Você sabia que o descarte correto de lixo pode evitar doenças como leptospirose e dengue? O entulho e o lixo depositados a céu aberto atraem pragas como baratas, ratos, moscas e mosquitos que contribuem para a propagação destes e de outros agravos. Assuntos que afetam a vida em comunidades foram destaques do curso Saúde Comunitária: uma construção de todos, promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com a Vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS). A 9ª edição da iniciativa, realizada entre os dias 22 de outubro e 7 de dezembro, formou 86 participantes, entre moradores de mais de 30 comunidades, de 36 bairros do Rio de Janeiro e Região Metropolitana, incluindo o Complexo de Manguinhos, Alemão e Maré.
Com foco em conteúdos que podem contribuir para transformar a realidade das vizinhanças, os encontros foram ministrados por especialistas de diversas áreas. Além do manejo de resíduos, foram abordados temas como o uso racional da água e a prevenção à proliferação do Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, zika e chikungunya. Também foram destaques das atividades a prevenção ao HIV e às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), e conhecimentos gerais de agravos como tuberculose, verminoses e zoonoses.
O coordenador da iniciativa Antonio Henrique Neto comentou que a cada nova edição, os realizadores buscam oferecer conteúdos mais atuais. "Nossos encontros são construídos com base na troca de conhecimento: ao mesmo tempo em que ensinamos, também estamos aprendendo. O maior retorno possível desta capacitação está na formação de multiplicadores da informação, que vão passar adiante o conteúdo aprendido ao longo do curso”, destacou ele, que atua como pesquisador do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC.
O encerramento das atividades é marcado pela comemoração na entrega dos certificados de conclusão do curso. Além de participar assiduamente dos encontros, os alunos precisam desenvolver projetos voltados à transformação da realidade da vida em comunidade. Participaram da cerimônia o diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite; o vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Marcelo Alves Pinto; o assessor da Vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde, Rogerio Valls; a pesquisadora do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, Ângela Junqueira; o assessor do Serviço de Jornalismo e Comunicação do IOC, Vinicius Ferreira; e o estudante de doutorado Jean Ricardo Jules, do Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Medicina Tropical do IOC, representando os alunos que atuaram como monitores da capacitação.
Por Lucas Rocha (Comunicação/IOC)
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está sempre de prontidão contra as doenças tropicais. A febre amarela é um dos agravos que tem exigido atenção redobrada quanto à prevenção e vigilância epidemiológica. Para manter profissionais e outros agentes da área da saúde sempre atualizados, a Fiocruz lançou dois microcursos sobre febre amarela.
Os cursos, que são online e gratuitos, foram produzidos pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e o Campus Virtual Fiocruz, com apoio da Organização Panamericana de Saúde (Opas). O conteúdo foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), sob a coordenação acadêmica da pesquisadora Marília Santini. Os interessados já podem se matricular nos dois microcursos: Transmissão, vigilância e controle e Vacinação.
Saiba mais sobre os microcursos
A estrutura de um microcurso é baseada em microlearning (microaprendizagem), trazendo conteúdos que reforçam conhecimentos, conceitos e condutas para qualificar o atendimento. Os participantes aprendem de uma forma rápida e objetiva. Exemplo disso é o próprio material de divulgação do curso, que traz cartões ilustrados com questões e fatos relacionados ao conhecimento da doença (veja alguns na galeria de fotos). Há também um miniquiz com perguntas rápidas para testar conhecimentos (clique aqui para responder).
Saiba mais sobre os cursos abaixo e clique nos links para acessar a área de inscrições.
1. Transmissão, vigilância e controle
Apresenta os conceitos gerais sobre febre amarela, sendo indicado para os profissionais de saúde que atuam na atenção básica e em postos de vacinação. Mas é aberto para qualquer pessoa interessada. Ao final desse minicurso, o participante vai ser capaz de:
2. Vacinação
Em forma de perguntas e respostas, o minicurso apresenta situações diversas sobre vacinação para febre amarela, trazendo orientações e reflexões para qualificar a recomendação de vacina e outras condutas associadas. É indicado para profissionais de saúde que atuam na atenção básica e em postos de vacinação. Mas qualquer pessoa pode se matricular. Ao final desse minicurso, o participante vai ser capaz de:
As matrículas para os microcursos ficarão abertas até junho de 2019. Caso tenha alguma dificuldade em se inscrever, envie uma mensagem para: suporte.campus@fiocruz.br
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus que é transmitido pela picada dos mosquitos infectados. O período de maior transmissão é no verão, entre dezembro e maio, quando há maior proliferação de mosquitos. Vale lembrar que não há transmissão direta, ou seja, de pessoa a pessoa.
