e saúde coletiva. Os futuros alunos precisam ter diploma de graduação conferido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC. Além disso, precisam atuar na referida função de nível superior como servidores públicos ou contratados em regime de CLT nas Unidades de Atenção Primária (Clínica da Família e Centro Municipal de Saúde), ou na Coordenação da Área de Planejamento (CAP), áreas e setores técnicos da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
O curso chega a sua sétima edição e tem como objetivo sistematizar o conhecimento técnico-científico produzido na prática dos profissionais de saúde, visando à ampliação e ao desenvolvimento de competências que qualifiquem o trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) e contribuam para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. A coordenação é das pesquisadoras da Fiocruz Elyne Montenegro Engstrom e Adriana Coser Gutierrez.
Nesta quarta-feira, 27 de setembro, o III Fórum de Pesquisa em Ciências Sociais e Saúde Pública vai debater ‘Suicídio sob a perspectiva de gênero’. Promovido pelo Departamento de Ciências Sociais (DCS) da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), o evento terá como expositora Karina Cardoso Meira, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e membro do Grupo de Trabalho de Violência e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). O debatedor será o pesquisador da Ensp e coordenador do fórum, Raphael Mendonça Guimarães. O encontro será às 13h, com transmissão ao vivo pelo canal da Escola no Youtube.
O Fórum de Ciências Sociais em Saúde Pública é uma iniciativa do Departamento de Ciências Sociais para a discussão de temas emergentes em saúde pública cujos modelos explicativos estejam fortemente ancorados em questões sociais. "Reconhecemos que a carga e doenças associadas às causas externas no Brasil, e na América Latina de forma mais geral, é importantíssima para a descrição do cenário epidemiológico da região. Por isso, consideramos oportuno ter este fórum justamente no mês de setembro", afirma Guimarães.
A campanha do Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio, teve início no Brasil em 2015, e visa conscientizar as pessoas sobre a questão. Segundo dados de 2022 da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem anualmente devido ao suicídio. Esses números indicam que uma a cada 100 mortes registradas no planeta acontecem devido ao suicídio. "É um problema de saúde pública notável, e precisa ser abordado sob a perspectiva das ciências sociais. Mais especificamente, sob a perspectiva do gênero, que persiste como um importante diferencial para diversos desfechos em saúde", alerta.
Ainda segundo Raphael Guimarães, é importante também reconhecer que a concepção de gênero extrapola o conceito de sexo, "tendo em vista que as diferenças entre as pessoas são produzidas pela cultura e arranjos pelos quais uma sociedade transforma a sexualidade biológica em realizações da vida humana". O pesquisador destaca que a discussão de gênero envolve questões estruturais que estão profundamente associadas à violência e às desigualdades de gênero em geral.
A segunda edição do encontro do Fórum discutiu o tema ‘Lições do Pacto Federativo: pandemia, tensões e inovações’, em outubro de 2022. Já na estreia, a palestra foi sobre ‘Crise econômica, austeridade fiscal e mortes por desespero no Brasil’.
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