As pesquisadoras do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, Adriana Aguiar e Irene Kalil, lançaram o livro “Residências em Saúde no Brasil: uma revisão de escopo”, voltado a professores, pesquisadores, coordenadores de programas de residência, preceptores, residentes e ex-residentes.
Dividido em 10 capítulos, a publicação apresenta uma “revisão da bibliografia indexada sobre residências em saúde no Brasil e analisa em profundidade 237 artigos disponíveis em seis grandes bases nacionais e internacionais. Dessa forma, foi possível sistematizar o material disponível sobre temas estratégicos para a formação de especialistas”, explica Adriana Aguiar.
O livro é bem didático e mostra as “Características gerais do escopo de publicações sobre residências em saúde no Brasil”, “Currículo e competência nas residências em saúde brasileiras”, “Avaliação do desempenho dos residentes” e “Instâncias e mecanismos de gestão e governança das residências em saúde”, dentre outros capítulos.
Modelos de residência
A Residência Médica é uma pós-graduação destinada a médicos que, ao final do curso, receberão o título de especialistas. Além dela, existem os Programas em Área Profissional da Saúde (residências multiprofissionais e uniprofissionais), voltados para as demais carreiras da saúde. Esses dois formatos de programas constituem modalidades de pós-graduação lato sensu, destinadas às profissões da saúde, caracterizados por ensino em serviço, com carga horária de 60 (sessenta) horas semanais, duração mínima de 2 (dois) anos (dependendo da especialidade). Os programas de Residência em Área Profissional da Saúde contemplam os egressos das áreas de: Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Saúde Coletiva e Física Médica (fonte: Ministério da Saúde).
Segundo o Ministério, a residência “incentiva a formação de especialistas, priorizando as especialidades e regiões prioritárias estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.
+Acesse aqui o livro Residências em Saúde no Brasil: uma revisão de escopo
Saúde e Educação
As autoras chamam a atenção para a relação peculiar das residências, pois ao mesmo tempo que a “Constituição estabelece que o SUS é o ‘ordenador’ da formação em saúde, a regulação e avaliação é realizada pelo Ministério da Educação, gerando uma interlocução constante”, explica Adriana Aguiar, que complementa: “residências em saúde como objeto de pesquisa envolve vários ângulos de análise, pois está situado na interface entre os campos da saúde, da educação superior e do trabalho, estando indissociável das políticas públicas”.
No livro “Residências em Saúde no Brasil: uma revisão de escopo”, as pesquisadoras do Laces, trabalhando com colegas de outros estados, tiveram uma preocupação em realizar uma pesquisa ampla para que o público-alvo tivesse uma visão sólida sobre o tema, como explica a coordenadora da pesquisa, Adriana Aguiar: “gostaríamos de despertar ou fortalecer o interesse nas residências como objeto de pesquisa científica, e também estimular estudos realizados nos serviços onde a residência ocorre, envolvendo os próprios residentes”. Aguiar entende como fundamental a compreensão das bases da pesquisa científica sobre o tema, porque ela “é intrínseca à boa formação especializada e que uma ótima maneira de aprender sobre métodos de pesquisa é participando de projetos de investigação durante a residência”.
Ensino-aprendizagem da Comunicação
Na publicação, tanto Adriana Aguiar, quanto Irene Kalil são uníssonas em afirmar que “tendo analisado o escopo do ponto de vista temático e metodológico, esperamos oferecer um 'mapa’ da pesquisa no assunto, e incluímos ainda lacunas no conhecimento, pontos que consideramos particularmente importantes de serem investigados e problematizados. Identificamos narrativas emergentes que apontam interesses mais recentes do campo, como é o caso do ensino-aprendizagem da Comunicação”.
As autoras, inclusive, dedicam um capítulo exclusivo ao tema - "A comunicação como temática na literatura sobre residências em saúde no Brasil" - no qual abordam a importância da comunicação para a formação de residentes. Segundo Irene Kalil, o capítulo sobre comunicação na formação de residentes, “inclui acepções de comunicação que identificamos na literatura sobre residências, com referências interessantes que vão além da tradicional visão de comunicação nas práticas de saúde como instrumento para obtenção de informações por parte dos profissionais”.