Por sua gravidade clínica e potencial de disseminação, as ações preventivas, de vigilância e controle epidemiológico são consideradas muito importantes para evitar que a doença se propague.
O vírus – após décadas sem ser registrado na costa leste do Brasil – voltou a atingir a região no ano passado. Entre julho de 2017 e junho de 2018, foram confirmados 1.376 casos humanos de febre amarela. Destes, 483 pessoas morreram. Além disso, houve a confirmação de 864 macacos com o vírus (dados do Boletim Epidemiológico n 27/2018).
Por Campus Virtual Fiocruz e Universidade Aberta do SUS
*Atualizada em 14/02/2019.
O Núcleo Operacional Sentinela de Mosquitos Vetores (Nosmove) da Fiocruz acaba de lançar a cartilha Os pequenos mosqueteiros contra dengue, zika e chikungunya. Destinado ao público infantil, o material é apresentado em uma edição colorida e dinâmica que favorece a comunicação com as crianças. A cartilha insere conteúdos fundamentados no conceito da Promoção da Saúde que contribuem para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis pela construção de ambientes saudáveis.
Idealizado pela pesquisadora Nildimar Honório, do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o trabalho é mais um dos frutos da atuação do referido núcleo. O Nosmove desenvolve atividades como o monitoramento entomológico no campus da Fiocruz, visando promover a saúde de trabalhadores, estudantes e visitantes que transitam na instituição, além de ações de divulgação científica em eventos, palestras e oficinas em escolas e a produção de material didático como a cartilha. O Nosmove também atua na capacitação, atualização e formação de recursos humanos para o SUS, com ênfase nos técnicos e gestores que atuam em programas de controle. “Sentíamos falta de um material como a cartilha, voltado às crianças e com o objetivo de trabalhar alguns conceitos importantes nas escolas e em suas casas, com os seus familiares”, afirma Nildimar.
(Faça o download gratuito da cartilha)
O primeiro passo de Nildimar foi reunir a equipe Nosmove e convidar a pesquisadora (atualmente professora-adjunta na Universidade Federal do Rio de Janeiro) Gerusa Gibson e o cartunista Manoel Mayrink para serem organizadores e coautores da cartilha. A produção da cartilha durou seis meses e contou ainda com a colaboração de pesquisadores do IOC/Fiocruz, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) e ainda de profissionais da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro e da Universidade de São Paulo (USP). “Também tivemos o apoio da Faperj e CNPq e contamos com a colaboração de profissionais da Creche Bertha Lutz, da Fiocruz, onde ocorreu o lançamento”.
A recepção à cartilha tem sido tão boa que a SES vai reproduzir o material para ser distribuído em escolas fluminenses, com apoio das secretarias municipais e Estadual de Educação. “Apesar de ser voltada para o público infantil, com uma linguagem própria para crianças, a cartilha tem informações científicas, corretas e precisas, validadas por pesquisadores da área. E mesmo as crianças que ainda não dominam o processo de leitura e de escrita se beneficiam do conteúdo, quando pais e professores leem para elas e executam juntos as atividades”, observa Nildimar.
Na cartilha são apresentados conhecimentos, desafios e curiosidades sobre o mosquito Aedes aegypti. Também conta a história de três personagens: Ana, Chico e João, que apresentam os hábitos e comportamentos do Aedes aegypti, principal mosquito vetor dos vírus dengue, zika e chikungunya. A cartilha desperta o olhar infantil para o conhecimento sobre a biologia do mosquito e os principais criadouros utilizados por ele para realizar a oviposição, além de reforçar as ações de prevenção, incluindo os cuidados que devemos ter no ambiente domiciliar.
