O Sextas de Poesia desta semana faz uma dupla homenagem: aos trabalhadores, em comemoração ao dia 1° de maio; e ao nosso compositor, escritor e poeta Chico Buarque, com a sua composição "Construção". Em 2019, Chico foi o vencedor da 31ª edição do Prêmio Luiz Vaz de Camões de Literatura, mas o ato de entrega não foi assinado pelo então presidente Bolsonaro. Agora, após quatro anos, ele finalmente recebeu o Prêmio, que foi assinado pelo presidente Lula. A premiação é entregue pelos governos de Portugal e do Brasil, e é a mais importante condecoração da língua portuguesa.
"Por mais que eu leia e fale de literatura, por mais que eu publique romances e contos, por mais que eu receba prêmios literários, faço o gosto de ser reconhecido no Brasil como compositor popular e, em Portugal, como gajo [moço] que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e o cheirinho de alecrim”.
Na ocasião da entrega, realizada 24 de abril de 2023, Lula destacou que Chico Buarque conseguiu, em suas obras, transformar o cotidiano das pessoas em poesias extraordinárias. “Ele conseguiu sintetizar as paixões e os desejos de tantas Joanas e Joões, de tantas Teresas e Josés Costas, de tantas Genis e Pedros pedreiros, de tantos guris e mambembes de nossa gente”, disse.
Viva os trabalhadores e trabalhadoras! Viva o poeta Chico!
#ParaTodosVerem No fundo do banner tem uma foto de um muro em construção, no topo da imagem há diversos registros detalhados de olhos, bocas e pernas de pessoas.
No centro da imagem um poema de Chico Buarque com o nome Construção:
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima..
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe paque..
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague.
O Sextas de poesia chegou na quarta-feira para homenagear os povos indígenas, neste dia de luta que se tornou o 19 de abril. O texto "A mãe do Brasil é indigena" de Myrian Krexu - primeira cirurgiã cardiovascular indígena do Brasil -, mostra essa força ancestral e a diversidade. "Ele não está apenas na aldeia tentando sobreviver, ele está na cidade, na universidade, no mercado de trabalho, na arte, na televisão, porque o Brasil todo é terra indígena".
Myrian, nascida no município de Xanxerê, no interior de Santa Catarina, viveu os primeiros anos de vida na Terra Indígena Rio das Cobras, maior aldeia em tamanho e população do estado do Paraná, e pertencente à etnia Guarani Mbyá, localizada à margem esquerda do Rio Guarani.
Na voz de Maria Bethânia, a poesia repercutiu com enorme força comunicativa e se transformou em memória viva da nossa história. Aumente o som e viva os povos indígenas. A mãe do Brasil é indígena!
Esta semana, o Sextas recebe a visita de Miguel Torga, importante poeta da literatura portuguesa. Seus poemas mostram o aspecto humanista da obra de um dos principais representantes do Presencismo,
movimento artístico literário que marca a segunda fase do modernismo português.
Com o poema "Bucólica", ele nos traz a vida como uma folha branca, cheia de nadas, que se constrói nos movimentos e nas paradas. De casas, moradias e memórias. Pai, mãe e ninhos. Recomeços e renascimento.
Boa Páscoa!
Neste mês de março, o Sextas traz mais uma poeta brasileira: Suzana Vargas, com "Inscrição". Memória, afeto, paixão e resistência... a escritora que, com as rodas do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), democratiza a leitura e promove a escrita criativa e poética. "Quanto mais cresço, mais dobro".
Poeta, autora de literatura infantil e juvenil, além de ensaísta. É também mestre em Teoria Literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista na área de leitura e orientadora de oficinas de criação literária. Criou e dirige há 23 anos o Instituto Estação das Letras (IEL). Tem 16 livros publicados, entre os quais: Caderno de Outono e outros poemas - finalista do Prêmio Jabuti, em 1999 -, e O Amor é Vermelho e Leitura: uma aprendizagem de prazer.