Para Adriana Aguiar, “há autores que investigam a comunicação no cuidado como construção compartilhada de sentidos sobre saúde-doença entre profissionais e usuários, o que reforça nosso entendimento de que a comunicação na formação em saúde deve ser compreendida como uma competência (que inclui conhecimentos, habilidades e atitudes), e não como habitualmente aparecia no debate, como se a comunicação efetiva pudesse se restringir à aplicação de técnicas”.
As duas pesquisadoras acreditam que “a participação qualificada de representantes dos interessados na formação de especialistas, o que em última instância inclui toda a sociedade, será fortalecida mediante o acesso a esse material de estudo e oportunidades de problematização”.
O estudo pode ser acessado no link https://residencias.icict.fiocruz.br/ ou, no formato impresso, diretamente na editora Appris.
Assista abaixo ao lançamento do livro "Residências em Saúde no Brasil: uma revisão de escopo", que contou com a presença das autoras Adriana Cavaçanti de Aguiar e Irene Rocha Kalil, da coordenadora do Fórum de Coordenadores de Programas de Residência - Fiocruz, Adriana Coser, e da coordenadora-geral das Residências em Saúde - Ministério da Saúde (MS), Priscilla Azevedo:
As inscrições para o 2º Concurso Portinho Livre de Literatura Infantojuvenil foram prorrogadas! Agora, estudantes de 13 a 16 anos de todo o Brasil têm até às 10h do dia 23 de agosto para enviarem textos sobre o tema "O Brasil que resiste: Ideias para adiar o fim do mundo". Para participar, basta preencher o formulário e enviar o texto na página da Portinho Livre.
Uma comissão, formada por profissionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vai selecionar os 30 melhores trabalhos. Estes vão integrar um livro, a ser lançado pela Portinho Livre, selo de obras infantojuvenis da Fundação. A pessoa responsável pelo melhor trabalho será convidada a participar da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), no campus central da Fiocruz, no Rio de Janeiro, em outubro (datas ainda a serem definidas). O convite dá direito a passagens e diárias para duas pessoas. Além disso, os três primeiros colocados vão ganhar um cartão presente no valor de R$ 1 mil.
O colapso climático e seus impactos vêm mostrando como a vida no planeta está cada vez mais ameaçada. O que podemos aprender com os povos das florestas, com comunidades que resistem por todo o Brasil, com saberes ancestrais? Com tecnologias que buscam respeitar a terra e sua biodiversidade? Com inscrições abertas desde 8 de julho, o 2º Concurso Portinho Livre de Literatura Infantojuvenil convida estudantes de todo o país a escreverem sobre o tema "O Brasil que resiste: Ideias para adiar o fim do mundo".
Clique aqui para saber mais sobre a Portinho Livre
O tema é inspirado no livro de Ailton Krenak, filósofo e líder indígena, que nos instiga a refletir sobre outros modos de habitar e de estar em sintonia com o planeta. Podem participar do concurso adolescentes de 13 a 16 anos, matriculados em escolas públicas ou privadas de todas as regiões do Brasil. Os textos devem ser escritos em formato dissertativo ou narrativo, e ter entre 2 mil e 7 mil caracteres, com espaço.
Assista à participação de Ailton Krenak no programa Ciência & Letras, do Canal Saúde
"As catástrofes recentes que temos visto, ao redor do mundo, têm provocado muita ansiedade nos jovens", aponta Mel Bonfim, vice-diretora de Ensino do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz. "Como converter essa ansiedade em esperança e em desejo de transformação? O concurso é um convite para que reflitam sobre possibilidades de reverter os efeitos nocivos provocados por nossos próprios modos de vida. Uma forma de incentivar essa discussão nas salas de aula e nas famílias. E, também, de estimular a curiosidade sobre todos os múltiplos saberes que se espalham Brasil afora, e que costumam ser apagados e negligenciados ao longo da História."
O Concurso Portinho de Literatura Infantojuvenil é organizado pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e conta com incentivo da Fundação de Apoio à Fiocruz, a Fiotec.
A Portinho Livre é uma plataforma que, ao reunir livros infantojuvenis em acesso aberto, recorre ao poder da literatura para instigar o interesse pela ciência, pela saúde pública e pela cidadania.