O objetivo de Nildimar e sua equipe é dar continuidade à criação de novos materiais educativos para o público infantil. Cita, como exemplos de temas, a biologia de outras espécies de mosquitos que possam estar envolvidas na transmissão dos vírus, o conhecimento sobre os vírus e as doenças por eles transmitidas. O importante, segundo a pesquisadora, é primar pela forma lúdica de passar o conhecimento para as crianças, pois essas serão as grandes multiplicadoras do conhecimento e geradoras de mudança de comportamento, conforme colocado pela pesquisadora Angela Junqueira, do IOC/Fiocruz, uma das colaboradoras da cartillha.
O Nosmove é fruto de uma parceria iniciada em 2010 entre a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, o Instituto Oswaldo Cruz e a Diretoria de Administração do Campus, e é coordenado por Nildimar e Izabel Reis, ambas do IOC/Fiocruz. No momento, Nildimar faz estágio de pós-doutoramento no Laboratório de Entomologia Médica da Universidade da Flórida.
Fonte: Ricardo Valverde (CCS/Fiocruz)
A equipe de engajamento comunitário do World Mosquito Program (WMP) no Brasil produziu um livro digital sobre arboviroses para auxiliar os professores a abordar o tema em sala de aula. O material contém informações sobre o Aedes aegypti, as doenças transmitidas por esse vetor, as formas de controle do mosquito, as relações ambientais, além de propostas de atividades práticas para serem desenvolvidas com os alunos.
O líder de Engajamento e Comunicação do WMP no Brasil, Guilherme Costa, avalia que, “As propostas pedagógicas são bastante ricas, pois podem auxiliar o professor a transformar aquilo que ele está trabalhando em uma atividade dentro e fora da sala de aula”.
O projeto “E-book WMP Brasil para professores” surgiu para trabalhar de forma crítica as dificuldades estruturais e sociais do meio urbanos que contribuem para a transmissão das arboviroses dengue, Zika e chikungunya. O conteúdo deste material está organizado em blocos e constrói uma linha lógica de raciocínio, partindo de um assunto mais geral até abordar o método de controle através da Wolbachia, trazido no tópico de controle biológico dessas doenças.
O material contém cinco propostas de práticas educativas relacionadas ao conteúdo do e-book. Entre elas, estão o desenvolvimento do pensamento crítico sobre consumo, descarte correto de resíduos e a realização de entrevistas de alunos com familiares que tiveram alguma das arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti. Outra ação sugerida, é encontrar focos do mosquito no entorno do colégio. Além disso, há duas atividades com a finalidade de entender melhor o desenvolvimento do mosquito, através de uma lupa digital e uma acompanhando as fases do inseto através do dispositivo de liberação de ovos (DLO), que é uma das formas de liberação de Aedes aegypti com Wolbachia do WMP no Brasil.
Para um dos autores do livro, Wesley Pimentel, uma das principais dificuldades ao criar o material foi encontrar textos críticos sobre como as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti se multiplicam. Ainda segundo ele, a maior parte das informações mais acessíveis são de senso comum e não se aprofundam nas causas da epidemia de alguma destas arboviroses. “ A questão ambiental, dos resíduos e saneamento básico, por exemplo, ficam de fora desses textos mais comuns e são fatores críticos para o desenvolvimento dessas doenças”, afirrmou Pimentel.
De acordo com a outra autora da publicação, Fernanda Lessa, o livro aborda as doenças de uma maneira que possam ser trabalhadas em sala de aula, enfatizando o quanto elas são próximas do nosso cotidiano, os efeitos que têm no organismo humano e quanto são altamente perigosas. "É uma informação completa, importante para todos, mas que nem sempre prestamos a atenção", enfatiza.
O objetivo deste e-book é oferecer suporte para o professor tratar as questões das arboviroses em sala de aula e contribuir para a divulgação científica nas escolas da rede municipal de ensino. O material ficará disponível na plataforma da Secretaria Municipal de Educação, Rio Educa, e pelo setor de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC), do Centro de Controle de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial (CCZ) de Niterói. Os interessados em receber o e-book pode enviar uma solicitação para o e-mail brasil@worldmosquito.org.
