Coordenador-adjunto da Pós-graduação da Fiocruz comenta sobre avaliação do Plano Brasil Sem Miséria

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Publicação : 25 DE SETEMBRO DE 2017

Autor(es) : Flávia Navarro da Silva Lobato

Coordenador-adjunto da Pós-graduação da Fiocruz comenta sobre avaliação do Plano Brasil Sem Miséria Nossa participação no Plano Brasil Sem Miséria reafirma um conceito importante para a Fiocruz, presente desde a sua origem, que é a capacidade institucional de aliar a excelência acadêmica à resolução de problemas graves e emergenciais de saúde pública.

Por Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz)

Com o objetivo de articular e mobilizar esforços das três esferas do governo para a superação da extrema pobreza, o governo federal criou o programa Brasil Sem Miséria (BSM). A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) integra a iniciativa desde 2012, quando foi firmado um convênio junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao Ministério do Desenvolvimento Social. Até hoje, a Fundação teve 175 participantes de programas de pós-graduação e grupos de pesquisa das diversas unidades da Fiocruz envolvidos na iniciativa. No dia 9 de outubro, a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) promove um seminário, auditório do Museu da Vida, para fazer um balanço do papel da instituição na coordenação de projetos alinhados ao Plano Brasil Sem Miséria. Nesta entrevista ao Campus Virtual Fiocruz, o coordenador-adjunto da Pós-graduação na Fiocruz, Milton Ozório Moraes, conversa sobre o seminário e antecipa alguns destaques da avaliação.

Campus Virtual Fiocruz: Conte um pouco sobre o papel da Fiocruz em relação ao Plano Brasil Sem Miséria?

Milton Ozório Moraes: Em 2012, a Fiocruz assinou um convênio com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Ministério do Desenvolvimento Social. Coube à Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC/Fiocruz), através de sua Coordenação Geral de Pós-graduação (CGPG), selecionar e acompanhar projetos de pesquisa de doutorandos e pós-doutorandos com objetivos alinhados aos eixos do Plano BSM.

Campus Virtual Fiocruz: Qual o objetivo principal do seminário e de que forma o evento está organizado?

Milton Ozório Moraes: Como o convênio se estende até fevereiro de 2018, acreditamos que esta é uma oportunidade para fazer um balanço da iniciativa. Preparamos uma programação com palestras e mesas-redondas, selecionando alguns projetos como uma amostra representativa das atividades desenvolvidas ao longo dos últimos anos.

Campus Virtual Fiocruz: E o que revela esta primeira avaliação, que será aprofundada no seminário de 9 de outubro?

Milton Ozório Moraes: A CGPG organizou, mapeou e acompanhou os projetos deste programa, que – até agora – contou com 175 participantes (93 doutorandos e 82 pós-doutores), com ou sem bolsa, sendo que 90 participantes já concluíram seus projetos. Essa iniciativa integra diversos programas de pós-graduação e grupos de pesquisa nas diferentes unidades da Fiocruz, o que traz uma riqueza muito grande para o Plano Brasil Sem Miséria. O resultado é a identificação de eixos estratégicos, revelando que, de fato, estamos conseguindo aliar a formação de recursos humanos orientados a problemas graves e abrangentes na saúde.

Campus Virtual Fiocruz: Quais são estes eixos?

Milton Ozório Moraes: Identificamos seis eixos principais: (1) controle, monitoramento e tratamento de doenças relacionadas à pobreza; (2) aspectos epidemiológicos e estratégias de diagnóstico de doenças; (3) populações em situação de risco; (4) ações educativas em saúde; (5) avaliação de políticas públicas; (6) relações entre ciência, tecnologia e sociedade. Isso nos deixa bastante satisfeitos porque estamos reafirmando um conceito importante para a Fiocruz, presente desde a sua origem, que é: aliar a excelência acadêmica à resolução de problemas graves e emergenciais de saúde pública.

Campus Virtual Fiocruz: De que forma estas propostas se articulam, como um todo?

Milton Ozório Moraes: A Coordenação realizou seminários de avaliação e disciplinas, a fim de integrar e promover a cooperação entre diferentes projetos e iniciativas em andamento.

De uma forma mais específica, há projetos que, por exemplo, avaliam diretamente o impacto na saúde de programas de transferência de renda como o Bolsa Família, ou que resultaram no desenvolvimento de kits acessíveis para o diagnóstico de doenças negligenciadas, ou ainda de novos materiais educativos produzido em diferentes mídias.

Já numa percepção mais ampla, um resultado muito positivo: os coordenadores dos programas de pós-graduação com doutorandos e pós-doutorandos inscritos relatam que o entendimento sobre o papel social das atividades vinculadas à pós não se restringe aos participantes do programa Brasil Miséria na Fiocruz e que a compreensão dos objetivos do Plano foi ampliada de uma maneira geral.

Destaco, ainda, no nível da gestão pública, as portarias conjuntas das Secretarias de Atenção à Saúde (SAS) e da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), que foram publicadas a partir de teses desenvolvidas no âmbito do programa.

Por isso, gostaria de convidar a todos a participar do seminário, que será uma oportunidade de aprofundar o debate e a avaliação sobre estas experiências e práticas.

Acesse aqui a programação do seminário.

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