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Publicado em 19/07/2024

Sextas homenageia o poeta português José Tolentino Mendonça

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana traz o poeta, cardeal e professor José Tolentino Mendonça. Ele nasceu na Ilha da Madeira, em 1965. Conhecido internacionalmente pelo seu trabalho no campo da literatura, o Cardeal é considerado uma das vozes mais originais da literatura portuguesa contemporânea, e sua obra inclui, além de poesia, ensaios e peças de teatro.
No poema escolhido, “Incêndios”, ele avisa: “Não devias empurrar fogo tão solitário
sob os umbrais de uma morada, não é possível deter a faísca, nem o vento, e o tempo não volta nunca nada para o mesmo lugar, nem as palavras. Não despertes o que não podes calar”.

Estudou Ciências Bíblicas em Roma e vive no Vaticano desde 2018. Em 2019, foi nomeado Cardeal pelo Papa Francisco; em 2022 foi anunciado como prefeito do novo Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé. A sua poesia é publicada pela Assírio & Alvim e a obra ensaística, desde 2017, pela Quetzal. No ano passado, recebeu o Prémio Pessoa 2023, que foi entregue pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que condecorou o Cardeal José Tolentino Mendonça com a Grã-Cruz da antiga Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Foto de um arvoredo, há um gramado verde com pedras em primeiro plano da foto, em segundo plano diversas árvores. Ao lado esquerdo da imagem, uma estrutura alta de ferro com um triângulo no topo. A foto está na penumbra, há raios de luz entre as árvores e uma claridade vinda do céu. No centro da foto, um trecho de "Os incêndios" em "A Noite Abre os Meus Olhos", de José Tolentino Mendonça:

A sombra uma vez avulsa
Não retorna a mesma

Não despertes o que
Não podes calar

Publicado em 23/07/2024

Livro eletrônico divulga orientações às Boas Práticas para as Coleções Biológicas está disponível em acesso aberto

Autor(a): 
Cristiane Boar | VPPCB

Em uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Fiocruz participou junto à Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ) de um amplo processo para o diagnóstico de todas as coleções biológicas científicas do Brasil. A cooperação também contou com a participação da Sociedade Botânica do Brasil (SBB), Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM) e Sociedade Brasileira de Virologia (SBV).

O trabalho, iniciado em 2022, teve como resultado o lançamento do livro eletrônico (e-book) 'Introdução e orientações às boas práticas para as Coleções Biológicas Científicas Brasileira'. O grupo de especialistas envolvidos no projeto teve como representantes da Fiocruz, Aline Souto, Coordenadora Executiva das Coleções Biológicas da Fiocruz (VPPCB), Manuela da Silva, Gerente Geral do Biobanco da Biodiversidade e Saúde da Fiocruz (BBS-Fiocruz) e Silvana Thiengo, Curadora da Coleção de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC).

O diagnóstico que, dentre outras abordagens, revelou assimetrias na forma como é feita a manutenção das coleções biológicas, evidenciou a necessidade do estabelecimento de padrões mínimos de gestão e qualidade para orientar os curadores/gerentes/diretores e técnicos. A publicação tem como principal objetivo oferecer diretrizes e recomendações para o aperfeiçoamento das coleções biológicas brasileiras abordando aspectos administrativos, de infraestrutura, de recursos humanos e de qualidade necessários para a implementação dos diversos tipos de Coleções Biológicas.

Manuela da Silva destacou o resultado positivo. “Participar ativamente desse estudo sob a liderança da Presidente da SBZ, Luciane Marinoni, foi muito importante. Após tantos anos, finalmente temos um diagnóstico sobre as diversas coleções biológicas brasileiras e um livro que será uma referência e importante apoio para a gestão e qualificação dessas infraestruturas fundamentais para a conservação ex situ e fonte importante de recursos genéticos para o desenvolvimento científico e biotecnológico”.

O trabalho é um marco para as coleções biológicas brasileiras, como ressaltou Aline Souto. “As coleções poderão aplicar e aprimorar importantes processos em prol da preservação e manutenção do patrimônio biológico, abordando aspectos de biossegurança, bioproteção, qualidade, infraestrutura física, digital e de pessoal, acesso, segurança, gestão e governança”.