O Sextas de Poesia desta semana traz "Lotus", poema de Chris Facó, em seu segundo livro, no qual a escritora apresenta seu lado mais poético. "O nascer de todas as coisas" é um belíssimo livro de poemas acompanhado de pinturas de Maria Flexa. Como disse o crítico Saeed Jones, "eu sou um escritor e, como leitor, quero ir para onde está o sentimento, e este livro é essa meca. Vamos para dentro, para o nascer de todas as coisas e possibilidades infinitas. Eu li, aprendi e amei esses poemas por esse mesmo motivo”.
Com informações de Revista Philos
O Sextas de Poesia faz sua homenagem às mulheres, pelo Dia Internacional dedicado a elas, e celebrado em 8 de março, com a poesia "Retrato de uma princesa desconhecida", de Sophia de Mello Breyner Andresen - uma das maiores poetisas lusófonas e a primeira mulher portuguesa a receber o Prêmio Camões de Poesia, em 1999.
Ela diz: "O amor positivo da vida busca a inteireza... a poesia nunca disse a ninguém que tivesse paciência". E as mulheres há muito tempo vêm lutando para ter direito de estarem vivas, de terem seu trabalho reconhecido. Lutam por igualdade de condições, de salário, além do direito de escolherem sobre seu próprio corpo, sua vida e de ser o que quiser e como quiser. Não precisamos ser princesas. "...Solitária exilada sem destino". Como diz a grande Rita Lee, toda mulher quer ser feliz e toda mulher é meio Leila Diniz.
O Sextas de Poesia traz o poema "Exausto" de Adélia Prado, poetisa, contista, professora e filósofa, um dos nomes mais importantes da literatura brasileira contemporânea. A escritora nasceu em Divinópolis e ganhou o Brasil com a sua prosa leve, coloquial e que trata de assuntos cotidianos com destaque para a voz feminina. Ganhou diversos prêmios, entre eles o Jabuti de Literatura, em 1978, com o livro Coração Disparado.
"Ser semente, muito mais do que raizes", que a poesia se espalhe e floresça, e que todo mundo possa conhecer Adélia Prado!
O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem ao carnaval, com a canção de Sérgio Sampaio "Eu quero é botar meu bloco na rua". O bloco de Sérgio quer “um quilo mais daquilo” e “um grilo menos disso” e chama todo mundo para esse carnaval. O Durango Kid, que aparece na letra da canção, é uma metáfora para militares, no caso, o inimigo que impedia o bloco de ser “botado” na rua.
O carnaval de 2023 marca um novo tempo, no qual estamos saindo de um longo periodo de isolamento social por conta da Covid-19. O carnaval da democracia e do encontro dos afoxés representa a vontade de todos nós por meio da frase que ficou marcada na história da música brasileira: “Eu quero é botar meu bloco na rua…”
Bom carnaval com alegria, liberdade e paz!!!
Esta semana, o Sextas de Poesia traz José Eduardo Agualusa com o poema "Acalanto de um rio", que integra o livro "O vendedor de passados", uma de suas obras mais premiadas. Nele o autor faz uma reflexão sobre a construção da memória e os seus equívocos, "nada passa, nada expira. O passado é um rio que dorme..."
José Eduardo Agualusa é um dos mais importantes escritores em língua portuguesa da atualidade. Nascido em Angola, mudou-se ainda jovem para Portugal para estudar agronomia e silvicultura, mas acabou alterando a sua carreira para o jornalismo. Sua obra foi traduzida para mais de 25 idiomas.
O Sextas de Poesia homenageia os 100 anos de nascimento de Eugénio de Andrade, um dos maiores poetas portugueses contemporâneos. Tem obras publicadas em várias línguas, tendo recebido o Prêmio Camões em 2001.
É dele o poema "Sê tu a palavra", no qual os silêncios e as palavras duelam, superação e liberdade, ausência de palavras e medo de amar.
Eugénio de Andrade, pseudônimo de José Frontinhas Neto, nasceu em Póvoa de Atalaia, pequena aldeia da Beira Baixa, em Portugal, no dia 19 de janeiro de 1923.