Em 2023, o 1º Concurso Portinho Livre teve como tema "O bonde da vacina: cuidar de si para cuidar do outro". O livro, que contempla os 30 textos vencedores, pode ser acessado na plataforma. Este ano, o Concurso Portinho Livre está em sintonia com o tema da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT): “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”.
Acesse o primeiro livro do Concurso Portinho Livre
A Portinho Livre é um projeto apoiado pelo Edital Ideias Inovadoras, do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação.
Como as teorias e conceitos de Comunicação e Saúde se encontram nas práticas comunicacionais das instituições de saúde? Esta é uma das questões a serem investigadas para o dossiê ‘Comunicação nas instituições de saúde e saúde na comunicação’ da Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis). O prazo de submissão de artigos originais para esta coletânea vai até 26 de setembro de 2024 e a publicação está prevista para o mês de fevereiro de 2025.
Conforme as editoras convidadas para o dossiê, Sabine Righetti (Universidade Estadual de Campinas - Unicamp) e Mariella de Oliveira-Costa (Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz/Brasília), a proposta da coletânea tem o objetivo de olhar para as atuais práticas de comunicação de instituições de pesquisa públicas e privadas na área de saúde, bem como hospitais, universidades e outras, e promover uma reflexão sobre o que está sendo feito e o que pode ser feito no campo a fim de dar respostas concretas aos desafios e oportunidades de se comunicar saúde na realidade cotidiana.
A proposta do dossiê particulariza com centralidade os seguintes subeixos temáticos, privilegiando a relação comunicação, saúde e instituições:
Editoras convidadas
Sabine Righetti (Universidade Estadual de Campinas - Unicamp) é pesquisadora e professora no Labjor-Unicamp, coordenadora do Programa Mídia Ciência (Fapesp) e Co-fundadora da Agência Bori. Tem mestrado e doutorado em política científica e tecnológica pela Unicamp. É professora e orienta pesquisas na Especialização em Jornalismo Científico do Labjor-Unicamp e no Programa de Mestrado em Divulgação Científica e Cultural da Unicamp, trabalhando com comunicação social da ciência, jornalismo científico, percepção pública da ciência e da tecnologia, avaliação e indicadores de ciência e de ensino superior.
Mariella de Oliveira-Costa (Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz/Brasília) é pesquisadora e professora permanente do Programa de Pós-graduação/Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde (Fiocruz-Brasília) e coordenadora adjunta da especialização em Comunicação em Saúde. Docente convidada do Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde) para a disciplina de Comunicação Científica. Doutora em Saúde Coletiva (Universidade de Brasília-UnB, 2017). É mestre em Tocoginecologia na área de Ciências Médicas (Universidade Estadual de Campinas- Unicamp, 2008). É servidora pública da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, com atividades de ensino, pesquisa e jornalismo na Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília e Escola de Governo Fiocruz - Brasília.
Normas e preparação de artigo
A Reciis é uma das iniciativas da Política de Acesso Aberto da Fiocruz; é um periódico diamante, sem qualquer cobrança de taxa para submissão ou publicação de textos. Recebe textos em fluxo contínuo e a partir de chamadas públicas para dossiês temáticos. Publica textos inéditos de interesse para as áreas de comunicação, informação e saúde; em português, inglês, espanhol ou francês.
Ao submeter o trabalho, é necessário preencher a categoria Dossiê Comunicação nas instituições de saúde e saúde na comunicação. Caso a categoria não esteja indicada, o manuscrito será considerado para a avaliação do fluxo regular da revista. Outras informações no site: www.reciis.icict.fiocruz.br
As normas do periódico podem ser consultadas na seção ‘Submissões’. No caso de dúvidas, escreva para o e-mail: reciis@icict.fiocruz.br.
Prazo de submissão: até 26/9/2024
Estimativa de publicação: Fevereiro de 2025
Ao submeter o trabalho, por favor, use a categoria Dossiê Comunicação nas instituições de saúde e saúde na comunicação.
Confira aqui mais informações sobre a submissão e referências.
Arte: Vera Fernandes (Ascom/Icict/Fiocruz)
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (PPGICS/Icict/Fiocruz) está prorrogando o prazo de inscrição para alunos externos interessados em cursar a disciplina eletiva "O corpo sob medida e as bases da saúde digital", ministrada por Josué Laguardia e Maria C. da Costa (PPGCS/Unicamp).