Fonte: World Mosquito Program | Foto: World Mosquito Program
Buscar, identificar e capturar o mosquito Aedes aegypti numa espécie de caça ao inseto. Acompanhar o voo do mosquito dentro de um apartamento por meio de óculos Virtual Reality (VR). Esses jogos e outras atividades compõem a exposição “Aedes: que mosquito é esse?”, produzida pelo Museu da Vida com patrocínio da Sanofi, que inaugura em 14/6, na Casa da Ciência da UFRJ, em Botafogo, no Rio. A entrada é gratuita.
Dividida em seis módulos - como “Dengue”; “Zika”; “Chikungunya”; “Os vírus – por dentro dos vírus" e "Um mosquito doméstico – o zumzumzum da questão" –, a mostra passeia pelo universo do inseto e usa tecnologia de última geração e material multimídia. A iniciativa é apoiada pela Rede Dengue, Zika e Chikungunya da Fiocruz, que coordena, na instituição, as diversas ações integradas para o controle do Aedes.
Uma escultura de mosquito fêmea com mais de dois metros – criação do artista plástico Ricardo Fernandes – recepciona o visitante para estimulá-lo a explorar diferentes partes do Aedes. Sensores de proximidade distribuídos pelo modelo 3D, ao serem acionados pelo público, projetam informações em uma tela sobre a anatomia e outros detalhes do mosquito.
Passeando pela mostra, o público encontrará diversas atividades interativas, como o “Quintal Interativo”, em que é possível observar, com lupas, o ciclo de vida do mosquito, desde o ovo até a fase adulta. Além disso, a ideia é encontrar potenciais criadouros do vetor, como pneus, caixas d’água destampadas e garrafas armazenadas de maneira incorreta.
Já o jogo “Detetive da Dengue” apresenta cenários com possíveis criadouros: o participante deve identificá-los e tocá-los para eliminar a ameaça. Quem encontrar e bloquear mais focos ganha a partida e acumula pontos para a próxima fase, com nova missão. Ainda na exposição, o público poderá assistir aos documentários "O mundo macro e micro do mosquito Aedes aegypti – para combatê-lo é preciso conhecê-lo" e "Aedes aegypti e Aedes albopictus: uma ameaça nos trópicos", dirigidos por Genilton José Vieira, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Ao longo da temporada, serão oferecidas atividades complementares, como oficinas de máscaras, gravuras em isopor, animações em GIF, talk show, sessões de cineclube para grupos escolares e oficinas para professores. Para mais informações sobre essas atividades, ligue para a Casa da Ciência no telefone (21) 3938-5444.
Entrada gratuita | Classificação etária: livre
De 14/6/2017 a 27/8/2017
Terça a sexta, das 9 às 20h
Sábados, domingos e feriados, das 10 às 20h
Local: Casa da Ciência da UFRJ - Rua Lauro Müller, 3 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ
Oficinas e atividade surpresa: as senhas serão distribuídas no local 30 minutos antes
Oficinas para professores e talk show: inscrições pelo site da Casa da Ciência
Agendamento de escolas e grupos: (21) 3938-5444 / www.casadaciencia.ufrj.br / escolas@casadaciencia.ufrj.br
Fonte: Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz)
Lucas Rocha (IOC/Fiocruz)*
A vigilância e o controle de doenças transmitidas por vetores, como dengue, malária e leishmaniose, ganharão reforço com uma nova iniciativa do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) acaba de aprovar o curso de Mestrado Profissional Stricto sensu em Controle e Vigilância de Vetores de Doenças. O objetivo dessa capacitação é contribuir para ampliar o leque de conhecimento de gestores e profissionais de saúde que atuam no controle e vigilância de insetos, moluscos e carrapatos. O curso é voltado para graduados em veterinária, biologia, biomedicina e áreas afins. O início das atividades da primeira turma está previsto para o segundo semestre de 2017.
