Por Israel Tiago
PEDIDO AO JORNAL METRÓPOLES PARA RETIFICAÇÃO DA IDENTIDADE DO INDÍGENA PARISÍ ISRAEL TIAGO MARTINS AO COMUNICAR SEU FALECIMENTO
Os integrantes do curso livre "Arandu: Saberes Originários", promovido pela Fiocruz/DF em janeiro de 2020, registram, por meio desta nota, a necessidade do jornal "Metrópoles - notícias do DF", retificar publicamente as informações que dizem a respeito do *indígena Israel Tiago Martins. E também, lamentamos seu falecimento, suspeito de COVID-19, mas não confirmado nos exames.
O texto publicado pelo jornal (disponível no link https://www.metropoles.com/distrito-federal/1a-morte-por-coronavirus-no-df-e-de-indio-que-tinha-diabetes/amp) o coloca como um “descendente de indígena” e não como indígena da etnia Uirapuru.
A referência “descendente de indígena” expressa uma abordagem discriminatória sobre aqueles indígenas que não estão situados em suas aldeias e territórios. Embora, este equívoco possa ser considerado desconhecimento do redator e de sua equipe sobre o tema.
Estar fora da aldeia, ser morador de Brasília ou de outra cidade, não significa que houve perda da cultura e da identidade que o diferencia.
A palavra “descendente” abre um campo semântico complexo. No caso de Israel Tiago Martins, indica estar ele relacionado umbilicalmente a gerações anteriores, ancestrais, a povos que já estavam aqui antes, originários. No entanto, é preciso ressaltar que Israel, ele mesmo, traz em si os elementos que constituem essa ancestralidade, já que é indígena e de uma etnia específica.
Nessa perspectiva, a cultura indígena não pode ser referenciada apenas de modo distanciado, como se estivesse no passado, mas deve ser encarada agora, no presente.
Os indígenas que residem em contextos urbanos não são menos índios e não estão desprovidos de direitos. Mesmo agora, após a fatalidade ocorrida, Israel tem o direito de ser reconhecido em sua identidade, língua, valores, costumes e crenças, como um cidadão com etnia diferenciada, Paresí.
Do contrário, ficam reforçados apenas a ideia do racismo, das tradições coloniais, do violento processo de submissão dos povos indígenas originários à sociedade nacional.
Israel Tiago Martins faleceu no último dia 28.03.2020, em Brasília, com um quadro de falência/dificuldade respiratória. Segundo informações disponíveis pelos meios de comunicação, ele estava morando numa ocupação próxima ao assentamento Rota do Cavalo, na cidade de Sobradinho, Distrito Federal. Em sua trajetória, já havia morado um período em São Carlos, no estado de São Paulo.
O texto publicado pelo jornal (disponível no link https://www.metropoles.com/distrito-federal/1a-morte-por-coronavirus-no-df-e-de-indio-que-tinha-diabetes/amp) o coloca como um “descendente de indígena” e não como indígena da etnia Uirapuru.
A referência “descendente de indígena” expressa uma abordagem discriminatória sobre aqueles indígenas que não estão situados em suas aldeias e territórios. Embora, este equívoco possa ser considerado desconhecimento do redator e de sua equipe sobre o tema.
Estar fora da aldeia, ser morador de Brasília ou de outra cidade, não significa que houve perda da cultura e da identidade que o diferencia.
A palavra “descendente” abre um campo semântico complexo. No caso de Israel Tiago Martins, indica estar ele relacionado umbilicalmente a gerações anteriores, ancestrais, a povos que já estavam aqui antes, originários. No entanto, é preciso ressaltar que Israel, ele mesmo, traz em si os elementos que constituem essa ancestralidade, já que é indígena e de uma etnia específica.
Nessa perspectiva, a cultura indígena não pode ser referenciada apenas de modo distanciado, como se estivesse no passado, mas deve ser encarada agora, no presente.
Os indígenas que residem em contextos urbanos não são menos índios e não estão desprovidos de direitos. Mesmo agora, após a fatalidade ocorrida, Israel tem o direito de ser reconhecido em sua identidade, língua, valores, costumes e crenças, como um cidadão com etnia diferenciada, Paresí.
Do contrário, ficam reforçados apenas a ideia do racismo, das tradições coloniais, do violento processo de submissão dos povos indígenas originários à sociedade nacional.
Israel Tiago Martins faleceu no último dia 28.03.2020, em Brasília, com um quadro de falência/dificuldade respiratória. Segundo informações disponíveis pelos meios de comunicação, ele estava morando numa ocupação próxima ao assentamento Rota do Cavalo, na cidade de Sobradinho, Distrito Federal. Em sua trajetória, já havia morado um período em São Carlos, no estado de São Paulo.