A disciplina será oferecida às quartas-feiras, de 14 de agosto a 4 de dezembro, no horário das 9h às 12h, de forma remota. As inscrições, que vão até o dia 5 de agosto, às 12h, podem ser feitas através do preenchimento do formulário de inscrição.
Podem se inscrever:
Resultado e Matrícula:
O Resultado dos Selecionados e os procedimentos para a matrícula estarão disponíveis no dia 07 de agosto a partir das 15 horas, no site do PPGICS e na Plataforma Siga > (Inscrição>Informação e Comunicação em Saúde - Icict>Seleção).
O período de matrícula será nos dias 7 a 12 de agosto de 2024 até às 12h.
Para mais informações entrar em contato através do e-mail seca.ppgics@fiocruz.br ou do telefone (21) 3882-9079 ou 9033.
A ementa da disciplina está em disponível: Plano de ensino
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (PPGICS/Icict/Fiocruz) está prorrogando o prazo de inscrição para alunos externos interessados em cursar a disciplina eletiva "Inquéritos Amostrais, por Amostragem em Cadeia e pela Internet: planejamento, construção, realização e uso das informações", ministrada por Célia Landmann Szwarcwald (considerada uma das 100 mil cientistas mais influentes do mundo pelo ranking internacional do portal Research.com) e Dalia Elena Romero Montilla (referência em estudos de envelhecimento no Brasil).
A disciplina será oferecida às quartas-feiras, de 14 de agosto a 27 de novembro, no horário das 9h às 12h, de forma presencial. As inscrições, que vão até o dia 5 de agosto, às 12h, podem ser feitas através do preenchimento do formulário de inscrição.
Podem se inscrever:
• Graduados;
• Matriculados em cursos de Pós-Graduação Lato e Stricto Sensu.
Resultado e Matrícula
O Resultado dos Selecionados e os procedimentos para a matrícula estarão disponíveis no dia 7 de agosto a partir das 15h, no site do Programa e na Plataforma Siga (Inscrição>Informação e Comunicação em Saúde - Icict>Seleção).
O período de matrícula será nos dias 7 a 12 de agosto de 2024, até às 12h.
Para mais informações entrar em contato através do e-mail seca.ppgics@fiocruz.br ou do telefone (21) 3882-9076 ou 9033.
As aulas ocorrerão na Fiocruz, no Prédio da Expansão, do Campus Maré, sala 408, que fica na Av. Brasil, 4.036, no Rio de Janeiro.
Arte: Vera Fernandes (Ascom/Icict/Fiocruz)
O Ensino do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) divulgou a relação de inscrições que foram homologadas para o curso de qualificação em Acesso à Informação Científica & Tecnológica em Saúde (AICTS) – 2024. Ao todo, foram homologadas 83 inscrições que estão concorrendo as 40 vagas disponíveis no curso.
O curso tem 72 horas de carga horária e será realizado via Plataforma Zoom, às segundas e quartas-feiras, das 9h às 12h, de 12 de agosto a 18 de outubro de 2024.
Veja a lista de inscrições homologadas aqui e também as que não foram homologadas. Os interessados também podem acessar a chamada pública, clicando aqui.
O resultado da análise da documentação está previsto para ser divultado no dia 29 de julho.
Confira abaixo o cronograma completo.
Os alunos do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) Raquel da Silva Teixeira e Jânio Gustavo Barbosa, estão concorrendo, respectivamente, ao Prêmio EBBC 2024 de melhores Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado, publicadas entre os anos de 2022 e 2023.
A premiação, que destaca a contribuição significativa dos trabalhos para o desenvolvimento dos estudos métricos de informação, será realizada durante o 9º Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cientometria - EBBC, que acontecerá na Universidade de Brasília (UnB), entre os dias 22 e 26 de julho e terá como tema “Ciência Inclusiva e Global: Métricas, Dados e Infraestruturas”.
