A noite desta terça-feira, 6 de agosto, foi de gala para a publicação acadêmica nacional. No Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, aconteceu a cerimônia de entrega do I Prêmio Jabuti Acadêmico, desdobramento do prêmio Jabuti dedicado às publicações das áreas científicas, técnicas e profissionais. O livro Atenção Primária à Saúde em Municípios Rurais Remotos no Brasil, da Editora Fiocruz, foi o grande vencedor na categoria Enfermagem, Farmácia, Saúde Coletiva e Serviço Social.
Para receberem a estatueta da premiação, subiram ao palco os organizadores do livro, o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro do Grupo de Pesquisas em Atenção Primária à Saúde (PeqAPS) na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp), Adriano Maia dos Santos, a professora da Universidade de São Paulo (USP), Aylene Bousquat, as pesquisadoras da Ensp, Ligia Giovanella e Márcia Fausto, a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Patty Fidelis de Almeida, além do editor executivo da Editora Fiocruz, João Canossa. Conheça mais sobre o livro.
Outra obra da Editora Fiocruz, o livro Avaliação das Políticas de Alimentação e Nutrição: contribuições teóricas e práticas chegou à etapa final da premiação, na categoria Ciência de Alimentos e Nutrição, concorrendo com mais quatro finalistas. As organizadoras, a coordenadora do Laboratório de Ensino em Pesquisa em Alimentação e Nutrição da Ensp, Denise Cavalcante de Barros e as pesquisadoras do Departamento de Endemias Samuel Pessoa da Ensp, Marly Marques da Cruz e Santuzza Vitorino, também estavam presentes no evento. Conheça mais sobre o livro.
Uma terceira publicação da editora, Testosterona: a biografia de um hormônio, de Lucas Tramontano, pesquisador do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), ficou entre os dez semifinalistas da categoria Antropologia, Sociologia, Demografia, Ciência Política e Relações Internacionais. Conheça mais sobre o livro.
Visite aqui o portal do Prêmio Jabuti Acadêmico e saiba mais sobre a premiação
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Mario Quintana é o poeta desta edição do Sextas, homenageado pelo seu aniversário. Em “Presença”, Quintana fala sobre esses dois tempos - o passado marcado pela plenitude e o presente pela falta - em que ergue-se a saudade, mote que faz com que o poeta cante os seus versos: “é preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado...”
Para Quintana, sua melhor definição foi feita por ele mesmo, em 1984: “Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão". Sorte a nossa!
Quintana nasceu em 1906 no Rio Grande do Sul. Com quase 30 anos passou a viver do jornalismo, mas nas décadas seguintes consagrou-se entre os grandes nomes da poesia brasileira. Em 1980, recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. Ele faleceu em 1994, aos 88 anos.
#ParaTodosVerem Pintura de uma mulher apoiada no parapeito de uma janela, ela possui os cabelos escuros jogados para o lado, veste uma blusa escura com botões e uma echarpe por cima, ela segura a echarpe na altura da boca, com a outra mão segura um papel e olha para ele com rugas na testa. No centro da pintura um trecho do poema “Presença” de Mario Quintana:
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida…
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato…
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
O Sextas de Poesia faz sua homenagem a Ariano Suassuna. Natural da capital da Paraíba, cidadão taperoense, mas crescido em Recife, Ariano Suassuna construiu sua vida e obra resgatando o Nordeste para representar o país. O escritor paraibano fundou, na década de 1970, um movimento intitulado Armorial, que visava à construção de um conjunto de obras artísticas que unia o erudito e a cultura popular, sobretudo a nordestina. Escreveu inúmeros textos teatrais, como, por exemplo, o Auto da Compadecida. Esta semana faz 10 anos que Suassuna se encantou, como diz Guimarães.
O trecho escolhido para ilustrar o Sextas vem do livro “Romance da Pedra do reino e o príncipe do Sangue do Vai-e-volta”, considerado por críticos e historiadores literários como uma das obras mais importantes da literatura brasileira. Uma narrativa conduzida por Pedro Dinis Quaderna, um poeta sertanejo que se considera o herdeiro de um reino mítico no sertão nordestino, chão do Brasil.
#ParaTodosVerem Banner em cores laranja e preta com desenhos de cordel nordestino. No topo do banner um Sol, no lado esquerdo o desenho de um cacto com uma flor no topo e uma menina sentada no chão apoiada nele, no lado direito do banner o desenho de um cacto, no canto inferior direito o desenho de uma igreja. No centro do banner um trecho da obra de Ariano Suassuna,o "Romance d'A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta:"
Ave Musa incandescente
do deserto do Sertão!
