O Sextas de poesia faz sua homenagem a Sophia de Mello Breyner Andresen, aniversariante em 6/11. O poema escolhido " Escuto" fala da beleza e dúvida da existência, entre Deus ou apenas o silêncio, segue o caminhar "em cada gesto ponho solenidade e risco".
Sophia foi uma das mais importantes poetas portuguesas do século XX e também a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prêmio Camões, em 1999. O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014 e tem uma biblioteca com o seu nome no país.
#ParaTodosVerem: Foto da silhueta de um homem em pé, de cabeça baixa, ele está em um local rodeado de pedras com o céu nublado ao fundo. No centro da foto o poema "Escuto" de Sophia de Mello Breyner Andresen:
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planíces do vazio
Ou a consiencia atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco.
O Sextas de Poesia está completando dois anos, com sua edição número 100. Esse projeto nasceu na pandemia para trazer um pouco de poesia para nossas vidas, ajudando, assim, a atravessarmos um período tão difícil.
Hoje, apresentamos Antônio Machado com o poema "Cantares, uma de suas obras mais conhecida, que traz a calma do simples seguir: caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar.
Antonio Cipriano José María y Francisco de Santa Ana Machado Ruiz, conhecido como Antonio Machado, foi um poeta espanhol, pertencente ao Modernismo. Ele nasceu em 26 julho de 1875, em Sevilha, Espanha e faleceu em 22 de fevereiro de 1939, em Collioure, no sul da França.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 10 de dezembro de 1948. Seu principio:"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos". O Sextas de Poesia faz sua homenagem à luta pelos direitos em todas as suas manifestações, com o poema "Os Estatutos do Homem", de Thiago de Melo. Um dos poemas mais conhecidos da literatura brasileira, tem como tema fundamental a defesa da liberdade, da esperança e da justiça.
O texto se destaca na obra do poeta pelo seu significado histórico e pela beleza poética. É também um dos poemas mais traduzidos da nossa literatura. "Decreta-se que nada será obrigado nem proibido...
Só uma coisa fica proibida: amar sem amor." E que os ventos da liberdade toquem nossos rostos!
Leia aqui, na íntegra, o poema Os Estatutos do Homem
O Sextas de Poesia desta semana faz uma homenagem ao poeta Mário Cesariny, no mês em que completou 16 anos de sua partida. Mário Cesariny de Vasconcelos foi poeta e pintor, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador das atividades surrealistas em Portugal.
Em "Radiograma" temos o poeta da liberdade e de espírito inquieto "Alegre triste meigo feroz bêbedo lúcido no meio do mar", onde se encontra e se perde. No meio do mar.
O Sextas de Poesia desta semana homenageia Carlos Drummond de Andrade, celebrando os 120 anos de seu nascimento, em 31 de outubro de 2022. Com o poema "O amor antigo", Drummond, que é um dos maiores nomes da poesia brasileira de todos os tempos - reforça a força do amor, pois, mesmo onde tudo está desmoronando, "o antigo amor, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante".
O poeta mineiro, nascido na cidade de Itabira do Mato Dentro (MG), em 1902, também foi foi contista e cronista, além de ser formado em farmácia. Ele é considerado ainda um dos principais poetas da segunda geração do modernismo brasileiro, embora sua obra não se restrinja a formas e temáticas de movimentos específicos. Drummond apresenta uma poesia com liberdade formal e temática sociopolítica. No entanto, seus textos são marcados, principalmente, por temas do cotidiano, que, mesmo culturalmente localizados, assumem um caráter universal.
*com informações do site Carlos Drummond de Andrade
"Não há utopia verdadeira fora da tensão entre a denúncia de um presente tornando-se cada vez mais intolerável e o anúncio de um futuro a ser criado, construído política, estética e eticamente por nós, mulheres e homens”. A afirmação é do autor homenageado esta semana no Sextas de Poesia, Paulo Freire, que completaria 101 anos no dia 19 de setembro de 2022.
Paulo Freire foi um educador e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira e um dos autores mais lidos no mundo.
A Pedagogia do Oprimido é até hoje um livro muito importante: trata-se da terceira obra mais citada nas ciências humanas no contexto acadêmico mundial e está entre os 100 livros mais requisitados nas universidades de língua inglesa.
Viva Paulo Freire!!!!
*com informações de eBiografia
Esta semana o Sextas de Poesia faz uma homenagem à amizade nos versos do poeta Alexandre O'Neill: "Amigo é a solidão derrotada!" Um brinde àqueles que povoam nossas memórias, que resistem ao tempo, aos dias difíceis, que são nossas melhores companhias nas gargalhadas e cúmplices da vida.
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões (1924-1986) foi um importante poeta do movimento surrealista português, sendo um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. O’Neill, que foi autodidata, era descendente de irlandeses.
O Sextas de Poesia desta semana presta uma homenagem ao grande escritor uruguaio Eduardo Galeano, que faria 82 anos neste sábado, 3 de setembro. "Noite" faz parte da obra "O Livro dos abraços", uma colcha de retalhos recheada de histórias e vida de uma América Latina.
Como descreve Godoy, "o Livro dos Abraços é uma leitura de encantamentos rumo à percepção de pequenas sutilezas que dão sentido à vida"! A editora alerta: "abra este livro com cuidado: ele é delicado e afiado como a própria vida. Pode afagar, pode cortar. Mas seja como for, como a própria vida, vale a pena?."
Confira! E viva Galeano!
*Com informações de Blog Gilberto Godoy
Nesta semana, o Sextas de Poesia homenageia Paulo Leminski, crítico literário e tradutor, que foi um dos mais expressivos poetas de sua geração. Influenciado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, deixou uma obra vasta que, passados 32 anos de sua morte, continua exercendo forte influência nas novas gerações de poetas brasileiros.
Seu livro “Metamorfose” foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, em 1995. Tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai.
O poema Amor bastante foi o escolhido para homenagear o poeta que faria aniversário essa semana, dia 24 de agosto.
"Basta um instante e você tem amor bastante" Leminsk é sempre sucinto nas palavras e certeiro na emoção, nas antinomias que desmentem a lógica. Viva o poeta do arrebatamento.
O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem ao pernambucano Miró da Muribeca, nome poético e encarnado de João Flávio Cordeiro da Silva, poeta e performer. Nascido na periferia de Recife (PE), no bairro Muribeca, é figura conhecida no circuito artístico alternativo da cidade. O poeta nos deixou há 10 dias.
Hoje, em sua homenagem, a poesia escolhida é "Alguns desertos", que faz parte do livro aDeus, de 2015. Além desse, ele publicou diversos outros livros de forma independente, entre os quais Quem descobriu o azul anil? (1984), Pra não dizer que não falei de flúor (2004), DizCrição (2012), a coletânea Miró até agora (2016) e O céu é no sexto andar (2021), o mais recente.
Siga em paz, poeta!