Essas recomendações serão a base para que, no futuro, as coleções biológicas científicas brasileiras, possuam uma linha-base de critérios e padrões a seguir e aperfeiçoar, e que possam, inclusive, receber um selo de qualidade avalizador de sua excelência.

+Acesse aqui o e-book gratuitamente.

Publicado em 28/06/2024

Sextas homenageia aniversário de Machado de Assis com trecho de Dom Casmurro

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia faz sua homenagem ao escritor Machado de Assis, que no dia 21 de junho completaria 185 anos. Joaquim Maria Machado de Assis é um dos grandes representantes do movimento literário conhecido como realismo. Ele publicou 10 romances, 5 coletâneas de poemas e mais de 600 crônicas, além de ser o fundador da Academia Brasileira de Letras.

Memórias póstumas de Brás Cubas é o quinto romance de Machado de Assis e significou uma verdadeira revolução não somente para a carreira do autor, mas também na literatura brasileira, que, com esse livro, alcançou um novo patamar de qualidade. O trecho de Dom Casmurro escolhido para esta edição do Sextas narra a despedida de Bentinho e Capitu, personagens dessa história de amor que mostra a crítica Machadiana à modernização conservadora, atitudes aos comportamentos, aos costumes e às estruturas sociais coloniais do Brasil. O bruxo do Cosme Velho, Machado de Assis, é “um mundo”!

 

#ParaTodosVerem Foto do Pôr do Sol, o Sol está no canto direito da foto, no lado esquerdo a quina do telhado de uma casa e um coqueiro, o céu está laranja com algumas nuvens. No centro da foto um trecho da obra "Dom Casmurro" de Machado de Assis:
Entre luz e fusco,
tudo há de ser breve
como esse instante.

Publicado em 14/06/2024

Sextas aborda os amores em suas mais diversas formas em homenagem ao Dia dos Namorados

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana homenageia o Dia dos Namorados. O poema trazido nesta semana é um trecho da música 'Interessante e obsceno', que dá nome ao segundo álbum do cantor e compositor pernambucano Martins. Lançado recentemente, em agosto de 2023, o trabalho fala essencialmente sobre os amores e as relações amorosas em suas mais diversas formas.

Segundo Martins, em entrevista à Revista Continente, da Companhia Editora de Pernambuco, "a música é um xote cujo título se insinua, mas, na verdade, o que nos interessa é o que está sendo dito, em uma delicadeza e sagacidade poéticas que são a tônica do álbum. É uma música que, ao mesmo tempo, tem uma graça sensual – “por isso que eu desejo pra você a Lua em Libra / a língua em Vênus” – , mas é uma coisa quase existencial. É um conselho que você dá pra quem gosta, que necessariamente não é uma pessoa que você se relaciona amorosamente, pode ser um amigo, mas pode ser também uma relação romântica... então, essa canção puxa todas as outras canções, no sentido de “falar pra alguém”.

Essa canção foi a primeira a ser composta para o disco, na primeira semana de “lockdown” causado pela pandemia de Covid-19 aqui no Brasil.

*com informações de Revista Continente

 

#ParaTodosVerem Banner com a foto da sombra de duas pessoas em pé, uma ao lado da outra, com o fundo alaranjado, no canto esquerdo do banner um trecho da música "Interessante e Obsceno" de Martins:
Que a gente não espere do amor,
o que nos faz pequenos

Por isso que eu desejo para você a lua
em libra e a língua em vênus

Que a gente possa se 
reconhecer num dia
lindo, num dia ameno

Eu vim aqui só
pra te entender

E pôr em ordem o
que é fundamental 

Por isso que eu
desejo pra você
um Sol intenso
e um quintal

Que os passarinhos
vão nos receber

Publicado em 07/06/2024

Paulo Leminski é homenageado com haicai no Sextas de Poesia

Autor(a): 
Ana Furniel

Hoje faz 35 anos da morte de Paulo Leminsky. O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem ao poeta com um haicai: "o tempo, entre o sopro e o apagar da vela". 
E nesse curto espaço temos a vida vivida, sonhada, às vezes doída, por muito amada e sempre muito sentida. Mistério e redenção. Vida.

Leminski foi crítico literário, tradutor, e um dos mais expressivos poetas de sua geração. Influenciado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, deixou uma obra vasta que continua exercendo forte influência nas novas gerações de poetas brasileiros. Tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai.

