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Publicado em 23/02/2018

Fundação abre ano letivo no dia 8 de março com o tema 'Olhares femininos no cárcere'

A Fiocruz abre o ano letivo de 2018 no Dia Internacional da Mulher (8/3), às 9h. Com o tema Olhares femininos no cárcere, a aula inaugural terá como convidadas a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria do Carmo Leal, uma das coordenadoras do estudo Nascer nas prisões; e a fotógrafa Nana Moraes, autora da exposição Ausência, que retratou mulheres presas.

O evento une ciência e arte, debatendo o direito à saúde e à vida. Serão apresentados dados estatísticos relacionados às condições de vida e de saúde da população feminina encarcerada, e comentados os sentimentos de quem vive e conheceu essa realidade. De acordo com o estudo, 31% das mulheres presas são chefes de família e 83% delas têm pelo menos um filho. Os dados da pesquisa contribuíram para a aprovação do habeas corpus coletivo que garantirá à mulheres grávidas e mães de crianças de até 12 anos que estejam em prisão provisória o direito de deixar a cadeia e ficar em prisão domiciliar até seu caso ser julgado.

Na programação também haverá a exibição de um vídeo sobre a exposição da fotógrafa Nana Moraes e a leitura dramatizada de cartas. O trabalho compõe uma trilogia autoral sobre a vida de mulheres estigmatizadas, observando suas relações com os filhos e familiares, através de fotos e cartas.

Na abertura do ano letivo, a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz também lançará vários editais.

Abertura do ano letivo Fiocruz 2018
Tema:
Olhares femininos no cárcere
Palestrantes: Maria do Carmo Leal e Nana Moraes
Data e horário: 8/3, às 9h
Local: Auditório do Museu da Vida/Fiocruz (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
O evento é aberto ao público e não é necessário se inscrever antes.

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A saúde das mulheres no cárcere
Mães do cárcere

Foto: Eduardo de Oliveira (Revista Radis)

Publicado em 27/07/2017

Defendida a primeira tese de doutorado da cotutela entre a Universidade de Coimbra e a Fiocruz

No dia 26 de julho, foi defendida a primeira tese de doutorado da cotutela entre a Universidade de Coimbra e Fiocruz. A brasileira Flaviany Ribeiro da Silva apresentou a pesquisa O enfrentamento à violência em escolas brasileiras e portuguesas: limites, impasses e possibilidades, orientada pelas professoras doutoras Simone Gonçalves Assis e Ana Cristina Santos.

Cooperação internacional

O Programa de Doutorado Internacional foi criado por um convênio entre Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O acordo foi assinado em 2010, na abertura do 5° Seminário Internacional Direito e Saúde e do 9° Seminário Nacional Direito e Saúde. Na ocasião, o professor catedrático Boaventura de Sousa Santos — licenciado em direito e conhecido por ser um dos impulsionadores do Fórum Social Mundial —, atual diretor do CES, manifestou o desejo de elaborar um programa de doutorado com dupla titulação entre as instituições. Em Portugal, o vínculo é a partir do Programa de Doutorado Governança, Conhecimento, Inovação e do Programa Pós-colonialismos e Cidadania Global. No Brasil, diversos programas de pós-graduação da Fiocruz participam da cotutela. A coordenadora do Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Barros, é a responsável pela coordenação geral do convênio.

O doutorado, que teve início em maio de 2013, valoriza estudos em perspectiva comparada entre Brasil e Portugal e está estruturado em temas centrais sobre desafios à saúde no mundo contemporâneo: Direitos humanos e saúde; Conhecimento e justiça cognitiva; Globalização e políticas da vida. O coordenador da iniciativa em Portugal é Boaventura Sousa Santos. No Brasil, quem está à frente do doutorado é a coordenadora-geral de Pós-Graduação da Fiocruz, Maria Cristina Guilam. Os alunos do curso são titulados duplamente pela Universidade de Coimbra e pela Fiocruz.

A primeira defesa: violência em escolas brasileiras e portuguesas em foco

A brasileira Flaviany Barros defendeu sua tese na Expansão da Fiocruz, às 9h do dia 26 de julho. Sua pesquisa discute questões sobre a prevenção da violência nas escolas, fazendo uma análise comparada de experiências brasileiras e portuguesas. As iniciativas de prevenção no Brasil, eram familiares à pesquisadora, visto que ela trabalhava em escolas públicas municipais do Rio de Janeiro. Com o doutorado, Flaviany pode conhecer a realidade das escolas portuguesas, principalmente em Coimbra, Porto e Lisboa, cidades por onde viajou para fazer sua investigação.

O trabalho foi avaliado por uma banca com seis examinadores: os professores externos Flávia Faissal e Ivanildo Amaro; as professoras Suely Ferreira e Patrícia Constantino (da Fiocruz) e os professores João Arriscado e Bruno Martins (da Universidade de Coimbra, que participaram por videoconferência). Participaram da apresentação a presidente da comissão examinadora, Cristina Guilam; a coordenadora geral do acordo internacional, Maria Helena Barros; e orientadora Simone de Assis.

A coordenadora geral do convênio demonstrou sua satisfação com os resultados da cooperação internacional entre Brasil e Portugal. “Esse momento é muito importante. O Boaventura deve estar muito feliz, porque estamos, a partir do Sul, pensando em questões de colonização, patriarcado, de capitalismo, de democracia e de educação”, destacou Maria Helena.

Por sua vez, Cristina Guilam, enfatizou a riqueza da experiência adquirida pelas duas instituições envolvidas graças ao acordo. Além disso, ela parabenizou a doutoranda: “Quero destacar a valentia da Flaviany de ter ido pra fora do Brasil numa época em que começávamos a atravessar uma crise econômica e política — na qual ainda estamos imersos, mas que tenho certeza de que sairemos — inclusive com o apoio de pessoas como Flaviany e todos os outros orientandos que foram tão valentes e vitoriosos”.

Emocionada, Maria Helena lembrou: “Não é por acaso que a Flaviany está sendo a primeira. É muito importante a gente estar discutindo a questão da violência, e dentro da escola. Sabemos o quanto a educação é fundamental nesse país e que não estamos tendo a menor expectativa de melhoras. Vemos apenas retrocessos, que podemos até chamar de fascistas”, ressaltando a importância da defesa, que pontua o fim de um ciclo vitorioso para as instituições.

Por: Camila Martins (Campus Virtual Fiocruz) | Foto: Luiza Gomes (Cooperação Social/Fiocruz)

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