A dissertação “Ciência e sexualidade: a produção científica brasileira sobre atenção à saúde de mulheres lésbicas”, de Raquel da Silva Teixeira, foi defendida em março de 2023 e teve como orientadora Kizi Mendonça de Araújo. Em sua pesquisa, Raquel aborda, dentre outros pontos, os três principais paradigmas que direcionaram os discursos coletivos acerca das relações entre mulheres, são eles: o discurso religioso, o discurso médico e o político. Os resultados de sua pesquisa demonstram “que a saúde de mulheres lésbicas é tema pouco explorado no Brasil, e apontam uma produção científica ainda incipiente, fruto de uma comunidade científica pouco estruturada. O panorama descortinado através das publicações analisadas evidencia a tendência universalizante da abordagem da científica sobre o tema, onde as especificidades em saúde da população lésbica são tratadas de maneira tangencial”.
Já a tese de Jânio Gustavo Barbosa,”Infraestrutura de informação na fronteira entre saúde e direito: ampliando o diagnóstico da judicialização no Brasil”, orientada por Maria Cristina Soares Guimarães e tendo como segundo orientador Clênio Jair Schulze, enfoca um tema “relativamente recente na literatura científica”, e traz “um protótipo, JUDJe (judje.com.br), orientado para ler, coletar, agrupar, classificar e disponibilizar dados de judicialização da saúde, especificamente, nos litígios em câncer, no estado do Rio de Janeiro, no período entre 2015 e 2021”. Como resultado, o protótipo JUDJe “se mostrou escalável, expansível, híbrido, de alta disponibilidade, capaz de fornecer uma infraestrutura potencial, até então inexistente no Brasil, que permite novas configurações de dados e análises do próprio judiciário, da gestão pública e da sociedade.”
Ambas as orientadoras Kizi Mendonça de Araújo e Maria Cristina Soares Guimarães são pesquisadoras do Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde do Icict (LICTS), que desenvolve pesquisas na interface entre a área de Ciência da Informação e o campo da Informação e Comunicação em Saúde.
As pessoas interessadas em participar do 9º EBBC podem se inscrever pelo link: https://ebbc.inf.br/ebbc9/
O Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz (PPGICS/Icict/Fiocruz) está com inscrições abertas, até 22 de julho de 2024 às 12h, para as suas disciplinas eletivas para o segundo semestre de 2024. São elas:
• Ciência, estado e sociedade - Professoras: Cristina Guimarães e Rosane Abdala
• Teorias e políticas de comunicação e saúde - Professoras: Daniela Muzi e Pâmela Pinto
• Fontes de informação e indicadores de saúde - Professores: Dália Romero e Ricardo Dantas
• Análise de situações de saúde - Professor: Marcel Pedroso
• Inquéritos amostrais, por amostragem em cadeia e pela Internet: planejamento, construção, realização e uso das informações - Professoras: Celia Landmann Szwarcwald e Dalia Romero
• O corpo sob medida e as bases da saúde digital - Professor: Josué Laguardia
• Interseccionalidade e decolonialidade – fundamentos, problematização e aplicações possíveis na pesquisa e comunicação e saúde - Professoras: Inesita Soares de Araújo e Irene Kalil
• Crise dos sistemas peritos, desinformação e polarização política - Professoras: Kátia Lerner e Danila Cal (Assistente)
• Avaliação da qualidade da informação em sites de saúde: uma experiência prática - Professor: André Pereira Neto
• Comunicação e saúde: SUS, direitos e políticas nos contextos de desinformação - Professores: Janine Cardoso e Igor Sacramento
• Ética aplicada à pesquisa nas humanidades - Professores: Márcio Sacramento e Cristina Guimarães
• Ciência de dados aplicada à saúde - Professor: Marcel Pedroso
Podem se inscrever alunos graduados, matriculados em cursos de pós-graduação Lato e Stricto Sensu, que deverão acessar a grade curricular e a chamada pública que estão disponíveis nos sites do Icict e do PPGICS. As inscrições serão realizadas direto na Plataforma Siga: Inscrição>Informação e Comunicação em Saúde - ICICT >Inscrição).
Leia atentamente a chamada pública disponível aqui.
Arte: Vera Fernandes (Ascom/Icict/Fiocruz)
Em editorial do segundo número de 2024, a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis) convida a pensar na produção do conhecimento por uma perspectiva decolonial, um movimento que critica a hegemonia de prioridades, conceitos e metodologias de pesquisas influenciadas pelos países centrais e ocidentais. A edição aborda também o movimento da Ciência Aberta em alusão aos 10 anos da Política de Acesso Aberto da Fiocruz, além de artigos originais que abordam a relação entre comunicação, informação e saúde. A Reciis é editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz).