O diretor do IOC/Fiocruz diz que a estruturação do curso atende a uma necessidade nacional de formação de profissionais especializados na área de vetores, conforme uma demanda da Presidência. O objetivo é preencher lacunas na formação de profissionais que atuam na área da entomologia e malacologia médica, como explica o coordenador adjunto de Pós-graduação da Fiocruz, Milton Ozório: “Levantamentos da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz mostraram a necessidade de ampliar a capacitação de um público amplo de profissionais e gestores. A iniciativa deve priorizar a atualização em conhecimentos sobre a biologia de vetores e novas formas de diagnóstico”.
A proposta de criação do novo curso foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do IOC em reunião no dia 20/4. Segundo a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Elisa Cupolillo, a iniciativa amplia o quadro do Ensino do Instituto, que passará a contar com sete programas de Pós-graduação Stricto sensu. “O desenvolvimento do novo curso está alinhado à missão do IOC de formar e capacitar recursos humanos para a solução de problemas críticos de saúde do país. Estamos contribuindo para fortalecer a relação do Instituto com a sociedade”, avalia.
Formações variadas
A capacitação reunirá temas pertinentes à vigilância e ao controle vetorial. As ações de vigilância permitem recomendar medidas de prevenção e controle de doenças. Já as estratégias de controle vetorial (que pode ser biológico, mecânico ou ambiental e químico) visam controlar transmissores de patógenos causadores de doenças – caso do mosquito Aedes aegypti, que transmite os vírus da Dengue, Zika e Chikungunya.
De acordo com o coordenador do curso, Fernando Genta, as disciplinas serão ministradas por professores especializados em diferentes áreas da entomologia, incluindo temas sobre taxonomia, fisiologia e controle, além de tópicos sobre diagnóstico molecular e modelagem matemática. “Vamos discutir o funcionamento e a eficácia das mais modernas tecnologias disponíveis para o controle vetorial, como o uso da bactéria Wolbachia e dos mosquitos transgênicos no combate ao Aedes aegypti, por exemplo, além de abordar a importância do uso correto de ferramentas de controle químico, como inseticidas”, destaca Genta, pesquisador do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC.
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Lagerblad de Oliveira, será responsável por uma das disciplinas oferecidas. “A compreensão dos fenômenos da fisiologia e da biologia dos insetos, como o seu comportamento diante da necessidade de ingestão de sangue, por exemplo, é importante para formular armadilhas e repelentes. As disciplinas do curso, em geral, vão oferecer conhecimentos que baseiam métodos de controle, localização, análise e reconhecimento epidemiológico”.
Os alunos terão o prazo limite de dois anos para concluir a formação.
Sobre o processo de criação de um curso
A avaliação da Capes é um passo fundamental para a abertura de novos cursos de pós-graduação no Brasil. O resultado das avaliações das propostas enviadas por instituições de ensino e pesquisa de todo o país foi divulgado pela Capes após a 166ª Reunião do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES), realizada entre os dias 26 e 30/9, em Brasília. A partir deste parecer, cabe ao Conselho Nacional de Educação (CNE) autorizar e reconhecer os novos cursos. O processo é finalizado com a homologação do Ministério da Educação, conforme o estabelecido pela legislação vigente.
* Edição: Raquel Aguiar (Comunicação, IOC/Fiocruz)
O Módulo 1 explica a origem do mosquito Aedes aegypti e como ele chegou ao Brasil. Trabalhado com base em animação, o módulo explica que a origem etimológica do termo vem do grego "odioso", "desagradável", e do latim, "do Egito".O módulo também esclarece que o mosquito é originário do Egito, na África, e vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século XVI, inicialmente por meio de navios que traficavam escravos.
O pesquisador José Bento Pereira explica as diferenças entre os dois mosquitos mais urbanos do mundo: o Aedes aegypti e o Culex, o pernilongo comum. Saiba mais em www.ioc.fiocruz.br/dengue Também disponível em https://www.youtube.com/watch?v=t4Srj5X1EMM
O pesquisador do IOC Anthony Érico fala sobre o ambiente ideal para proliferação do Aedes aegypti Também disponível em https://www.youtube.com/watch?v=QJtVW7hIsLE
O pesquisador do IOC Anthony Érico explica as etapas do ciclo de desenvolvimento do mosquito transmissor da dengue Também disponível em https://www.youtube.com/watch?v=JLQ9x66bnOc