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem: Foto em preto e branco de uma planta chamada dente-de-leão em primeiro foco, suas pétalas estão voando. Ao lado esquerdo da foto, um trecho do livro "Toda Poesia" , de Paulo Leminski:
O tempo
entre o sopro
e o apagar da vela

Publicado em 12/04/2024

Sextas de poesia traz Silvia Plath e sua angústia pelo amor

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana traz um poema de Silvia Plath, poeta norte-americana e uma das escritoras mais celebradas do Ocidente, ainda que só tenha sido alçada a esse posto após cometer suicídio em 1963. 

Neste poema, que é parte de Olmo, do livro Ariel, Silvia faz da busca do amor um grito.

Suas principais obras são as coletâneas The Colossus and Other Poems (1960, sem tradução em português), Ariel (1965) e o romance autobiográfico A Redoma de Vidro, publicado logo após sua morte. O suicídio fez dela, que era apenas uma jovem de 30 anos, um mito. A escritora, que narrava de forma contundente a condição feminina, apresentou talento precoce para a palavra aliado a um temperamento melancólico.

 

#ParaTodosverem Foto de um mar revolto com ondas batendo e um céu amarelado com o sol entre nuvens, no canto esquerdo da foto há uma mulher loira vestindo um sobretudo claro e óculos escuros, ela está no mar segurando um guarda chuva preto com a mão esquerda.
No centro da foto um treco do poema Olmo do livro ARIEL, da autora Sylvia Plath, tradução de Maria Fernanda Borges, edição Relógio D'Água:
Sou habitada por um grito
Noite após noite bate as asas
Procurando com as garras
algo para amar...

Publicado em 19/12/2023

Fiocruz e Opas lançam livro sobre desafios da produção de medicamentos no Brasil

Autor(a): 
João Guilherme Tuasco/supervisão de Barbara Souza (Ensp/Fiocruz)

A indústria farmacêutica e o acesso a remédios no território brasileiro são temas do livro “Panorama da produção local de medicamentos no Brasil: desafios e vulnerabilidades”. A publicação, dividida em cinco capítulos, está disponível para download gratuito. A obra foi escrita por Daniela Moulin, Jorge Bermudez e Maria Auxiliadora Oliveira, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Jorge Costa, da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS) da Fiocruz, e pesquisadores da Organização Pan-americana da Saúde (Opas/OMS).

+Acesse aqui para download gratuito do ebook!

O livro aborda o papel das empresas privadas e públicas (locais, regionais e multinacionais), reflete sobre as influências políticas públicas na produção e na assistência de saúde com medicamentos, destaca o desabastecimento de fármacos enfrentado durante pandemia de Covid-19 e reforça o debate mundial sobre desenvolvimento tecnológico para menor dependência estrangeira.  

“Um dos principais desafios no Brasil é ampliar a produção nacional e regional de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), as matérias-primas essenciais para serem transformadas em medicamentos e que, em sua grande maioria, são importadas”, afirma Jorge Bermudez, pesquisador do Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica da Ensp e um dos autores do livro. Ele também é membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT/MCTI), restabelecido em abril deste ano, pelo presidente Lula.

Os custos de pesquisa e desenvolvimento são caros e, por isso, empresas locais focam na reprodução e aprimoramento de medicamentos com patentes expiradas, os genéricos. As multinacionais focam na criação de fármacos e na busca por outros estratégicos para obter o maior número de patentes e lucrar. Diante deste cenário, o livro destaca como a atuação pública é importante para a saúde no Brasil, tanto na democratização de medicamentos, quanto no investimento para realização de novos produtos.

Os pesquisadores também elencam os Laboratórios Farmacêuticos Oficiais, que pesquisam e criam fármacos para o Sistema Único de Saúde. A lista inclui o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), ambas unidades da Fiocruz, a maior instituição de ciência, tecnologia e inovação em saúde das Américas. Junto à Organização Pan-americana da Saúde, a Fundação desenvolve tecnologias, capacita profissionais e troca conhecimento técnico, como durante a pandemia, em que os órgãos produziram conjuntamente a vacina de mRNA para o Covid-19. Além disso, o departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica da Ensp é um Centro Colaborador da Opas/OMS para Políticas Farmacêuticas.

