Pergunte-se sempre:
- Quem são as pessoas a que você se dirige?
- Qual a linguagem que elas usam?
- Qual o conhecimento prévio que elas têm sobre o assunto de que você vai falar?
- O que elas não sabem sobre o tema, e você avalia que deveriam saber?
Existem diversas maneiras e ferramentas disponíveis para criar REA ou podemos encontrar um recurso pronto e utilizá-lo, adaptá-lo para o contexto desejado ou incorporando melhorias.
Criar recursos educacionais abertos, seja para alunos, para outros professores, já é em si uma experiência de aprendizado, principalmente sobre conceitos importantes relacionados à Internet e tecnologias digitais.
Você pode produzir material pensando em diversos formatos. A seguir, listamos algumas opções de aplicativos que podem ser utilizados para criar recursos, e incluímos exemplos e ao final dicas de alguns tutoriais que explicam o funcionamento dessas ferramentas.
Antes de começar a pensar num REA (na verdade, antes de propor qualquer atividade educacional), a coisa mais importante que você pode se perguntar é: para quem estou fazendo isso? Muita gente tem a (boa) intenção de criar, por exemplo, um texto voltado a todo tipo de leitor, porém, na prática, um texto escrito para todos é um texto escrito para ninguém em particular – o que, quando estamos falando em educação, é uma falha grave.
Imagine, por exemplo, que você queira elaborar um recurso sobre microcefalia e o vírus Zika. Se fosse escrever um texto para especialistas que trabalham nessa área, um recurso educacional teria o formato e a linguagem esperados por esse público.
Você pode criar uma pequena lista de tópicos para abordar. Com isso em mãos, verifique se você tem todas as informações de que precisa para produzir o recurso, ou se vai precisar de alguma pesquisa adicional. Em seguida defina qual melhor tipo de REA para transmitir essa informação.
Para criar um texto, você pode usar os programas de computador que você já usa normalmente. O que vai tornar o seu material um recurso educacional aberto será o formato que você irá compartilhar. Além de definir a licença de uso apropriada, você deve prestar atenção ao formato do documento que está criando. O ideal é utilizar formatos que são padrões abertos, que podem ser utilizados pelo maior número de pessoas sem a necessidade de depender de um pacote de aplicativos específico. Um exemplo é o formato ODT3, um formato aberto utilizado por vários pacotes de produtividade (BR Office,Libre Office, Google Docs, versões recentes do Microsoft Office). Ao salvar um documento em formato ODT, você está fazendo uso de um formato “aberto”.
Um dos formatos mais comuns é o DOC, do Microsoft Office, um formato “fechado” ou proprietário. Apesar de ser um formato criado e mantido por uma empresa, ele pode ser aberto por aplicativos de software livre como o Libre Office ou BR Office. Mas por ser fechado não há garantia de que a formatação seja mantida. Ou seja, não há garantia que o documento será igual em todas as máquinas - ou de que você conseguirá abri-lo no futuro, já que as versões mais novas dos softwares não necessariamente abrem os formatos proprietários das versões anteriores dos mesmos softwares.
Como exemplo de um caso mais complicado, se você salvar o mesmo trabalho com a extensão DOCX (utilizada nos pacotes mais novos do Microsoft Office), os seus colegas poderão ter dificuldades para abrir o documento, já que um número menor de programas faz uso deste formato. Portanto, sempre dê preferências a formatos abertos e que sejam de fácil utilização pelos seus colegas.
Além dos programas instalados no seu computador, você pode contar com espaços virtuais de colaboração. Um exemplo é o Google Docs, onde você pode criar documentos de texto, planilhas de cálculo, apresentação de slides, imagens etc. tanto sozinho como em colaboração com colegas para os quais você permitir acesso.
Textos estão entre os recursos educacionais mais utilizadas em todas as situações. Afinal, eles não dependem de estrutura física, câmera digital nem capacidade de edição de vídeos, que podem limitar tecnicamente a produção de um curso, por exemplo.
Diversos materiais educacionais são ricos em imagens, porém, nem sempre este recurso não é aproveitado de maneira significativa deixando de lado todo o seu potencial educacional. Em muitos cursos, as imagens aparecem como meras decorações. As Imagens podem ser ótimas ferramentas pedagógicas se forem utilizadas de maneira adequada. É importante ilustrar situações, casos ou contar uma história que auxiliem na aprendizagem do aluno. .