Confira o segundo número de 2024 da Reciis na íntegra
Barcellos, Araújo e Sacramento discorrem sobre as possibilidades para construir uma ciência que evidencie a historicidade e a complexidade das experiências locais em ciência e saúde do Sul Global a fim de mobilizar padrões culturais ocidentais pensados como normas universais e perpetuadoras de relações coloniais. Para isso, os editores e a editora científica elencam como caminho o reconhecimento, o respeito e a valorização das práticas tradicionais locais; o engajamento das comunidades locais no processo de pesquisa – desde a identificação do problema em saúde até a implementação de estratégias – e a priorização de pesquisas que abordem as desigualdades sociais e econômicas no Sul Global.
Em junho de 2024, mês em que a Reciis celebra seus 17 anos e o ano em que a Fiocruz marca seus 10 anos de política de acesso aberto, o Icict promoveu o 1º Encontro de Tecnologias para Ciência Aberta - Desafios da comunicação científica: ciência aberta, sustentabilidade e OJS. O evento contou com a participação de profissionais de diversas áreas no intuito de refletir sobre o movimento pela ciência aberta e sua implementação a partir de infraestruturas abertas, como o OJS.
A produção sobre Ciência Aberta na área de Ciência da Informação no Brasil é tema do artigo de Vinícius dos Santos e Maria Nélida de Gómez. O autor e autora realizam um mapeamento de artigos científicos publicados na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci) entre 2015 e 2019 e demonstram, no período observado, a prevalência de estudos sobre temáticas de dados de pesquisa abertos e sobre repositórios como maneiras de aperfeiçoar os fazeres científicos. O autor e autora ainda enfatizam a necessidade de aproximar ciência e sociedade com a participação do cidadão no desenvolvimento das pesquisas científicas.
Entre o mar e as ruas
Em ‘O mar que habita em mim’, Flores et al. demonstram como estratégias comunicativas podem promover reflexões com a comunidade e gestores em saúde localizados em regiões à margem das águas. O estudo etnográfico foi feito a partir de vivência e oficinas, com análise e produção de estratégias em relação ao trabalho, vida e saúde com pescadoras artesanais do litoral de Pernambuco.
Já Bucciarelli et al. discutem a comunicação dos sentidos de informalidade, casualidade e familiaridade entre vendedoras de café nas ruas de São Paulo (SP) e Vitória (ES).
Neste artigo, autores e autoras problematizam políticas públicas de trabalho, condições sanitárias, serviços de transporte e saúde. Ainda pelas ruas, Bortoletto et al. vivenciam o serviço ‘Consultório na Rua’ em municípios de médio porte no Sul do Brasil. Autoras e autores apresentam pistas, as quais denominam como genealógicas, que indiciam sentidos de criminalização e assimilação histórica em relação às pessoas em situação de rua no Brasil, devendo ser observados na implementação de políticas públicas voltadas a essa população.
Nas mídias e releituras do passado
A edição traz também artigos originais em que as plataformas de mídia são campos de pesquisa. Na plataforma Kwai, Ben-Hur Costa et al. observam a prevalência de narrativas de vídeos curtos sobre as experiências pessoais com a vacinação contra a covid-19. Destacam percepções positivas e negativas, que podem suscitar dúvidas quanto à segurança das vacinas. Na rede social Instagram, Natalí Costa et al. também identificam sentimentos contraditórios em relação à vacinação contra a covid-19, que vão desde sensações positivas de reconhecimento e valorização até sentimentos negativos, de revolta e indignação, diante da hesitação vacinal e dos discursos antivacina.
Isabelle Araújo, Sedruoslen Costa e Rafaela da Silva analisam indicadores sobre testagem da sífilis na gestação no Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde (PQAVS) e no Programa Previne Brasil no estado da Paraíba e ressaltam a importância da ampliação da oferta de testes para sífilis, dos insumos para o tratamento adequado e da qualificação dos profissionais e da informação em saúde. Ainda na perspectiva da Vigilância em Saúde, Laura Santos et al. fazem uma análise bibliométrica sobre a produção do conhecimento sobre a Chikungunya. Luciana da Cruz, Mariana Rodrigues e Thiago Seles analisam as propagandas de cervejas que tiveram alguma denúncia feita ao ou pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), entre os anos de 2015 e 2020.