Além da produção, o setor público democratiza o acesso aos medicamentos, por meio da Política Nacional de Medicamentos, de 1998, da Lei de Medicamentos Genéricos, de 1999, e a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, de 2004. “Sem o papel estratégico do Estado, a produção farmacêutica seria estritamente vinculada a interesses comerciais e ao lucro financeiro, sem o papel social presente nas políticas públicas no Brasil, incluindo o acesso universal”, destaca o pesquisador.

O último capítulo do livro traz conclusões e recomendações, ressaltando a necessidade de equilibrar as demandas da população com a oferta do mercado. Para isso, é importante investimento. Bermudez, que também é membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, acredita que a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, anunciada este ano, ajudará o Brasil a superar as vulnerabilidades.

Publicado em 04/12/2023

Ebook reúne reflexões sobre patrimônio cultural fluminense: lançamento em 5/12

Autor(a): 
COC/Fiocruz

O ebook “TERRITÓRIOS, ACERVOS E IDENTIDADES: reflexões sobre patrimônio cultural fluminense” será lançado pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), em iniciativa do seu mestrado profissional em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde (PPGPAT). Com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e publicação pela editora Hucitec, o lançamento acontece em evento de adesão à Semana do Patrimônio Fluminense (SPF), em 5 de dezembro, às 10h, no Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, no Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS). No evento, estarão os autores, muitos ex-alunos do PPGPAT, e as organizadoras Ana Luce Girão e Inês El-Jaick Andrade, também professoras do Programa.

De acordo com as organizadoras, a obra é uma coletânea composta por 11 artigos que trazem discussões relevantes para o campo da cultura. “O livro constitui uma valiosa contribuição para os estudos desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro no âmbito da memória e do patrimônio cultural, em suas dimensões material e imaterial”, frisam. Segundo Ana Luce e Inês, as reivindicações por reconhecimento, por parte de grupos sociais submetidos ao esquecimento forçado, por um lado, e a incorporação de novos e antigos saberes e fazeres, por outro, são discutidos nos textos, que abordam, sob ângulos diferentes, as categorias encadeadas no título: territórios, acervos e identidades.

O e-book traz artigos de autores vinculados ao PPGPAT como Aline Lopes de Lacerda, Bianca Sivolella, Carla dos Santos Feltman, Claudio Oliveira Muniz, Éric Alves Gallo, Inês El-Jaick Andrade, Jeferson Mendonça, Lucas Cuba Martins, Roberta dos Santos de Almeida, Suzana Camillo Marques e Thalles Yvson Alves de Souza. Também apresentam artigos contemplados no livro Amanda Heloisa Souza Custódio e Clarice Maria Silva Campos, ambas vinculadas ao Mestrado profissional Memória e Acervos se insere no Programa de Pós-graduação em Memória e Acervos (PPGMA) da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB).

Serviço
Lançamento do e-book “TERRITÓRIOS, ACERVOS E IDENTIDADES: reflexões sobre patrimônio cultural fluminense”
Data: 5 de dezembro  
Horário: 10h 
Local: Sala de conferências do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS) - 4º andar 
Endereço: Av. Brasil, 4365, Manguinhos - Rio de Janeiro.

Publicado em 06/11/2023

Centro de Estudos debate ‘Acesso às urgências e atenção hospitalar: uma questão de direitos humanos’

Autor(a): 
Informe Ensp

O acesso às urgências e atenção hospitalar como questões de direitos humanos serão tema do Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ceensp) do dia 8 de novembro. A atividade será às 14h, na sala 410 da Ensp, e haverá transmissão ao vivo pelo canal da Escola no Youtube, além de Tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Coordenado pela pesquisadora do Daps/Ensp/Fiocruz Gisele O'Dwyer, este Ceensp terá como palestrantes Mariana Konder, da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj, Marisa Malvestio, da USP, e Mauricio Stedile, do Hospital Federal de Clínicas de Porto Alegre. 