Tipos de imagens que podem ser utilizadas:
As Fotos podem ser produzidas com uma câmera digital ou baixadas de banco de imagens da Internet. Para modifica-las (alterar o tamanho, mudar cores, corrigir erros, entre outros). Para editar fotos, o Fotor.com é uma boa opção, para fazer pequenas edições e colagens. Um software livre mais sofisticado é o GIMP, que permite edição avançada de imagens. O programa está disponível para Windows, MacOS e Linux.
Para compor seu recurso educacional, será preciso usar um editor de imagens O Canva (http://canva.com) é um editor online que pode ser utilizado gratuitamente e permite criar diversos tipos de imagens (infográficos, mapas mentais entre outros). Um outro editor gratuito é o GIMP, que pode ser utilizado livremente e possui recursos mais completos. O formato que deve ser utilizado para salvar imagens é o PNG
Abaixo listamos alguns bancos imagens grátis na internet.
É importante ler a política ou termo de uso do banco de imagens, pois alguns permitem somente o reuso, sem adaptação, ou exigem a atribuição de créditos.
Para trabalhar com vídeos, você pode gravar em um estúdio com câmera e equipamentos profissionais. Entendemos que nem todos podem assumir os gastos para pagar um serviço profissional de gravação e edição, mas nem por isso os resultados podem ser menos interessantes se usar um celular para gravar e editar os vídeos ou baixar e reutilizar os disponíveis na internet. De grande potencial pedagógico os vídeos podem ser utilizados para:
Saiba mais sobre o potencial pedagógico dos vídeos em: https://www.academia.edu/8092450/Potent_Pedagogic_Roles_for_Video_33_roles_
Vídeos devem ser de curta duração de 3 a 5 minutos.
Tutorial de vídeoaulas (português): https://campusvirtual.fiocruz.br/portal/node/7027
Áudios educativos (podcasts), no seu formato usual, contém apenas áudio, mas variantes podem incluir imagens e vídeos. Neste guia, o foco serão os podcasts apenas com áudio. A vantagem do podcast é que ele pode ser ouvido em qualquer lugar e quantas vezes achar necessário. Um podcast pode ser utilizado para passar um conceito ou como audionovela, dramatização do gênero literário novela para representar um caso ou situação específica com objetivo educacional.
Para gravação de um podcast não é necessários muitos recursos. Um áudio pode ser gravado com um celular. Para edição de som, uma boa opção é o Audacity, que é um software livre e traz uma extensa gama de recursos, incluindo redução de ruídos. É uma boa pedida para quem se interessa pelo assunto e quer aprender mais. O Audacity grava, reproduz, importa/exporta em formatos que são fáceis de compartilhar como MP3.
O SoundCloud é um serviço de hospedagem de músicas online e gratuito que não exige nem que você se cadastre nele. O serviço permite que você insira músicas, podcasts ou entrevistas, e crie um player de reprodução personalizado para compartilhar seus arquivos de áudio em qualquer site da internet. Isso, ainda, com acesso à várias ferramentas de compartilhamento via redes sociais.
Recursos interativos geralmente são jogos, quizzes, casos ou animações. Estes recursos combinam textos, imagens, vídeos para explicar temas, conceitos ou processos complexos ou contar uma história.
Eles podem ser divididos em fases ou capítulos que, geralmente, têm um resultado próprio ou uma recompensa a ser alcançada, muitas das vezes geram suspense e curiosidade ao aluno, motivando-o a aguardar a continuação ou a solução.
É possível criar recursos interativos com H5P. Uma plataforma livre e aberta, baseada em nuvem, que permite que qualquer um crie uma grande variedade de recursos multimídia sem necessidade de aprender programação. Todos os tipos de conteúdo do H5P podem ser inseridos em websites e no ambiente virtual de aprendizagem, como o Moodle, por exemplo, usando plugins disponíveis gratuitamente. Os recursos desenvolvidos no H5P reportam análises e resultados das atividades para o Moodle.