Forje, no Sol do meu Sangue,
o Trono do meu clarão:
ante as Pedras encantadas
e a Catedral Soterrada,
Castelo deste meu Chão!
O Sextas de Poesia desta semana traz o poeta, cardeal e professor José Tolentino Mendonça. Ele nasceu na Ilha da Madeira, em 1965. Conhecido internacionalmente pelo seu trabalho no campo da literatura, o Cardeal é considerado uma das vozes mais originais da literatura portuguesa contemporânea, e sua obra inclui, além de poesia, ensaios e peças de teatro.
No poema escolhido, “Incêndios”, ele avisa: “Não devias empurrar fogo tão solitário
sob os umbrais de uma morada, não é possível deter a faísca, nem o vento, e o tempo não volta nunca nada para o mesmo lugar, nem as palavras. Não despertes o que não podes calar”.
Estudou Ciências Bíblicas em Roma e vive no Vaticano desde 2018. Em 2019, foi nomeado Cardeal pelo Papa Francisco; em 2022 foi anunciado como prefeito do novo Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé. A sua poesia é publicada pela Assírio & Alvim e a obra ensaística, desde 2017, pela Quetzal. No ano passado, recebeu o Prémio Pessoa 2023, que foi entregue pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que condecorou o Cardeal José Tolentino Mendonça com a Grã-Cruz da antiga Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
#ParaTodosVerem Foto de um arvoredo, há um gramado verde com pedras em primeiro plano da foto, em segundo plano diversas árvores. Ao lado esquerdo da imagem, uma estrutura alta de ferro com um triângulo no topo. A foto está na penumbra, há raios de luz entre as árvores e uma claridade vinda do céu. No centro da foto, um trecho de "Os incêndios" em "A Noite Abre os Meus Olhos", de José Tolentino Mendonça:
A sombra uma vez avulsa
Não retorna a mesma
Não despertes o que
Não podes calar
O Sextas de Poesia faz sua homenagem ao escritor Machado de Assis, que no dia 21 de junho completaria 185 anos. Joaquim Maria Machado de Assis é um dos grandes representantes do movimento literário conhecido como realismo. Ele publicou 10 romances, 5 coletâneas de poemas e mais de 600 crônicas, além de ser o fundador da Academia Brasileira de Letras.
Memórias póstumas de Brás Cubas é o quinto romance de Machado de Assis e significou uma verdadeira revolução não somente para a carreira do autor, mas também na literatura brasileira, que, com esse livro, alcançou um novo patamar de qualidade. O trecho de Dom Casmurro escolhido para esta edição do Sextas narra a despedida de Bentinho e Capitu, personagens dessa história de amor que mostra a crítica Machadiana à modernização conservadora, atitudes aos comportamentos, aos costumes e às estruturas sociais coloniais do Brasil. O bruxo do Cosme Velho, Machado de Assis, é “um mundo”!
#ParaTodosVerem Foto do Pôr do Sol, o Sol está no canto direito da foto, no lado esquerdo a quina do telhado de uma casa e um coqueiro, o céu está laranja com algumas nuvens. No centro da foto um trecho da obra "Dom Casmurro" de Machado de Assis:
Entre luz e fusco,
tudo há de ser breve
como esse instante.
O Sextas de Poesia desta semana homenageia Chico Buarque e seus 80 anos. A canção "O que será" foi escrita em 1976 para o filme Dona Flor e seus dois maridos. A música transborda todo sentimento que não tem cura, medida ou limite. É o amor que não tem certeza, conserto, tamanho, decência, censura, sentido, governo, vergonha nem juízo.
É Chico, compositor do Brasil.
#ParaTodosVerem Foto de um homem e uma mulher de pele negra, o foco da foto está nos perfis dos rostos das duas pessoas, que estão próximos. O homem está de olhos fechados e a mulher possui sardas no rosto. No centro da foto, um trecho da música “O que será (À flor da Terra)” de Chico Buarque:
O que será que será
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que andam nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
Que gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza, será que será
O que não tem certeA, nem nunca terá
O que não tem tamanho ….
O Sextas de Poesia desta semana homenageia o Dia dos Namorados. O poema trazido nesta semana é um trecho da música 'Interessante e obsceno', que dá nome ao segundo álbum do cantor e compositor pernambucano Martins. Lançado recentemente, em agosto de 2023, o trabalho fala essencialmente sobre os amores e as relações amorosas em suas mais diversas formas.