Este Ceensp inspira-se no livro recém-publicado ‘Acesso Às Urgências e Atenção Hospitalar: Uma Questão de Direitos Humanos’, escrito pelas médicas Gisele O’dwyer e Mariana Konder. Ao considerar a Política Nacional de Atenção às Urgências, a obra apresenta os componentes da Rede de Urgências com suas especificidades e desafios. O Samu é apresentado como uma componente estruturante da atenção às urgências no país. A Atenção Primária à Saúde é destacada como espaço essencial para acolhimento das urgências de baixo risco. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) representa uma porta de acesso importante, apesar de funcionar para além do seu propósito, evidenciando o fenômeno de “internação” em ambiente pré-hospitalar. O hospital, fundamental componente para atenção às urgências, é apresentado com base no dimensionamento do parque hospitalar brasileiro, considerando estados, regiões e leitos SUS e não SUS.

Os componentes assistenciais são apresentados considerando o referencial dos Direitos Humanos. Apesar do volumoso e extenso investimento nos diversos componentes da Rede de Atenção às Urgências, a experiência dos usuários continua sendo a de acesso limitado, quando não interditado, e de muita luta e sofrimento para terem suas demandas atendidas. A superlotação das emergências hospitalares sintetiza bem esse fenômeno, tornando-se o local em que a violação de direitos é mais intensamente vivenciada pelo usuário. A rede hospitalar encontra-se no centro das respostas para essa experiência, sobretudo porque muito pouco foi feito pelo hospital ao longo de mais de três décadas de desenvolvimento do SUS. E, ainda, as condições do parque hospitalar e do sistema de urgência que, pela precariedade sustentada ao longo dos anos, produzem sistematicamente sofrimento ao paciente, com significativas consequências, como aumento da morbidade e mortalidade. O sofrimento não pode ser banalizado.

 

Publicado em 30/10/2023

Livro organizado por pesquisadores da Ensp aponta evidências das crises climática e alimentar na América Latina

Autor(a): 
Informe Ensp

Lançado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), o livro “Inseguridad Alimentaria y Emergencia Climática: sindemia global y um desafío de Salud Pública en América Latina”, organizado pelos pesquisadores Ana Laura Brandão, da Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS), e Frederico Peres, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), juntamente com a professora Juliana Casemiro, do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INU/Uerj), discute as relações entre as mudanças no clima do planeta e os impactos sobre os sistemas alimentares latino-americanos. O livro foi editado pela Editora Rede Unida e está disponível em acesso aberto em formato e-book.

Acesse gratuitamente o livro “Inseguridad Alimentaria y Emergencia Climática: sindemia global y um desafío de Salud Pública en América Latina”

As interfaces entre a insegurança alimentar e a crise climática são muitas e, cada vez mais, estão no centro dos debates e dos desafios para a Saúde Pública global, especialmente por produzirem impactos mais evidentes em países e regiões onde as desigualdades históricas e estruturais são mais evidentes, como no Brasil e na região da América Latina.

Motivados pela necessidade de gerar evidências dessa “crise de crises”, os organizadores do livro elaboraram um projeto de pesquisa, submetido e aprovado no Edital de Pesquisa 2021, no âmbito do Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico aplicado à Saúde Pública, coordenado pela Vice-Direção de Pesquisa e Inovação (VDPI/Ensp). A partir do projeto, os organizadores formaram um grupo de aproximadamente 80 pesquisadores, vinculados a 24 instituições acadêmicas com sede em 11 países da América Latina, intitulado Grupo de Estudos sobre Sistemas Alimentares Latino-americanos no marco da Mudança Global – SALA Global, cuja primeira iniciativa foi elaborar um panorama das crises alimentar e climática na região, resultando no presente livro.

Contando com experiências de 9 dos 11 países representados no Grupo SALA Global, e com participação de 43 autores, o livro traz ainda reflexões teórico-conjunturais sobre os impactos das crises alimentar e climática sobre a Saúde Pública na América Latina, bem como apresenta algumas estratégias de enfrentamento possíveis.

Entre as estratégias de enfrentamento, um capítulo, escrito pelo diretor da Ensp, Marco Menezes, em colaboração com o pesquisador do Cesteh/Ensp, Frederico Peres, aponta para o papel estratégico das Escolas de Saúde Pública da região na organização de capacidades para se antecipar aos impactos da “crise de crises” e mitigar seus efeitos negativos que, a cada ano, impactam de maneira crescente os serviços, programas e sistemas de saúde da região.

Entre os dias 20 e 22 de novembro, no marco das atividades do XII Congresso Brasileiro de Agroecologia, os organizadores farão o lançamento do livro impresso, cuja versão em português deverá estar pronta no início do ano acadêmico de 2024. 

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