O conteúdo do H5P pode ser criado acessando o site H5P de qualquer navegador com uma conta gratuita. O conteúdo publicado é baseado em HTML5, não utiliza Flash, tornando o acesso mais fácil para você e seus aprendizes. Além disso, todos recursos são gerados automaticamente sob a licença Creative Commmons Attibutions 4.0 International, a menos que o autor do conteúdo altere a licença.
Histórias contadas digitalmente através de filmes multimídia que podem incluir: fotografia, vídeo, animação, som, música, texto e muitas vezes uma voz narrativa. A narrativa digital combina a força da narrativa e da tecnologia.
Histórias contadas digitalmente através de filmes multimídia que podem incluir: fotografia, vídeo, animação, som, música, texto e muitas vezes uma voz narrativa. A narrativa digital combina a força da narrativa e da tecnologia.
MARTINEZ VELEZ, Nora Angélica; MEDINA-MORA ICAZA, María Elena y BERENZON GORN, Shoshana.La búsqueda de moderación en el consumo de alcohol: Adaptación de los conocimientos a la práctica. Salud Ment [online]. 2010, vol.33, n.2, pp.161-167. ISSN 0185-3325.
Arquivos de áudio que podem conter conceitos, aulas, narração com orientações para estudo ou feedback para os alunos. A criação e produção de áudio pode ser um projeto especial para os alunos, algo que propicia interação, criatividade e desenvolvimento de capacidades digitais.
Podem atuar como facilitadores, por poderem ser reproduzidos nos computadores, tablets ou celulares, e em qualquer lugar: em casa, a caminho do trabalho, no transporte público.
Conteúdo programático deve ser produzido especialmente para áudio
A infografia é vista como recursos gráficos que enriquecem o texto tornando a informação visualmente atrativa, e que “implica filtragem da informação, estabelecer relações, diferenciar padrões e representá-los de uma forma que permitam ao leitor compreender que tal informação constrói algo com significado”.
Podem ser utilizados tanto no material didático como atividade proposta para o aluno;
Podem resumir artigos graficamente;
Necessitam de um roteiro prévio para serem produzidos.
Utilizados para apresentar casos clínicos. No exemplo, é possível clicar e obter informações onde se quer destacar alguns pontos do exame do paciente.
A realidade virtual e a realidade aumentada aproximam ainda mais o conteúdo dos estudantes, sempre de forma imersiva e interativa. Com elas, os alunos podem desfrutar de imagens que podem ser integradas à sua realidade tridimensional, diferente dos objetos de aprendizagem tradicionais (como vídeos, e-books, entre outros). As imagens tridimensionais de alta qualidade facilitam a compreensão possibilitando aos alunos gerarem um conhecimento mais profundo.
Exemplos: simuladores de cirurgia, modelos 3D de anatomia humana, equipamentos, etc.
No microlearning, o conteúdo para aquisição de conhecimentos ou habilidades é apresentada na forma de pequenas unidades, intercalado de exercícios em forma de quizz com feedback imediato. Este modelo é endossado por educadores de profissões da saúde como um meio de facilitar a aprendizagem, o treinamento e educação continuada dos alunos, mas ainda é recente definir em termos de suas características e resultados.
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Curso Online Aberto e Massivo, do inglês Massive Open Online Course (MOOC), é um tipo de curso aberto oferecido por meio de ambientes virtuais de aprendizagem, que visam oferecer para um grande número de alunos a oportunidade de ampliar seus conhecimentos. MOOC é um desenvolvimento recente na área de educação a distância, e uma progressão dos ideais de educação aberta.
Embora o projeto e participação em um MOOC possa ser oferecido por uma universidade, os MOOC normalmente são gratuitos e não exigem pré-requisitos e podem ou não oferecer certificados de participação.
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Você conseguiu relacionar quais habilidades você já possui e quais precisa aprimorar para desenvolver sua competência digital como docente para produção de recursos educacionais abertos?
Conhecer ferramentas, métodos e instrumentos possíveis para criar Recursos Educacionais Abertos
Compreender como avaliar a qualidade de REA
Conhecer os critérios e indicadores de avaliação; aspectos legais, de direitos autorais e o uso de licenças para a construção de um REA de qualidade.