Segundo Martins, em entrevista à Revista Continente, da Companhia Editora de Pernambuco, "a música é um xote cujo título se insinua, mas, na verdade, o que nos interessa é o que está sendo dito, em uma delicadeza e sagacidade poéticas que são a tônica do álbum. É uma música que, ao mesmo tempo, tem uma graça sensual – “por isso que eu desejo pra você a Lua em Libra / a língua em Vênus” – , mas é uma coisa quase existencial. É um conselho que você dá pra quem gosta, que necessariamente não é uma pessoa que você se relaciona amorosamente, pode ser um amigo, mas pode ser também uma relação romântica... então, essa canção puxa todas as outras canções, no sentido de “falar pra alguém”.
Essa canção foi a primeira a ser composta para o disco, na primeira semana de “lockdown” causado pela pandemia de Covid-19 aqui no Brasil.
*com informações de Revista Continente
#ParaTodosVerem Banner com a foto da sombra de duas pessoas em pé, uma ao lado da outra, com o fundo alaranjado, no canto esquerdo do banner um trecho da música "Interessante e Obsceno" de Martins:
Que a gente não espere do amor,
o que nos faz pequenos
Por isso que eu desejo para você a lua
em libra e a língua em vênus
Que a gente possa se
reconhecer num dia
lindo, num dia ameno
Eu vim aqui só
pra te entender
E pôr em ordem o
que é fundamental
Por isso que eu
desejo pra você
um Sol intenso
e um quintal
Que os passarinhos
vão nos receber
Hoje faz 35 anos da morte de Paulo Leminsky. O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem ao poeta com um haicai: "o tempo, entre o sopro e o apagar da vela".
E nesse curto espaço temos a vida vivida, sonhada, às vezes doída, por muito amada e sempre muito sentida. Mistério e redenção. Vida.
Leminski foi crítico literário, tradutor, e um dos mais expressivos poetas de sua geração. Influenciado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, deixou uma obra vasta que continua exercendo forte influência nas novas gerações de poetas brasileiros. Tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai.
#ParaTodosVerem: Foto em preto e branco de uma planta chamada dente-de-leão em primeiro foco, suas pétalas estão voando. Ao lado esquerdo da foto, um trecho do livro "Toda Poesia" , de Paulo Leminski:
O tempo
entre o sopro
e o apagar da vela
O Sextas de Poesia essa semana faz uma homenagem às mães, seja por escolha, amor, barriga, afinidade ou destino.
No texto de hoje, Caetano Veloso nos mostra todo o sentimento que carrega esse "ser mãe", o querer proteger, preparar para a vida e "dar ao mundo".
Feliz Dia das Mães!
#ParaTodosVerem Banner com fundo verde, no topo fotos de diversas mães com seus filhos, um grupo de mulheres de diferentes raças, etnias e idades, sorrindo e beijando os seus filhos. Embaixo das fotos, um verso de Caetano Veloso:
Minha mãe me deu ao mundo
De maneira singular
Me dizendo uma sentença
Pra eu sempre pedir licença
Mas nunca deixar de entrar
O Sextas de Poesia desta semana traz Manuel Bandeira com "O último poema". Num recorte onde o definitivo poema não finda uma poética, e, sim, a restabelece ao contexto das ficcionais despedidas, o autor encena a melancolia no adiamento de sua ida… para a qual nunca foi, na verdade.
Manuel Bandeira foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Fez parte da primeira geração modernista no Brasil. Com uma obra recheada de lirismo poético, Bandeira foi adepto do verso livre, da língua coloquial, da irreverência e da liberdade criadora. Os principais temas explorados pelo escritor são o cotidiano e a melancolia.
*Com informações do blog Vício Velho.
#ParaTodosVerem Banner com fundo preto e a foto de Manuel Bandeira na parte inferior do banner, um senhor com cabelos curtos escuros, usa óculos de armação quadrada, veste uma blusa com gola e mangas compridas com linhas brancas, está sentado digitando em uma máquina de escrever, há livros atrás da máquina. A foto é em preto e branco.
No topo do banner um poema de Manuel Bandeira, O último poema:
Assim eu quereria
meu último poema
Que fosse terno dizendo
as coisas mais simples
e menos intencionais
Que fosse ardente como um
soluço sem lágrimas...