Júlio César Rigoni Filho analisa as representações do usuário de substâncias psicoativas veiculadas no jornal Folha de S. Paulo no período da ditadura militar brasileira. O conteúdo analisado compõe o acervo virtual do jornal e o estudo, segundo o autor, possibilita refletir sobre os atuais movimentos nostálgicos do ufanismo existente no período ditatorial e seus impactos nas políticas de drogas. Na seção resenha, Lucena et al. desenvolvem uma crítica sobre o filme Safe (1995), dirigido por Todd Haynes. De acordo com os autores, a obra realizada décadas atrás, traz questões atuais e críticas sobre a sociedade contemporânea, explorando a desconexão e o vazio existencial nas crises ambientais.
A Reciis é uma das iniciativas da Política de Acesso Aberto da Fiocruz; é um periódico diamante, sem qualquer cobrança de taxa para submissão ou publicação de textos.
Estreia no dia 21 de junho o curta-metragem “Canta Caps”, componente da coletânea de documentários do IdeiaSUS. A produção mostra o trabalho desempenhado no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Fernando Diniz, no Rio de Janeiro, uma unidade que fornece atendimento aos usuários com transtornos mentais que participam de atividades de canto, dança e artes visuais.
A programação do mês de junho apresenta o tema saúde indígena com a expedição do sanitarista Noel Nutels, que dedicou a vida ao tratamento da população indígena; e “Parteiras indígenas” evidenciando a importância da atuação das parteiras na região de Feijoal, no Amazonas. Acompanhe também o título “População em situação de rua”, que retrata o trabalho do Consultório na Rua do Jacarezinho.
A parceria com o Canal Futura está associada aos objetivos da Política de Comunicação Pública da Fiocruz, que afirma que os conteúdos produzidos pela instituição devem circular amplamente para a promoção da saúde. A programação do Futura tem se destacado por exibir produções que ampliam o debate qualificado sobre temas de interesse social, alcançando todas as regiões do país. Os vídeos exibidos no Canal Futura ficam também disponíveis gratuitamente na plataforma de streaming Globoplay.
Confira a agenda:
1º/6, sábado, 17h - O índio cor de rosa contra a fera invisível
O sanitarista Noel Nutels percorreu o Brasil tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos e filmou muitas de suas expedições. Em 1968, ele foi convidado a falar sobre a questão indígena à CPI do Índio. Imagens inéditas do seu acervo e o único registro de sua voz se unem para denunciar o que ele chamou de massacre histórico contra as populações indígenas.
Reprises:
2/6, domingo, 14h30
4/6, terça-feira, 00h15
25/6, terça-feira
21/6, sexta-feira, às 23h – Canta Caps
Pelas mãos, voz e violão de Pierre, oficineiro e usuário de unidade de saúde pública, e pelo trabalho de profissionais de saúde, pacientes de um centro de atenção psicossocial soltam a voz e cantam em atividade periódica, associada ao tratamento, aos cuidados e à redução de danos e agravos. Arte e atividades lúdicas como elementos centrais nas políticas e nas rotinas do campo da saúde mental. Momentos que apontam a potência de uma experiência de integração entre uma unidade de saúde mental e seus pacientes, por meio de depoimentos reveladores de caminhos possíveis.
Reprises:
23/6, domingo, 4h
28/6, sexta-feira, 2h.
23/6, domingo, 16h – Parteiras indígenas
O documentário retrata as histórias e a importância das parteiras indígenas de Feijoal, no Amazonas.
Reprises:
28/6, sexta-feira, 00h45
30/6, domingo, 6h
30/6, domingo, 16h - População em situação de rua
O documentário apresenta a realidade das pessoas que vivem em situação de rua e a rotina de trabalho das equipes do Consultório na Rua do Jacarezinho. Essa política nacional nasceu da necessidade de um atendimento humanizado e longitudinal para a população vulnerabilizada em situação de rua.
Arte: Thays Coutinho (Ascom/Icict/Fiocruz)