CONCURSO DE FOTOGRAFIA
A mão vista na imagem é de uma mulher, mãe de três crianças, filha, esposa, preta que trabalha num ambiente machista, quem sabe da pesca sabe bem que é assim.
A mão preta, faço questão de dizer, e digo mais uma vez para não ser esquecido, a mão preta da foto feita por mim, é de uma mulher que tira o sustento de sua família do mar, ela não tem outra opção de trabalho, ela não faz isso por diversão, apesar do prazer, do amor e respeito pelo que faz, ela paga a conta para uma sociedade racista, que nunca se reconheceu racista, que nunca oportunizou os nossos e as nossas, terem seu trabalho reconhecido como digno e valorizado, de uma pessoa, por vezes desassistida dos seus diretos básicos de saúde e educação voltada para as suas necessidades e especificidades, entre outras problemáticas, afinal, a gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte, a gente também quer ir aos domingos dar pipoca aos macacos, a gente quer ter o direito de sonhar, direito esse que nos foi roubado desde a captura do primeiro ser humano no continente africano, desde a chegada do primeiro navio do horror, o tal tumbeiro.
Essa mão tem cor, essa mão tem vida, essa mão é de Vanessa do Santos, mas poderia ser de qualquer uma pescadora ou pescador que está aqui, essa mão poderia ser de Patrícia, Sandra, José Gonçalves (Zequinha pescador), José, Mirella, Helena, Edilson, Solange, João, Gerusa, Angela, Ana Paula, Luiza, Eleonice e tantos e tantas outras.
Por favor, batam Palmas para eles e elas não somente para a foto, não somente para mim, o impacto que tenho ao confrontar essa foto, me é caro, mas entendendo a necessidade do registro e da responsabilidade que tenho, política, social e moralmente como meu povo, sendo parte dele, me lança frente a esse "grito" de luta, força e justiça, pois, muito provavelmente sem ela, vocês não conheceriam um pouco da realidade de Vanessa e todas as outras e outros aqui citados e citadas pescadores e pescadoras de nossa terra, do nosso Brasil.
Bata palmas para eles e elas, que sofreram e sofrem, não só com o desastre, mas com a pesca predatória, com as especulações imobiliárias e invasões de seus territórios com a não existência de uma política justa e real para a preservação do seus direitos e de seu maior patrimônio, o mar, o lugar onde muitos vão lá só "tirar uma onda".
Autoria: Ulisses Lima de Jesus.
A mão preta, faço questão de dizer, e digo mais uma vez para não ser esquecido, a mão preta da foto feita por mim, é de uma mulher que tira o sustento de sua família do mar, ela não tem outra opção de trabalho, ela não faz isso por diversão, apesar do prazer, do amor e respeito pelo que faz, ela paga a conta para uma sociedade racista, que nunca se reconheceu racista, que nunca oportunizou os nossos e as nossas, terem seu trabalho reconhecido como digno e valorizado, de uma pessoa, por vezes desassistida dos seus diretos básicos de saúde e educação voltada para as suas necessidades e especificidades, entre outras problemáticas, afinal, a gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte, a gente também quer ir aos domingos dar pipoca aos macacos, a gente quer ter o direito de sonhar, direito esse que nos foi roubado desde a captura do primeiro ser humano no continente africano, desde a chegada do primeiro navio do horror, o tal tumbeiro.
Essa mão tem cor, essa mão tem vida, essa mão é de Vanessa do Santos, mas poderia ser de qualquer uma pescadora ou pescador que está aqui, essa mão poderia ser de Patrícia, Sandra, José Gonçalves (Zequinha pescador), José, Mirella, Helena, Edilson, Solange, João, Gerusa, Angela, Ana Paula, Luiza, Eleonice e tantos e tantas outras.
Por favor, batam Palmas para eles e elas não somente para a foto, não somente para mim, o impacto que tenho ao confrontar essa foto, me é caro, mas entendendo a necessidade do registro e da responsabilidade que tenho, política, social e moralmente como meu povo, sendo parte dele, me lança frente a esse "grito" de luta, força e justiça, pois, muito provavelmente sem ela, vocês não conheceriam um pouco da realidade de Vanessa e todas as outras e outros aqui citados e citadas pescadores e pescadoras de nossa terra, do nosso Brasil.
Bata palmas para eles e elas, que sofreram e sofrem, não só com o desastre, mas com a pesca predatória, com as especulações imobiliárias e invasões de seus territórios com a não existência de uma política justa e real para a preservação do seus direitos e de seu maior patrimônio, o mar, o lugar onde muitos vão lá só "tirar uma onda".
Autoria: Ulisses Lima de Jesus.