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Publicado em 20/02/2017
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Fiocruz e Hospital Sírio-Libanês lançam especialização em Gestão Hospitalar

O Hospital Sírio Libanês (HSL) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançaram, em parceria, uma especialização em Gestão Hospitalar. O curso é voltado para servidores que tenham interesse ou façam interface com a gestão clínica ou que estejam exercendo cargo de chefia (DAS e FG), e que sejam vinculados ao Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) e ao Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). A ação compõe o Programa de Desenvolvimento Gerencial (PDG) e está inserida no conjunto de iniciativas de formação e implementação de projetos que já vêm sendo desenvolvidos nos dois institutos com foco na melhoria dos processos de gestão hospitalar. A divulgação do curso e destinação das vagas, portanto, ocorreu especificamente nas duas unidades.

A aula inaugural aconteceu no dia 14/2 (terça-feira), no hotel Windsor Flórida, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, participou da mesa de abertura. Segundo ela, em momentos de crise, em vez de reduzir a cooperação, é fundamental realizar ações como esta parceria para fortalecer as instituições. Nísia lembrou a tradição da Fiocruz em oferecer cursos de gestão hospitalar, destacando a importância de incorporar essa experiência à agenda da Escola Corporativa. A presidente sinalizou também a intenção de dar continuidade à parceria, pensando outras ações além da gestão hospitalar, fazendo com que a experiência adquirida não fique circunscrita somente aos limites da Fundação. 

Já o diretor do IFF/Fiocruz, Carlos Maciel, afirmou que o curso vem se somar ao processo de fortalecimento e constituição dos Institutos Nacionais. “Não é uma Portaria que transformará os nossos institutos, e sim a força do nosso trabalho”, disse. O diretor do INI/Fiocruz, Alejandro Hasslocher, também enfatizou que o curso surge como uma possibilidade para introduzir os servidores da área de gestão na prática do trabalho em conjunto, com atores "azeitados e falando a mesma linguagem". “Poderemos ter um grupo homogêneo trabalhando em linhas bem definidas”, afirmou.

O chefe de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel, enalteceu o trabalho da Escola Corporativa na condução do trabalho de apoio e desenvolvimento da estrutura do curso realizado em conjunto com o Hospital Sírio-Libanês. “A tarefa de fazer gestão hospitalar e enfrentar adversidades só será superada com muita parceria e esse curso de especialização é uma parte estratégica dessa parceria”. 

Para o diretor de Estratégias e Projetos do HSL, Rogério Caiuby, a especialização é uma oportunidade para a troca de conhecimentos que visa reforçar o modelo de gestão da Fiocruz. Ele salientou que poucas organizações conseguem oferecer iniciativas como esta para um grande grupo de colaboradores, e que os encontros serão momentos propícios para formar uma rede envolvendo os gestores dos institutos. A superintendente de Ensino do HSL, Gislene Eimantas, falou sobre o caráter colaborativo entre as instituições, lembrando que os módulos foram feitos sob demanda para atender à realidade da gestão institucional da Fiocruz. 

Desafios do SUS 

Após o encerramento da mesa de abertura, os alunos participaram da primeira atividade oficial acadêmica do curso: uma mesa de diálogo sobre o tema ‘Desafios e perspectivas do SUS’. A mesa contou com a participação da pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Isabela Soares Santos e da professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ana Maria Malik.  

Isabela fez uma análise do modelo de saúde pública sobre uma perspectiva histórica. Ela partiu da instituição do Código Tributário Nacional, em 1966, quando foi definida a isenção de IR para a área de saúde, até ações recentes que acabam por enfraquecer o Sistema. A pesquisadora elencou motivos para que se mantenha o Sistema Único de Saúde (SUS) com caráter público e disse que o desafio é “tornar real o SUS que ainda é constitucional”.

Ana Maria iniciou sua apresentação ressaltando a impossibilidade de comparar o SUS com outros sistemas de saúde públicos internacionais. A professora apresentou alguns dados percentuais de utilização do SUS pela população brasileira, que, segundo ela, chegam a 90% — sendo que 29% usam exclusivamente o SUS, 62% utilizam o sistema somado a outra modalidade de acesso a serviços de saúde, e apenas 9% da população não se enquadram em nenhuma categoria de usuário do Sistema. Entre os desafios a serem enfrentados pelo SUS, Ana Maria listou a redução das desigualdades, o aumento do financiamento, o aprimoramento do pacto interfederativo, a qualificação de formação de pessoal e o reforço na estrutura das respostas à população. 

O curso 

O curso de especialização em Gestão Hospitalar Fiocruz-HSL se divide em módulos presenciais, à distância e fóruns de discussão, totalizando 360 horas. As aulas presencias acontecem três vezes ao mês, com carga horária de 30 horas, totalizando dez meses (de março a dezembro). As atividades a distância e os fóruns serão realizados por meio de plataforma de EAD e somam 60 horas. A essa carga horária soma-se também mais 80 horas destinadas à redação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que deve abordar projetos alinhados às necessidades de cada Instituto. 

Duas turmas de 30 alunos serão formadas. O participante poderá ter acesso aos conteúdos administrativos ou assistências, de forma mais aprofundada, dependendo da sua área de atuação.

Fonte: Comunicação Social da Diretoria de Recurso Humanos da Fiocruz | Foto: Juana Portugal (Ascom/INI)