Entenda o evento

Conheça nosso Laboratório:

O Laboratório de Biologia de Tripanosomatídeos (IOC/Fiocruz) realiza pesquisa, desenvolvimento tecnológico, inovação e formação de recursos humanos relacionados à dinâmica dos ciclos de transmissão silvestre de tripanosomatídeos, sendo referência nacional em diagnóstico de reservatórios silvestres das Leishmanioses. Sua principal linha de pesquisa abrange a investigação de variáveis responsáveis pela regulação dos ciclos de transmissão dos tripanossomatídeos dos gêneros Trypanosoma e Leishmania, parasitos de mamíferos em todos os biomas brasileiros; dedicando-se ao estudo de aspectos macro e microecológicos que interferem na interação dos parasitos citados com os hospedeiros e vetores. Com a finalidade de compreender as atividades humanas relacionadas
à epidemiologia dessas parasitoses, o Laboratório correlaciona dados sobre prevalência de tripanossomatídeos, o perfil de transmissibilidade das espécies-alvo silvestres e as diferentes características ambientais e formas de ocupação humana dos territórios. Essa linha de estudo se fundamenta na necessidade de identificação de elos da cadeia de transmissão, pretendendo gerar conhecimentos que subsidiem a vigilância epidemiológica e o controle de tais agravos.
Coleções biológicas de parasitos têm mostrado relevada importância tanto para a pesquisa básica como para o desenvolvimento de tecnologia e inovação. Com a identificação e análise promovidas pelo Laboratório de Biologia de Tripanosomatídeos, parasitos de reservatórios silvestres e vetores provenientes de ecossistemas distintos são isolados e caracterizados por parâmetros biológicos e moleculares. Tais amostras são armazenadas pela Coleção de Trypanosoma de Mamíferos Silvestres, Domésticos e Vetores, COLTRYP, visando estabelecer um acervo representativo de isolados do gênero Trypanosoma.

Conheça nossa temática:

1º dia - Parasito:
A família Trypanosomatidae abrange 24 gêneros, que inclui parasitos obrigatórios monoxenos—cujo ciclo de vida se completa em um hospedeiro invertebrado—e dixenos—que necessitam de mais de um hospedeiro, geralmente um invertebrado e um vertebrado ou planta para completar seu ciclo de vida.
Devido à sua importância na saúde pública e economia, o gênero Trypanosoma é um dos mais estudados. Abrangendo principalmente espécies dixenas tanto especialistas quanto generalistas, este gênero apresenta alta diversidade genética e ecológica. Suas espécies se diferenciam em relação aos hospedeiros e vetores, podendo infectar invertebrados e todas as classes de vertebrados. Já os tripanosomatídeos que fazem parte dos gêneros monoxenos são pouco estudados e atualmente, há um crescente achado de espécies infectando mamíferos.
Muitas dos tripanosomatídeos integram coleções biológicas. As coleções biológicas são acervos científicos de um grupo de organismos, ou parte deles, que fornecem informações sobre suas características. Através das coleções, podemos adquirir dados para o estudo da biodiversidade, preservando essas informações ao longo dos anos para pesquisas futuras.
Espaço Jovens Pesquisadores 1º dia, Mestranda Wanessa Souza (Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz): Trypanosomatideos representam um desafio taxonômico epidemiológico e biológico. Aqui será estudada a sua infecção em mamíferos silvestres, através do sequenciamento de nova geração (NGS) de sangue e da análise geoespacial dos locais de captura.

2º dia - Hospedeiro/vetor:

Os hospedeiros constituem os hábitats dos parasitos obrigatório e os vetores muitas vezes são responsáveis por sua dispersão na natureza, como é no caso dos tripanosomatídeos. Compreender as características biológicas e ecológicas dos hospedeiros vertebrados e vetores invertebrados são de grande relevância para a elucidação do ciclo de transmissão desses parasitas.
Dentro desse contexto, os Serviços de Referência atuam na identificação da infecção e dos seus riscos envolvidos na sua transmissão ao(s) homem/animais. Através da oferta de assistência, suporte e serviços especializados em suas áreas de atuação, esses serviços também incluem a capacitação de recursos humanos em setores de interesse para diagnósticos em laboratórios de saúde pública no país.
Espaço Jovens Pesquisadores 2º dia, Mestranda Quezia Moura (Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz): O estudo das fontes alimentares de vetores hematófagos revela os mamíferos hospedeiros do ciclo de transmissão do parasito, os vertebrados que sustentam os vetores e a fauna de determinado ambiente. Estes dados são discutidos no estudo de triatomíneos do bioma Caatinga por meio de Barcoding de DNA.

3º dia - Ambiente:

O terceiro e último dia do I Simpósio GlobalTryp abordará temas relacionados a ambiente, aspecto fundamental nos estudos epidemiológicos no que tange o espaço e seus elementos. Fenômenos ambientais envolvem cenários de mudança e constante transição que incluem fatores bióticos e abióticos de um determinado local. A partir dessa ideia, fica clara a importância do conhecimento da perspectiva ecológica que envolve a diversidade de parasitas, hospedeiros, vetores e o ambiente em que toda essa rede de elementos se encontra.
O estudo de fatores espaciais favorece o entendimento e surgimento de novas hipóteses sobre os ciclos de transmissão de parasitas. Dentro desse aspecto, diversas ferramentas cartográficas estão sendo aplicadas a fim de se obter maior conhecimento sobre as variáveis e particularidades ambientais relacionadas à presença de hospedeiros e vetores envolvidos nos ciclos de transmissão de parasitas. O monitoramento espacial a partir do sensoriamento remoto e a modelagem de nicho ecológico são exemplos de metodologias utilizadas em estudos atuais que buscam analisar o impacto das paisagens na dinâmica da transmissão de parasitas e sua relação com as diferentes espécies de hospedeiros e vetores.
Espaço Jovens Pesquisadores 3º dia, Doutorando Raphael Testai (Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz): Modelagem de Nicho Ecológico tem como objetivo predizer a distribuição de uma espécie pela extrapolação das características ambientais de suas ocorrências. Neste trabalho foi modelada a distribuição de Didelphis aurita e sua infecção por Trypanosoma cruzi na Mata Atlântica, utilizando as potenciais distribuições de Triatoma vitticeps e Panstrongylus megistus como variáveis bióticas.