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Publicado em 25/02/2019
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Brumadinho: um mês após o desastre, acesse conteúdos sobre saúde e redução de riscos

Autor(a): 
Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias) e Tatiane Vargas (Ensp/Fiocruz)

Pouco mais de três anos depois da chamada Tragédia da Mineração, como ficou conhecido o crime gerado pela onda avermelhada de rejeito de minério que irrompeu da barragem da Samarco Mineração, em Mariana (MG), matando pessoas e destruindo o meio ambiente, o Brasil se viu novamente aturdido, triste e revoltado com outro desastre provocado por uma mineradora. A barragem de rejeitos classificada como de "baixo risco" e "alto potencial de danos" que a Vale do Rio Doce mantinha no Ribeirão Ferro-Carvão, na cidade de Brumadinho, a 65 km de Belo Horizonte, rompeu e provocou o maior acidente de trabalho da história do país, com mais de 150 mortos e 200 desaparecidos. Diante de catástrofes que se repetem, sem que os governos tomem as providências necessárias para que não mais ocorram, e num cenário em que as empresas são pouco (ou nada) responsabilizadas pelos crimes que cometem, pesquisadores vêm novamente relatar que haviam flagrantes indícios de que calamidades como esta de Brumadinho eram plenamente previsíveis. E não foi por falta de alerta e de estudos que foram evitadas.

A Fiocruz, por exemplo, empenhada em cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promoveu nos últimos anos, em sua sede no Rio de Janeiro e em suas unidades em outros estados, eventos científicos e organizou documentos que mostram, com riqueza de dados e argumentos, o quanto é danosa a atividade mineradora e o quão pouco é rigorosa e devidamente regulada. O poder público brasileiro, no entanto, reage (quando reage) apenas depois dos desastres anunciados. Triste sina de um país que não cobra, não fiscaliza, não pune – sobretudo quando o autor do crime é poderoso.

Os danos que afetam e deverão continuar afetando, nos próximos anos, os municípios do entorno de Brumadinho ainda não são totalmente conhecidos, embora os especialistas prevejam cenários desoladores. O tempo vai revelar a extensão e as consequências dessa nova tragédia humana e ambiental, que vai permanecer gerando problemas graves, para a saúde pública, para o Sistema Único de Saúde (SUS), para o meio ambiente, para as famílias, para as comunidades, nos próximos anos.

Acesse o especial! Lá, você encontra as últimas notícias, entrevistas, artigos de opinião de pesquisadores e outras informações sobre ações da Fiocruz sobre o tema.

Guia de preparação e respostas

O Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Cepedes/Ensp/Fiocruz) lançou, recentemente, o Guia de preparação e respostas do setor saúde aos desastres, um documento elaborado em três etapas, desenvolvidas entre 2015 e 2017, com informações e conceitos que ajudam a compreender o que é importante saber para reduzir os riscos de desastres. A publicação inclui dados sobre os relatórios de segurança de barragens, os mapas de distribuição e a classificação de risco.

Segundo o coordenador do Cepedes, Carlos Machado de Freitas, o manual foi elaborado de forma colaborativa, com o objetivo de subsidiar o Sistema Único de Saúde (SUS) na desafiadora tarefa de desenvolver planos de preparação e resposta para emergência em saúde pública por desastres. Para mais informações sobre a publicação, leia a notícia completa no site da Ensp.

Para aprender com Brumadinho

Em entrevista exclusiva para o Campus Virtual Fiocruz, Carlos Machado, historiador e coordenador do Centro de Estudos para Emergências e Desastres em Saúde (Cepedes/Fiocruz), explica os impactos da tragédia na barragem de Brumadinho no âmbito da saúde. Leia mais.