O Sextas de Poesia desta semana homenageia o aniversário de Carlos Drummond de Andrade, celebrado em 31 de outubro, com o poema "Confidência do Itabirano". Drummond é considerado um dos poetas brasileiros mais influentes do século XX, e um dos principais artistas da segunda geração do modernismo brasileiro, embora sua obra não se restrinja a formas e temáticas de movimentos específicos.
Carlos Drummond de Andrade, que também foi contista e cronista, nasceu em Itabira do Mato Dentro - hoje apenas Itabira -, em Minas Gerais, em 31 de outubro de 1902. E vem de suas memórias de Itabira o poema em sua homenagem: "Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!"
Drummond merece todas as homenagens! É o poeta que traduz o “ferro nas calçadas" e a dor do "ferro nas almas”. O homem que viu o mundo tão grande que cabia na janela sob o mar, e que fazia da poesia seus braços pra alcançar. "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo".
Viva Drummond, o poeta do mundo!
Neste 15 de outubro, data em que se comemora o Dia dos professores, o Sextas de Poesia faz uma homenagem a todos aqueles que são plantadores de esperança, que semeiam em cada criança um adulto sonhador. Com um cordel - gênero da literatura que, por meio da declamação e textos rimados, leva arte, conhecimento e identidade à população -, esta edição do 'Sextas' mostra "A força do professor", de Bráulio Bessa.
Parabéns aos mestres que transformam vidas. Como no cordel, a educação é ter esperança, mas esperança do verbo esperançar, não de esperar. Assim, como já nos dizia Paulo Freire, "esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir!"
Braulio Bessa, poeta e cordelista, nasceu em 1985, no pequeno município de Alto Santo, no interior do Ceará. Foi na escola que teve contato, pela primeira vez, com a poesia nordestina. A partir daí, passou a admirar e a frequentar cantorias de viola em sua cidade. Em 2011, criou uma página no Facebook, chamada Nação Nordestina, para publicar conteúdos sobre tradições, expressões populares e culinária da região, e ainda postar vídeos para resgatar a tradicional literatura de cordel. Foi dessa forma que se tornou um fenômeno nas redes sociais, levando a cultura de cordel como forma de divulgação e aprendizagem.
A edição desta semana do Sextas de Poesia traz Mário de Andrade com o soneto "Aceitarás o amor como eu o encaro?". Nele, o escritor e poeta, fala sobre a inconstância do amor em um poema de hesitação. Reticências...
Mário de Andrade nasceu em 9 de outubro de 1893, em São Paulo, cidade que tornou-se o centro de sua poesia modernista.
Ele publicou "Pauliceia Desvairada" o primeiro livro de poemas da fase inicial do modernismo. Mário também foi romancista, contista, crítico literário, professor e pesquisador de manifestações musicais e excelente folclorista. Ele interessava-se por tudo aquilo que dissesse respeito ao seu país e teve relevante papel na implantação do Modernismo no Brasil, tornado-se a figura mais importante da geração de 1922. Seu romance "Macunaíma" foi sua criação máxima.
O Sextas de Poesia desta semana brinda a chegada da primavera com "Bela Flor", de Maria Gadú, celebrando o florescer e a esperança do renascimento em cores de vida, força da natureza e tecendo manhãs.
O Sextas de Poesia desta semana é ilustrado pelo poema Cântico XIII, de Cecília Meireles. Nele, a poeta nos convida para um autoencontro, para olhar pra dentro e renovar para transformar e renascer. "Ser sempre o mesmo, mas outro".
O livro Cânticos, de 2003, reúne poemas inéditos de Cecília Meireles, os quais foram transcritos dos manuscritos deixados pela autora. Além de contar com duas ilustrações da própria escritora, os poemas transcritos são reproduzidos em fac-símile e compostos de vinte e seis poemas de extrema beleza e sensibilidade.
Cecília Meireles foi escritora, jornalista, professora e pintora, considerada uma das mais importantes poetisas do Brasil. Sua obra de caráter intimista ,
destacou-se na segunda fase do modernismo no Brasil, no grupo de poetas que consolidaram a "Poesia de 30". Ela ganhou vários prêmios, entre eles o Machado de Assis e o Jabuti.
No poema escolhido para o Sextas de Poesia desta semana, o escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro Ferreira Gullar, reflete a certeza quase matemática de que " dois e dois são quatro", afirmando que a vida vale pena. O poema se faz com expressões cotidianas, exaltando a liberdade e a vida apesar do terror: O dia adentra a noite e o oceano é azul.
Hoje, 10 de setembro, seria aniversário de Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, que nasceu em 1930 e faleceu em 2016. Gullar, que foi um dos fundadores do neoconcretismo, procurou sempre apontar em sua obra a problemática da vida política e social do homem brasileiro.
Um viva para o poeta Ferreira Gullar!
Ana Lins dos Guimarães Peixoto era o nome de batismo da poeta Cora Coralina, uma brasileira que começou a publicar os seus trabalhos quando tinha 76 anos.
Um dos poemas mais conhecidos de Cora é "Aninha e suas pedras", que foi escolhido pelo Sextas de Poesia para homenagear Cora no dia de seu aniversário. Ela nasceu em 20 de agosto de 1889.
O poema aborda a resiliência e a urgência de tentar outra vez quando tudo parece ter dado errado...e outra vez sempre....
Para celebrar o dia dos Dia dos Pais, que em 2021 acontecerá em 8 de agosto, o Sextas de Poesia traz Vinícius de Moraes com o poema "Meu pai, dá-me os teus velhos sapatos manchados de terra", que é permeado de lembranças, nostalgia e saudades.
Mario Quintana é o poeta desta edição do 'Sextas', homenageado no dia de seu aniversário. Em "Canção do dia de sempre", Quintana fala sobre a dimensão e a sutileza do hoje, sem esquecer de sua efemeridade. O poeta nos convida a viver um dia de cada vez, extraindo a beleza de cada instante e vivendo-o como se fosse único. "Nada continua, tudo é um novo recomeço..."
Para Quintana, sua melhor definição foi feita por ele mesmo, em 1984: “Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão". Sorte a nossa!
Quintana nasceu em 1906 no Rio Grande do Sul. Com quase 30 anos passou a viver do jornalismo, mas nas décadas seguintes consagrou-se entre os grandes nomes da poesia brasileira. Em 1980, recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. Ele faleceu em 1994, aos 88 anos.
No Sextas desta semana, o poeta argentino Juan Gelman - que tão bem falava do amor, apesar da vida com enormes perdas e o exílio imposto pelo regime da ditadura, contra o qual sempre lutou -, na poesia "A mão", fala sobre os limites e o infinito de possibilidades da vida.
Gelman, que também foi jornalista e tradutor, tornou-se um dos mais importantes poetas da Argentina das últimas décadas. Sendo, em 2007, vencedor do Prêmio Cervantes, o mais importante das letras espanholas, além dos Prêmios Ibero-americanos de Poesia Pablo Neruda e Rainha Sofia.